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Cinema popular: acesso à cultura para todas as camadas da sociedade goiana
Mostrar o cinema nacional para o maior número de pessoas. Esse é o objetivo do projeto Cinema Popular, realizado pelo Icuman por meio da Lei Goyazes. “Na tela grande é mais bonito”, garante a dona de casa Lourdes Silva Santos, moradora de Goiatuba, uma das cidades que receberam o Cinema Popular este ano.
Mais de 37 mil pessoas compareceram às sessões do Cinema Popular, em 21 municípios goianos, de Norte a Sul no Estado. O quarto circuito desse projeto de grande impacto sóciocultural encerrou-se no dia 27 de maio, na Praça Belarmino Essado, em Inhumas. O Cinema Popular é uma realização do Instituto de Cultura e Meio Ambiente (Icumam), por meio da Lei Goyazes, administrada pela Agepel.
Nesta quarta edição, o Cinema Popular exibiu, gratuitamente, o filme Tapete Vermelho, dirigido por Luiz Alberto Pereira, com Matheus Nachtergaele e Gorete Milagres no elenco. Em edições anteriores, o projeto chegou a circular pelo Tocantins, Mato Grosso e Distrito Federal, mas é neste ano que o Cinema Popular realiza sua mais longa turnê. Segundo o Icumam, mais de 69 mil pessoas assistiram às sessões ao ar livre, promovidas pelo projeto.
O Cinema Popular já exibiu Narradores de Javé, de Eliane Caffé, com Matheus Nachtergaele e Nelson Xavier (1ª edição), Lisbela e o Prisioneiro, de Guel Arraes, com Débora Falabela, Marco Nanine e Heloisa Perissé (2ª edição) e, na terceira, Dois Filhos de Francisco, de Breno Silveira, com Ângelo Antônio, Dira Paes e Paloma Duarte. O Cinema Popular é editado uma vez por ano.
Segundo Maria Abdalla, coordenadora do Cinema Popular, o projeto atende a municípios onde o cinema não é acessível a toda a população e cidades que não possuem salas de cinema. “O Cinema Popular é, genuinamente, um projeto de democratização audiovisual em um País onde o cinema é fator de exclusão, tendo em vista que menos de 10% da população tem acesso ao cinema com frequência”, informa a coordenadora.
Este é o caso da dona de casa Lourdes Silva Santos, moradora de Goiatuba, cidade da região Sul que recebeu o Cinema Popular, no dia 22 de maio. “Na tela grande é muito mais bonito”, comenta.
Do outro lado do Estado, ao Norte, em Niquelândia, José Roberto Pires levou a filha de 10 anos, pela primeira vez, para assistir um filme na telona: “É um incentivo para a criança e o jovem que não têm muito que fazer, porque de televisão eles já estão cansados”, diz.
O circuito começou pela cidade de Goiás, no dia 16 de abril, onde moradores como a professora Meire Luz Pedrosa lamentaram falta de uma programação continuada no cinema no Cine Theatro São Joaquim. O mecânico Helton Pereira Souza assistiu acompanhado da filha: “O interior precisa entender que o cinema brasileiro é muito importante para o povo brasileiro”, opinou.
Capaz de arrebanhar milhares de pessoas, como ocorreu em Quirinópolis (região Sudoeste), a comédia Tapete Vermelho conta a história de Quinzinho (Matheus Nachtergaele), que mora na roça, distante das cidades e, no leito de morte de seu pai, faz uma promessa: levar o filho, um menino de 10 anos, para assistir a um filme de Mazzaropi. Acompanhado da esposa Zulmira (Gorete Milagres), do filho Neco e do burro Policarpo, Quinzinho se lança em uma surpreendente jornada.
Em busca de um cinema, ele se depara com questões sociais do tempo atual: o consumismo, os latifúndios, o MST. Ao longo da viagem de Quinzinho, personagens de presença marcante, interpretados por grandes atores e atrizes como Jackson Antunes, Paulo Betti, Rosi Campos, Cássia Kiss, entre outros, encenam estereótipos da população que habita o interior do Brasil.
Tapete Vermelho foi visto nas cidades de Goiás, Ceres, Uruaçu, Minaçu, Niquelândia, Pirenópolis, Goianésia, Jaraguá, Silvânia, Morrinhos, Itumbiara, Goiatuba, Quirinópolis, Santa Helena de Goiás, Acreúna, Rio Verde, Mineiros, Iporá, São Luís de Montes Belos, Palmeiras e Inhumas.