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Notícias dos Gabinetes
Meta do Brasil levou a anúncio de EUA e China, diz Lula

07 de Dezembro de 2009 às 10:21
Presidente do Brasil chegou nesta manhã a Copenhague
No dia em que começam os debates da conferência sobre o clima em Copenhague, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil está em situação confortável para discutir o tema das mudanças climáticas, uma vez que só depois que o governo brasileiro anunciou sua meta, Estados Unidos e China apresentaram seus números.

Em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente desta segunda-feira, Lula previu que os países participantes do evento organizado pelas Nações Unidas vão entrar em acordo em torno de uma proposta global para diminuir as emissões de gases do efeito estufa. Ele também voltou a defender investimento para que os países pobres possam se desenvolver.

"Nós achamos que, até chegar Copenhague, os países vão se colocar de acordo, porque é preciso ter um número para diminuir as emissões, é preciso que tenha financiamento para o sequestro de carbono, e, sobretudo, é preciso ter financiamento para que a gente ajude os países pobres a terem um desenvolvimento sustentável, mas sólido", disse Lula no programa.

O compromisso brasileiro, anunciado em novembro e classificado por Lula de "extremamente ousado", prevê diminuir as emissões de gases entre 36,1% e 38,9% até 2020. "Por conta dessa proposta, os países começaram a apresentar números. O Obama, presidente Obama (EUA), apresentou número. Os chineses apresentaram número".

"Temos que tomar uma decisão agora e começar a trabalhar para diminuir o aquecimento global", completou o presidente.

Delegados de 190 nações chegaram a Copenhague neste final de semana para a cúpula sobre mudança climática da ONU, que começa nesta segunda-feira e busca um novo acordo global em substituição ao Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

A presença de chefes de Estado está prevista para os dias 17 e 18 de dezembro com o objetivo de dar envergadura política para um acordo. Lula tem afirmado que comparecerá, assim como o presidente dos EUA, Barack Obama, o premiê chinês Wen Jiabao e seu colega indiano Manmohan Singh.

"Tema do momento"
Lula também afirmou que a questão climática foi tratada em suas visitas realizadas na semana passada à Ucrânia e Alemanha e também no encontro ibero-americano em Portugal. "Obviamente que esse é o tema do momento," comentou. Ele avaliou que o Brasil está "em boa situação" por ter apresentado voluntariamente uma proposta de redução de emissão de gases de efeito estufa.

Em seu programa semanal, Lula lembrou que o assunto foi discutido durante toda a semana em suas visitas a Portugal, à Ucrânia e Alemanha. Ele voltou a afirmar que a decisão brasileira de reduzir entre 26,1% e 18,9% as emissões até 2020 abriram caminho para que países como os Estados Unidos e a China também apresentassem propostas.

"Achamos que os países vão se colocar de acordo porque é preciso ter um número para diminuir as emissões, é preciso ter financiamento para o sequestro de carbono, e, sobretudo, é preciso ter financiamento para que a gente ajude os países pobres a terem um desenvolvimento sustentável, mas sólido. Temos que tomar uma decisão agora e começar a trabalhar para diminuir o aquecimento global", disse.

Mudança energética
Ainda no programa Café com o Presidente, Lula afirmou que os países terão que mudar suas matrizes energéticas e que o novo combustível "já tem endereço", referindo-se ao etanol e ao biodiesel brasileiro.

Ele lembrou que, na Ucrânia, participou de reunião com empresários e que o mesmo ocorreu na Alemanha onde o destaque foi a discussão sobre biocombustíveis.

Lula afirmou que a União Europeia se comprometeu a fazer com que todos os automóveis utilizem 10% de etanol na gasolina até 2020 e que, para isso, vai precisar comprar o produto. "A Alemanha, embora produza biodiesel, não pode continuar produzindo do alimento. É melhor que a gente procure outra oleaginosa que não seja alimento e o Brasil é o país que oferece grandes oportunidades", acrescentou.
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