O deputado Mauro Rubem (PT) participou do Dia de Campo em Vianópolis, ao lado do vereador Marquim. A atividade foi realizada por meio de uma parceria entre o Movimento Camponês Popular (MCP) e a Embrapa Cerrados e teve como foco o plantio de corredores agroecológicos com sementes crioulas de milho e feijão, intercalados com adubo verde e outras espécies vegetais utilizadas para adubar e proteger o solo.

O objetivo central da atividade foi demonstrar técnicas e estratégias voltadas à produção de sementes agroecológicas, promovendo a integração entre o conhecimento tradicional dos agricultores e a pesquisa científica desenvolvida pela Embrapa.

Os corredores agroecológicos são áreas de cultivo organizadas em faixas, onde espécies alimentares e plantas de cobertura são combinadas de forma planejada, criando sistemas de consórcios e rotações que contribuem para a fertilidade e sustentabilidade do solo.

Com mais de 15 anos de experiência, o MCP tem desenvolvido e replicado essa metodologia em diversas regiões do país, fortalecendo a produção de sementes crioulas agroecológicas. Desde 2010, o trabalho tem garantido o acesso democrático a essas sementes, beneficiando comunidades camponesas, quilombolas e povos indígenas em vários estados brasileiros.

Segundo Mauro Rubem, o projeto demonstra que é possível conciliar ciência, tradição e sustentabilidade. “É fundamental para mostrarmos que existem outros caminhos para a produção de alimentos, para a sustentabilidade no nosso Cerrado e em todo o Brasil e, dessa forma, fortalecer a agricultura familiar, a reforma agrária e garantir alimentos saudáveis para o povo”, destacou o deputado.

A Embrapa reforça que os sistemas agroecológicos aumentam a capacidade do solo de armazenar nutrientes, matéria orgânica e água, além de favorecer a proliferação da fauna do solo e criar resiliência contra pragas e mudanças climáticas. Solos mais férteis, portanto, significam maior produtividade e equilíbrio ambiental.

As sementes crioulas, utilizadas no plantio em Vianópolis, são tradicionalmente preservadas e multiplicadas pelos próprios agricultores, que as selecionam conforme resistência, adaptação ao clima e produtividade.

“Essas sementes têm um valor cultural significativo, pois representam o conhecimento ancestral e a relação íntima entre o homem e a terra. O uso e a preservação das sementes crioulas são fundamentais para garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade das práticas agrícolas, além de promover a autonomia dos agricultores em relação ao mercado de sementes industriais”, afirmou Mauro Rubem.