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Notícias dos Gabinetes
Por que Goiás deve investir na produção do biodiesel

26 de Maio de 2009 às 09:12

Acompanhamos um grupo de empresários paulista, comandado por Carlos Roberto Miraglia, em audiência com os secretários Luiz Medeiros (Indústria e Comércio) e Leonardo Veloso (Agricultura e Pecuária) para anunciar que Goiás vai garantir a construção de quatro usinas de produção de biodiesel, com investimentos de R$ 200 milhões. Das quatro, duas usinas serão instaladas na Região Nordeste do Estado. “Estamos tendo boa receptividade no Estado, o que nos faz motivar ainda mais a produzir emprego e renda com a produção do biodiesel”, enfatiza Carlos Roberto Miraglia.

Queremos que a iniciativa privada e o poder público invistam recursos na produção de biodiesel em Goiás. Na Assembleia Legislativa, tenho atuado em favor do trabalho que objetive atrair importantes empreendedores ao nosso Estado, caso, por exemplo, do grupo dirigido pelo empresário Carlos Roberto Miraglia. Visitamos frequentemente o Estado de São Paulo para participar de reuniões com os industriais interessados em novos investimentos em Goiás.

Goiás sobressai entre os demais Estados da União em razão dos atuais altos índices produtivos de oleaginosas, matérias-primas de superior qualidade para a obtenção dos produtos, tais como: a mamona, o dendê, a soja, o milho, o babaçu e o girassol, entre outras espécies da flora do Cerrado goiano.

As políticas públicas concernentes à produção e à comercialização do biodiesel devem buscar a inclusão social e o desenvolvimento equilibrado, com ênfase para a produção em grande escala. Calcula-se que, no Estado de Goiás, 20 mil produtores de médio e grande porte, aos quais se ofereçam suportes técnicos e financeiros para o cultivo de oleaginosas, serão capazes de produzir aproximadamente nos próximos cinco anos 10% do biodiesel que, atualmente, se consome no Brasil anualmente.

O programa Biodiesel de Goiás, desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás (UFG), tem como principal ação usar o plantio de oleaginosas em áreas devastadas para recuperação do solo. Segundo o pesquisador do Centro de Estudos de Química da UFG Nelson Antoniosi Filho, o programa aproveitará a produção de soja do Estado para estudar a viabilidade na produção de biodiesel. O Estado, grande produtor de soja e algodão, tem 64% de sua área devastada em função da atividade agropecuária.

A ideia, conta Antoniosi Filho, é produzir oleaginosas no Sudoeste de Goiás, onde estão concentradas as áreas mais devastadas. “A fonte da matéria-prima estaria disponível a médio e a longo prazo. Estamos pesquisando também o potencial do pequi e do baru, que levam sete anos para produzir”, afirmou.

O governo estadual apoia o projeto e criará um selo verde para oleaginosas da região. A UFG trabalha na caracterização das plantas e no controle de qualidade dos óleos. “Há sete trabalhos de dissertação em curso para uso de plantas nativas e produção de óleos, além da avaliação do teor de ácidos graxos de 50 oleaginosas”, conta o pesquisador. Outro objetivo do programa goiano é o aproveitamento de rejeitos graxos da indústria e do comércio para serem adicionados ao diesel.

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) apresentou o estudo “Biodiesel para Investidores” à Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e aos parceiros do Fórum Empresarial. O estudo revela que, quando somado à capacidade de processamento de todas as indústrias de produção de biodiesel – instaladas ou em processo de instalação em Goiás –, o Estado alcança a capacidade de produção de 4,2 bilhões de litros de biodiesel ao ano.

De acordo com o economista e assessor técnico da Faeg, Edson Alves Novaes, os problemas de produção de matéria-prima em quantidade adequada também foram abordados. Ele explica que é consenso o fato de que se os produtores forem remunerados devidamente eles investirão em matéria-prima necessária à indústria de fabricação de biodiesel.

Edson Alves Novaes esclarece que ainda faltam políticas de redução tributária à cadeia de produção de energia limpa, assim como políticas de remuneração ao produtor. O estudo recebeu algumas propostas de aperfeiçoamento. A intenção é que ele seja encaminhado ao poder público estadual para a implementação das propostas sugeridas.

Por que usar o biodiesel? Cada vez mais o preço da gasolina, diesel e derivados de petróleo tendem a subir. A cada ano, o consumo aumenta e as reservas diminuem. Além do problema físico, há o problema político: a cada ameaça de guerra ou crise internacional, o preço do barril de petróleo dispara.O efeito estufa, que deixa nosso planeta mais quente, devido ao aumento de dióxido de carbono na atmosfera (para cada 3,8 litros de gasolina que um automóvel queima, são liberados 10 kg de CO2 na atmosfera). A queima de derivados de petróleo contribui para o aquecimento do clima global por elevar os níveis de CO2 na atmosfera.

Vantagens do biodiesel: é energia renovável. No Brasil, há muitas terras cultiváveis que podem produzir uma enorme variedade de oleaginosas, principalmente nos solos menos produtivos, com um baixo custo de produção. O biodiesel é um ótimo lubrificante e pode aumentar a vida útil do motor. O biodiesel tem risco de explosão baixo. Ele precisa de uma fonte de calor acima de 150 graus Celsius para explodir

O biodiesel tem fácil transporte e fácil armazenamento, devido ao seu menor risco de explosão. O uso como combustível proporciona ganho ambiental para todo o planeta, pois colabora para diminuir a poluição e o efeito estufa. A viabilidade do uso direto foi comprovada na avaliação dos componentes do motor, que não apresentou qualquer tipo de resíduo que comprometesse o desempenho. Para a utilização do biocombustível, não precisa de nenhuma adaptação em caminhões, tratores ou máquinas.

O biodiesel é uma fonte limpa e renovável de energia que vai gerar emprego e renda para o campo, pois o País abriga o maior território tropical do planeta, com solos de alta qualidade que permitem uma agricultura autossustentável do plantio direto, topografia favorável à mecanização e é a nação mais rica em água doce do mundo, com clima e tecnologia que permitem a produção de duas safras ao ano. Por outro lado, o diesel do petróleo é um combustível não-renovável. O petróleo leva milhões de anos para se formar.

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