Notícias dos Gabinetes
LUZ NOS FATOS
Célio Campos presta depoimento à CPI e mostra onde a verdade está
O ex-secretário da Fazenda, Célio Campos prestou o mais esclarecedor dos depoimentos tomados pela CPI que investiga as contas do último ano de gestão do ex-governador Alcides Rodrigues, na quarta-feira, dia 1º de junho. Célio utilizou para fundamentar suas informações, o demonstrativo financeiro da própria Secretaria da Fazenda, com os números oficiais das condições econômicas da pasta nos dias 31 de março de 2006 e 31 de dezembro de 2010. Na primeira data foram fechadas as contas e apresentada a situação em que o ex-governador Alcides Rodrigues recebeu o Estado, após a segunda gestão de Marconi Perillo como governador e na última estão às condições em que Alcides Rodrigues devolveu o Estado para Marconi Perillo: “trouxe os números por entender que eles são absolutos e estão acima de qualquer argumentação. Minhas informações são apenas complementos do que os números dizem” – afirmou o ex-secretário. Os números oficiais da Secretaria da Fazenda mostram que Alcides Rodrigues recebeu o Estado, sem nenhum saldo de caixa, com despesas do exercício anterior de R$ 593.008;607,35 e com restos a pagar de R$ 305.445.729,48 o que perfaz uma deficiência de caixa efetiva do tesouro de R$ 898.454.336,83. O Estado foi repassado por Alcides Rodrigues para Marconi Perillo com R$ 35.000.000,00 de saldo de caixa, R$ 641.000.000,00 de restos a pagar, investimentos de R$ 103.000.000,00, com outras despesas de R$ 158.000.000,00 e o restante da folha de pagamento dos funcionários públicos de R$ 382.000.000,00. A deficiência de caixa repassada por Alcides para Marconi, incluindo a folha de pagamento foi de R$ 562.000.000,00. Comparando os dos demonstrativos, os números comprovam que a dívida deixada por Marconi superou a dívida deixada por Alcides em 336.454.366,83: “como disse penso que os números são absolutos e falam mais do que qualquer palavra ou argumentação. Eles estão aí, aliás, fazem parte de um documento público, da Secretaria da Fazenda, a disposição de todos os brasileiros.
Célio também esclareceu que o restante da folha deixado por Alcides Rodrigues para ser quitado na gestão de Marconi Perillo tinha a dotação orçamentária para a devida quitação, já que a lei permite ao Estado quitar a folha até o dia 10 de cada mês e a arrecadação do Estado nos dez primeiros dias de janeiro, ou seja, os tributos que o governo de Goiás receberia, somados aos R$ 35.000.000,00 deixados no caixa seriam suficientes para o pagamento: “o dinheiro deixado no caixa do Estado mais a arrecadação tributária dos 10 primeiros dias asseguram o valor do que ficou da folha de pagamento”. O ex-secretário também explicou que o pagamento feito aos fornecedores, nos últimos dias da gestão de Alcides Rodrigues, não foi priorização de empresas em detrimento do funcionalismo público, como disse o atual secretário Chefe do Tesouro Estadual, José Carlos Siqueira. Célio Campos lembrou que a administração pública apenas cumpriu o rege a lei, já que todo o dinheiro repassado aos fornecedores era verba carimbada que só poderia ser utilizada para esse fim: “como os senhores deputados sabem, quando se trata de verba carimbada não se pode aplicar o dinheiro em outra finalidade que não seja a prevista na rubrica. Aquele dinheiro que quitou serviços prestados ao Estado, já tinha destinação na sua origem e seria impossível sua destinação para o pagamento do restante da folha”.
O ex-secretário esclareceu que as dificuldades herdadas por Alcides Rodrigues da gestão de Marconi Perillo foram devidamente administradas até o último dia de 2010, quanto terminou o mandato e durante todo esse período foi buscada uma solução para a questão, em cima do principal gargalo que foi a péssima condição financeira da CELG e que no último mês tudo ficou resolvido, com a negociação fechada entre a empresa e o governo federal, com o aporte vindo através da Caixa Econômica Federal, mas aí apareceu a equipe de transição do governo de Marconi Perillo e evitou a concretização do negócio, obrigando a Alcides Rodrigues repassar o Estado um pouco melhor do que recebeu, mas fora do que ele tinha planejado: “a equipe de governo de Alcides Rodrigues lutou bravamente para resolver o problema e conseguiu. Só que a equipe de transição do governo de Marconi Perillo enviou um documento à direção da Caixa Econômica Federal dizendo que não concordava com a negociação e que não se sentia obrigada a honrar com a quitação dos débitos. Isso colocou em risco a segurança do negócio e a direção da Caixa fez o que tinha que fazer, desconsiderou o contrato. Até pensei que a equipe de Marconi Perillo tivesse algo melhor para recuperar a CELG e como estamos vendo não tinha. Os problemas financeiros de Goiás estão todos vinculados ao problema da CELG e não a má gestão de Alcides Rodrigues. Ele teve competência para administrar o Estado com o rombo, bem intencionado como é, tentou resolver a situação para o seu sucessor, foi impedido pela própria equipe de Marconi Perillo. Acusar Alcides Rodrigues de ingerência ou de incompetência é injusto, a situação e os números mostram isso”.
Para Francisco Gedda ficou tudo claro
Para o deputado Francisco Gedda, líder do PTN na Assembléia e um dos membros da CPI, o depoimento de Célio Campos só vem esclarecer aquilo que a realidade mostra, colocando um fim em qualquer dúvida sobre procedimentos e a gestão de Alcides Rodrigues e mostrar que as acusações e dúvidas levantadas para a instalação da CPI não tem nenhum procedimento: “o ex-secretário Célio Campos não falou somente, mostrou os números e expôs os fatos fazendo ilações importantes sobre a situação em que a CELG foi deixada para o governo de Alcides Rodrigues administrar e ele administrou. Mostrou ainda que o Estado foi repassado em melhores condições do que foi recebido e só não foi repassado nas condições ideais, como queria Alcides Rodrigues, porque a equipe de transição do governo de Marconi Perillo entrou no meio da negociação feita para a recuperação financeira da CELG e derrubou o negócio feito com o governo federal. Ele foram de uma infelicidade a toda prova, já que o dinheiro vindo da Caixa Econômica Federal entraria justamente na atual gestão. Causaram o problema e agora tentam jogar nas costas de um homem honrado, parcimonioso e bem intencionado, uma atitude impensada”.