Uma das maiores exposições agropecuárias do Brasil é em Goiás e ilustra a série É Coisa da Gente dessa semana

Quando o mês de maio desponta no calendário, duas presenças são esperadas ansiosamente, pela maioria dos goianienses: o friozinho, que chega antes do inverno e junto com ele, a Exposição Agropecuária do Estado, ou simplesmente, a Pecuária.
Antes mesmo do início da festa um movimento diferente muda a cara da Capital: bois, vacas, cavalos, porcos e outros animais, muitos premiados, famosos, caríssimos e com status de estrelas, “desfilam” pela cidade até chegarem ao Parque da Nova Vila, região Norte de Goiânia; o trânsito no entorno do local é totalmente modificado para atender ao aumento da circulação de veículos na região; independente das tendências do mundo fashion, as botas, chapéus, camisas xadrezes ou listradas é que mandam na moda. É um período realmente diferenciado no cenário urbano.
E diferente do que sugere o nome, a Exposição vai muito além do mundo agropecuário: ao longo das 74 edições realizadas, o evento foi sendo ampliado e, gradativamente, passou a oferecer atrações para públicos diversos, de todas as idades e classes sociais. Sem nenhum exagero, nas duas semanas de festa, o Parque de Exposições se transforma numa minicidade: são bares, restaurantes, agências bancárias, lojas, estúdios de emissoras de rádio e televisão, parque de diversões, tudo funcionando na área interna do evento. E à noite, as apresentações de artistas de diversos estilos, atraem milhares de visitantes e fazem da arena de rodeios do parque uma casa de shows a céu aberto.
Mas é claro que o grande apelo da Exposição são os eventos voltados para o universo rural, alguns, no entanto, chamam mais a atenção mesmo de quem não é familiarizado com o meio, como o Museu Agropecuário, onde há espaços montados que remetem à vida no campo na década de 30, além de outras tradições, como a fabricação de rapadura. Os visitantes podem acompanhar todo o processo desde o caldo da cana até o resultado final.
Outro espaço que encanta, especialmente as crianças, é a minifazenda com pôneis e outros animais pequenos, como porcos, cabras, ovelhas e bovinos que não passam de 80 cm. Isso sem falar nos rodeios, que também têm público cativo.
Quando se fala em negócios, as cifras são superlativas: na última edição, realizada em 2019, foram mais de R$ 200 milhões movimentados em leilões de animais, vendas diretas e prospecção em comercialização de veículos, insumos, material genético, sementes, julgamentos e outros.
História
A grandiosidade da Exposição Agropecuária não aconteceu do “dia para a noite”. Pelo contrário, o evento é um dos mais tradicionais e antigos realizados no estado, portanto com muita história para contar.
A primeira edição foi realizada em 1942, pela Sociedade Goiana de Pecuária, na época SGP (que depois adicionaria a Agricultura e se tornaria SGPA), como parte das comemorações da inauguração da nova capital. Evento grandioso, teve até a presença do presidente da República, Getúlio Vargas. Porém, até 1949, a exposição não passava de uma feira, realizada em espaços improvisados e instalações precárias, restrito a produtores e comerciantes de gado. Em 1950, com a inauguração do Parque de Nova Vila, passa a ser um grande evento de mostra de animais e de implementos agrícolas, além de ganhar novos contornos de uma festa popular.
E a festa cresceu, tanto que em 2019 levou cerca de 400 mil visitantes ao Parque de Exposições. Infelizmente a 75ª edição do evento, prevista para acontecer em 2020, foi cancelada, como milhares de outros eventos ao redor do mundo, por causa da pandemia do novo coronavírus e não há previsão para a realização da festa em 2021.
A Exposição Agropecuária integra a série “É coisa da gente” divulgada nas redes sociais da Alego, toda sexta-feira. A campanha mostra manifestações que acontecem ou tiveram origem no nosso estado.