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Notícias dos Gabinetes
A Polícia Militar do Estado de Goiás está sangrando!

17 de Fevereiro de 2011 às 12:40

Os últimos acontecimentos referentes à Operação 6º Mandamento da Polícia Federal abriu uma ferida muito grande em nossa corporação, que neste instante se sente desamparada, desprotegida e exposta.

 

         Denegriram os 153 anos desta entidade com manchas de sangue, através de acusações e suposições. Esqueceram os anos de serviços prestados e por meio de suspeita estampam manchetes, que para alegria de alguns, ridicularizando nossos homens e mulheres. Entretanto, devemos avaliar com bastante cuidado essa situação, que é muito mais complexa do que parece.

 

Neste momento todos os 13 mil policiais militares de Goiás se sentem acuados, do soldado ao coronel todos se sentem sem proteção ou respaldo jurídico. O que percebemos no dia 15 de fevereiro foi uma violação aos princípios constitucionais do devido processo legal e da ampla defesa e contraditório. Em uma Operação, que segundo os articuladores, correm em segredo de justiça, os nomes dos suspeitos foram expostos, enquanto se encontram nebulosas as provas, que culminaram nas prisões.

Enquanto observamos aplausos por uma “Operação perfeita”, ouvimos o clamor e o choro das dezenas de famílias de desaparecidos, que por um período sentem o cheiro de justiça, o qual pode ser em vão, pois não sabemos do que se trata essas acusações. Essas famílias, que sofrem pela falta de informações de seus entes queridos, não podem ser personagens de história. Suas dores são reais e precisam ser sanadas e não apenas remediadas com a apresentação de suspeitos. No Brasil temos leis, as quais precisam ser observadas. Queremos a justiça e que os culpados sejam condenados exemplarmente. Mas não podemos por ineficiência do processo, apenas encontrar suspeitos e entregarmos à imprensa, como caça aos leões. As famílias que choram, continuarão chorando até que a justiça realmente prevaleça.

 

Aliás, neste momento as lágrimas se multiplicam. Os familiares dos militares suspeitos estão vivenciando momentos de penúria. As prisões como foram feitas e expostas já os condenaram, sem que os mesmos tivessem direito à defesa. O noticiário brasileiro decretou os culpados, enquanto as famílias dos desaparecidos e dos policiais presos seguem na incerteza.

 

Outro ponto a ser analisado é a periculosidade de nossos militares, que até o dia 14 de fevereiro estavam aptos a defenderem os nossos cidadãos e de repente, com a prisão decretada, tiveram que ser levados para penitenciarias nacionais de segurança máxima de outro estado. Infelizmente, está se tornando rotina essa prática, a qual denigre nossos policiais, principalmente pelo fato de não passarem por nenhum tipo de julgamento.

 

Neste momento tão delicado encontramos vários tipos de suposições, as quais tentam explicar os motivos de tal Operação. Há burburinhos de uma possível perseguição política, fato que não acredito, pois sei que o nosso Governador, Marconi Perillo, não é capaz de transformar o sangue derramado e as lágrimas dessas quase viúvas em forrem de palanques. Conheço o senso de justiça do Governador e sei que este estará atento para que a justiça seja feita.

 

Assim, reafirmo que através da Presidência da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa estaremos atentos a todos os assuntos referentes à Segurança em Goiás. Inclusive no que diz respeito a qualificação de nossos serviços, a qual se dá com um efetivo devidamente treinado e tratado com dignidade. Neste momento me solidarizo com as famílias de entes desaparecidos, me comprometendo a fazer de tudo para encontrá-los e, caso sejam vítimas, que os culpados sejam punidos. Da mesma forma, me coloco a disposição dos militares presos, para que os mesmos tenham seus direitos e dignidade preservados. Devemos estar atentos para que a justiça esteja presente nesse momento.

 

 

Major Araújo

Deputado Estadual

Presidente da Unimil – União dos Militares do Estado de Goiás

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