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“Não podemos ser reféns do tempo político”, disse Lissauer Vieira
“Não podemos ser reféns do tempo político. Já dependemos do tempo para plantar, para cuidar, para colher. E, do tempo, com boas condições climáticas para uma boa produção. Precisamos de uma política definida para que o agronegócio continue oferecendo superative para a nação.” Esse é o pensamento do deputado Lissauer Vieira (PSD), presidente da bancada do Agronegócio na Assembleia Legislativa, que participou em Goiânia na quarta-feira, 24, do lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2015/16.
O parlamentar, que é produtor rural, defende uma única Política Agrícola para todas as safras. “Tudo bem que os recursos disponibilizados para a próxima safra são 20% superior do que foi liberado na safra passada, o que não deixa de ser um avanço, mas os produtores rurais precisam de garantias de que esses recursos estarão disponíveis quando necessários, não só nessa safra, mas em outras vindouras, isso só acontecerá quando o Governo Federal definir uma Política Agrícola compatível com o setor que sempre segura a balança comercial”, argumentou.
Lissauer Vieira se diz confiante no trabalho da ministra da Agricultura e Pecuária, Kátia Abreu (PMDB), e acredita que ela ainda fará muito pela classe produtora do país. “Estamos vivendo um momento de crise econômica e enquanto outros setores tiveram recursos cortados, o setor agropecuário teve um bom acréscimo, isso mostra que a ministra está realmente preocupada com o setor do qual ela faz parte.”
A ministra foi recebida na Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), pelo presidente da entidade, José Mário Schreiner. Além do deputado Lissauer Vieira, presidentes de sindicatos rurais e representantes do agronegócio se reuniram para saber mais sobre o investimento do Governo Federal no setor que tem impulsionado a economia do país.
Schreiner, ao abrir oficialmente o evento, voltou a avaliar a liberação dos recursos como necessária. “O Governo Federal está atento e segue olhando com uma atenção muito especial para o setor agropecuário. Outros setores tiveram uma redução de recursos. Estamos na contramão e isso é ótimo”, avaliou o presidente.
Para 2015/16, a cifra disponibilizada pelo Plano Safra cresceu 20,2% se comparada com o valor de 2014/15. As taxas de juros ficaram entre 7,75 e 8,75% e o volume de recursos foi de R$ 187,7 bilhões, sendo R$ 94,5 bilhões destinados ao financiamento de custeio a juros controlados.
Seguro Rural
Sobre o Seguro Rural – também apontado como grande preocupação do setor – o Plano Agrícola definiu a criação do Sistema Integrado de Informações do Seguro Rural (SIS-Rural) e a formação de grupos de produtores para negociação com as seguradoras. Goiás e Paraná serão os primeiros estados a testarem o modelo. Os produtores irão se organizar em grupos e assim serão atendidos pelas segurados, negociando diretamente o nível de cobertura e o valor de Prêmio. Nesta quarta-feira (24) a ministra destacou a intenção do Mapa no que se refere à mudança no modelo do Seguro Rural.
Para Schreiner, Goiás se destaca no que se refere à necessidade de um novo modelo de Seguro Rural, devido a duas secas consecutivas, acompanhadas pela frustração das respectivas safras e da não liberação do pré-custeio, que tirou o sono dos produtores. Ele faz questão de destacar a importância do anúncio diante da retração de crédito e da elevação de juros. “Hoje tivemos, mais uma vez, a confirmação de que a agropecuária é uma mola propulsora na economia brasileira”.
Plano Safra 2014/15
Nacionalmente, o último Plano Agrícola e Pecuário 2014/15 teve um volume programado de R$ 156 bilhões com R$ 119 bilhões de custeio e comercialização além de investimento na casa dos R$ 44 bilhões. Deste valor programado, o valor aplicado entre julho de 2014 e maio de 2015 foi de R$ 137 bilhões (87% do programado) com R$ 91,9 bilhões de reais (77% do total do programado) para custeio/comercialização e R$ 45 bilhões (103% do total programado) para investimentos.
Em Goiás, de janeiro a dezembro de 2014 o volume total de recursos contratados somou R$ 13,9 bilhões (8,3% do total Brasil) com R$ 7,6 bilhões (8,6% do total Brasil) para custeio; R$ 4,2 bilhões (7,8% do total Brasil) para investimento e R$ 2,1 bilhões (8,5% do total Brasil) de comercialização.
No período de vigência do Plano Safra 14/15, Goiás teve um total de recursos contratados na casa dos R$ 11,09 bilhões com R$ 5,6 bilhões (custeio), R$ 3,64 bilhões (investimento) e R$ 1,76 bilhões (comercialização). Os dados são do Banco Central e o último fechamento foi em maio deste ano.