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Notícias dos Gabinetes
Falta mobilização para salvar a Celg

02 de Maio de 2011 às 15:15

Será que os graves prejuízos econômicos e sociais gerados aos goianos com o fechamento da Caixego não serviram sequer de lição? Vamos deixar que o caso Caixego se repita com a Celg? Resta saber a quem interessa a derrocada da estatal. Por que não há ainda uma união política apartidária e da sociedade como um todo em busca de uma solução para a crise? Por que permanece o impasse junto ao governo federal, mesmo após a empresa apresentar um equilibrado Plano de Recuperação Econômico e provar que pode ser superavitária se bem administrada, a exemplo do que ocorreu nos últimos três meses?

Todos os goianos e investidores que escolheram Goiás para aplicar seus recursos perdem com a agonia da empresa, que é um dos maiores patrimônios do Estado. O endividamento da Celg, que hoje beira os R$ 6 bilhões, e o descumprimento das metas estipuladas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) impedem que a empresa faça o devido reajuste da tarifa de energia elétrica desde 2006, o que agrava ainda mais a saúde financeira da instituição.

Sem receber o que lhe é de direito e impossibilitada de pagar o que deve, a Celg permanece estagnada na realização de investimentos importantes na geração e distribuição de energia elétrica. A má qualidade do serviço prestado emperra a expansão industrial, a geração de empregos, de renda, o que prejudica o desenvolvimento do Estado e a consequente melhoria da qualidade de vida dos goianos. Não dá mais para esperar! A situação é grave e a solução está ao nosso alcance. Basta a união de forças e maior vontade política para salvar a Celg. 

Desde que assumiram o governo do Estado, Marconi Perillo (PSDB) e seu vice José Eliton (DEM), também diretor-presidente da estatal, mostraram que a revitalização da Celg é possível. Com uma gestão ética, eficiente e uma série de medidas emergenciais, como contenção de despesas, revisão de contratos e recuperação de receitas junto a órgãos públicos, a empresa conseguiu economizar quase R$ 89 milhões nos meses de janeiro e fevereiro.

Em menos de 60 dias, os quase R$ 56 milhões que a Celg devia a fornecedores e empreiteiros foram saldados e não existe mais nenhuma fatura desta natureza em aberto, garantiu José Eliton no último dia 17, durante apresentação do programa Saldo Positivo, que prevê um acerto de contas entre a empresa e 237 prefeituras goianas. Os cálculos apontam que a Celg tem uma pendência de R$ 68 milhões com as prefeituras, cujas dívidas somam R$ 407 milhões junto à Celg. As prefeituras teriam até 53 meses para quitar o débito.  Com os resultados obtidos até agora, a Celg dá sinais de vida e pede uma chance para continuar crescendo e garantindo o desenvolvimento do Estado.

O governo está fazendo a sua parte na busca pela equalização de dívidas ao pôr em prática algumas das medidas descritas no Plano de Reestruturação da empresa.  Outras dependem da captação de R$ 730 milhões junto à Caixa Econômica Federal que seriam destinados ao pagamento de dívidas de curto prazo da empresa. A venda de 49% das ações da Celg é outra forma de capitalizar a empresa e garantir a retomada de investimentos. Há ainda a solicitação de empréstimo no valor de R$ 2,7 bilhões junto à Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O recurso seria liberado em duas parcelas, sendo a primeira utilizada para saldar dívidas que a Celg tem com a Eletrobras, do governo federal.

O empréstimo de R$ 2,7 bi é quase R$ 1 bilhão menor que o montante aprovado no governo Lula (PT), e que agora aguarda o aval da presidenta Dilma Rousseff (PT).  Há mais de um mês o governador Marconi Perillo solicitou audiência com a presidenta para tratar do assunto, o que deve ocorrer em breve tendo em vista a característica conciliadora e ética de Dilma Rousseff, que jamais deixaria de atender às necessidades de um Estado em função de divergências partidárias. Foi isso o que a presidenta deixou claro em seu discurso de posse no Palácio do Planalto.

Ao contrário do que prega a oposição em Goiás - que o acordo junto ao governo federal pode ser inviabilizado por questões políticas -, o governo estadual conta com a seriedade, competência e imparcialidade do governo Dilma, que, segundo o senador Demóstenes Torres (DEM), já colocou seus ministros em alerta para encontrar uma solução para a questão da Celg.

Diante do exposto, uma vez que o Estado já apresentou toda a papelada exigida e fez o detalhamento do Plano de Recuperação da Celg, o governo e os goianos aguardavam a liberação do crédito para o mês de fevereiro e até agora, início de abril, não há qualquer definição. O que impede a liberação dos recursos, fundamentais para o acerto das dívidas e a retomada dos investimentos por parte da Celg?

Seja qual for o motivo, o que não pode haver é a falta de mobilização política e da sociedade em prol da revitalização da empresa, que é patrimônio dos goianos e deve continuar sendo um bem valioso do Estado de Goiás, indutor do desenvolvimento econômico de uma das regiões que mais crescem no País.

José Vitti é deputado estadual, presidente da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa e presidente da Câmara Setorial da Mineração da Fieg.

 

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