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Fórum Energético promove debate, por videoconferência, sobre a utilização de biomassa na geração de energia

28 de Agosto de 2020 às 14:30
Crédito: Maykon Cardoso (print de tela)
Fórum Energético promove debate, por videoconferência, sobre a utilização de biomassa na geração de energia
Biomassa em Goiás: Potencial de Produção e Desenvolvimento da Cadeia de Valor

O Fórum Energético de Goiás realizou na manhã desta sexta-feira, 28, às 9 horas, por meio de videoconferência, reunião ordinária. Na pauta, o tema:" Biomassa em Goiás: Potencial de Produção e Desenvolvimento da Cadeia de Valor". Durante toda a manhã, foram apresentadas palestras com informações técnicas e um panorama para o setor em Goiás. 

O encontro foi uma oportunidade de debate sobre uma visão estratégica acerca das possibilidades de uso da biomassa, ao considerar o potencial de produção e desenvolvimento da cadeia de valor e contribuir com as reflexões e debates que envolvem o setor produtivo e os  profissionais do setor energético, com foco na formulação de políticas públicas para o setor.

Durante o webinar, o deputado Virmondes Cruvinel (Cidadania), presidente do fórum temático e da Comissão de Minas e Energia no Legislativo de Goiás, ressaltou a importância do evento, que visa reunir entidades do setor para o diálogo, além de salientar o alto nível técnico dos participantes. “É necessário avançar nesse momento. O aproveitamento da biomassa é essencial, e Goiás não pode ficar fora. Ter conhecimento sobre o assunto é importante para o estado, e precisamos desenvolver ações sempre em conjunto”, disse.

Danúsia Arantes, pesquisadora e pós-doutora em energias renováveis do projeto Campus Sustentável Unicamp, também curadora do evento, pontuou a importância da união dos envolvidos no encontro, “além de ser inspiração, é uma responsabilidade, a fim de se pensar nas soluções, olhando para a demanda de infraestrutura, geração de renda e um forma de contribuirmos para a formatação de política pública para o setor”, enunciou.

Secretário do fórum, o advogado Lourival Fonseca falou sobre a necessidade de se manter a discussão sobre a geração de energia em Goiás, além de ressaltar a importância da parceria e participação da Fieg nas reuniões promovidas para abordar a situação energética e soluções para o setor. 

Por sua vez, Ubiratan Francisco Castellano, consultor, gerente de projetos, professor e curador de eventos no setor energético, abordou o tema: "Energia no Brasil e em Goiás: panorama para o desenvolvimento a longo prazo". Durante sua explanação,  assinalou o panorama atual com foco nas fontes de energia, inclusive as renováveis e apresentou dados importantes, a exemplo do Plano Estratégico Energético (PNE-2050). 

O consultor falou, ainda, sobre impactos ambientais, desenvolvimento socioeconômico, competitividade, contribuição, possibilidades e condicionantes ao abordar o panorama da utilização da biomassa na geração de energia, além da rota de redução da emissão de carbono, que já é uma realidade em países como os da Europa. 

“No contexto atual, o avanço tecnológico abre várias oportunidades”, assinala Castellano, além de completar a riqueza de possibilidades que podem ser exploradas, dentre elas, o uso da eletrificação, com aplicação da energia gerada a partir da biomassa, com foco na melhoria na qualidade de vida, e na produção, principalmente agropecuária. “Devemos repensar as políticas”, sugere. Outro ponto abordado é a boa expectativa para o Brasil, ao se levar em consideração a extensão territorial e a história do País. 

Dentre as possibilidades, a partir do uso da biotecnologia e bioenergia, o potencial nacional cresce, inclusive com a aplicação de biocombustíveis na aviação, conforme assinalou Ubiratan. “A energia disponível é abundante”, pontuou. 

José Dilcio Rocha, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), abordou Bioenergia e Desenvolvimento Regional. Em sua fala, assinalou a capacidade da aplicação da biomassa para impulsionar o desenvolvimento regional. Dilcio pontuou, ainda, que praticamente a metade das fontes de geração de energia e combustíveis no Brasil são renováveis. “Goiás é um estado fantástico na oferta de diversificadas fontes”, afirmou. Rocha acentuou também a necessidade de colocar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) para os brasileiros. “Não faltam tecnologias”, ressaltou. 

O pesquisador também tratou da importância da cadeia produtiva dos biocombustíveis, bioenergia e bioprodutos (fármacos), ao citar que possuem a capacidade de obter alto valor agregado e ser possível de exploração por conta da grande biodiversidade encontrada em Goiás. “A bioeconomia tem se fortalecido com a capacidade de gerar divisas e postos de trabalho”, sinalizou. 

Andrea Faria, gestora nacional da cadeia de valor de Energia Renovável do Sistema Sebrae, tratou da temática "Bioenergia: a atuação do Sebrae nacional no apoio ao desenvolvimento da cadeia de valor", voltada principalmente a atender às necessidades dos pequenos empreendedores. Ao fazer uso da palavra, um dos pontos ressaltados por ela está diretamente relacionado à elaboração de projetos e financiamentos, ao que assinalou a importância da organização em associações e cooperativas. Segundo a gestora, o Sebrae já atua junto a 36 plantas de produção de biogás em Goiás, a partir da produção leiteira, principalmente no município de Rio Verde. 

Entretanto, Faria pontua os desafios que precisam ser enfrentados, como a necessidade de composição de forças, implementação de políticas públicas e parcerias. Além disso, explica que ainda existe uma insegurança jurídica no que se refere à geração de bioenergia a partir de resíduos. Dentre as dificuldades apontadas pela gestora, está a realidade do desenvolvimento da cadeia de valor no que tange à diversidade de cada empresa. “Quem são, onde estão? Precisamos de uma escala de levantamentos para a elaboração dos projetos”, acentuou. 

Marduk Duarte, presidente do Conselho Temático de Agronegócios da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), abordou o tema "Bioenergia: potencial de desenvolvimento e projetos estratégicos para Goiás", principalmente do ponto de vista institucional. Duarte assinalou o interesse em ampliar o uso de bioenergia em Goiás e discorreu sobre as tratativas da instituição para esse fim. 

Além disso, o representante da Fieg fez um breve apanhado das ações da instituição a fim de que Goiás possa ser transformado em um estado silvícola, e ainda enumerou o potencial da implantação de plantas para a produção de celulose em território goiano. Ele apresentou algumas propostas, como a de que possam ser criadas plantas de produção, com a plantação de eucalipto no entorno da mesma, a fim de atendê-la com biomassa para a geração de energia. “Isso é importante para liberar energia para que outras empresas possam se instalar no estado”, explicou. 

Um ponto importante abordado por Marduk durante o evento é a atenção da Federação em trazer indústrias para cá com o intuito de implantar polos silvícolas com a geração de empregos, principalmente nas regiões Oeste, Norte e Nordeste do estado. Na ocasião, Duarte também anunciou o interesse da instituição em implantar um comitê voltado às energias renováveis, e a importância do fórum para oferecer o suporte técnico. “Precisamos de mais conhecimento técnico e acadêmico”, assinalou.  

Também participante do webinário, professor Carlos Rogério, da Universidade Federal de Jataí (UFJ), pesquisador sobre os produtores de carvão vegetal em Goiás. Essa pesquisa, segundo ele, tem o objetivo de levantar os nomes, município, quantidade média e destino do carvão vegetal produzido. “A partir desses dados, em um segundo momento, a ideia é, em parceria com a professora Cássia e o doutor Humberto, da Universidade Federal de Viçosa, trazer para nosso estado uma unidade demonstrativa do projeto forno-fornalha para capacitação dos produtores de carvão da nossa região”, explicou. 

Também participou dos debates, o doutorando Humberto Fauller, integrante do grupo de trabalho desenvolvido pela UFV no setor de carvão vegetal. Segundo ele, “na UFV fizemos uma parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, onde consolidamos o Projeto Siderurgia Sustentável”, assinalou. 

Além de mais de 70 pessoas presentes no evento, marcaram presença, Henrique Costa, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES); Ângelo Landim, diretor da Comigo; Luiza Godoi, da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Alego; Ricardo Cantaclaro, Marcos Frangnito, Luiz Gonçalves, Thawane Larissa, Antônio Talone Neto, Thais Oliveira, Leandro Gondim, Carlos Limas, Luana Morais, Carlos Rogério, Helton Chaves e Pedro Vilela.

Agência Assembleia de Notícias
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