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No Dia Nacional de Combate ao sedentarismo, autoridades alertam para necessidade da atividade física

10 de Março de 2023 às 09:30
No Dia Nacional de Combate ao sedentarismo, autoridades alertam para necessidade da atividade física

O sedentarismo é uma ameaça à vida, muitas vezes confundido com preguiça. A falta de atividade física atrapalha a saúde das pessoas ao impedir que tenham um estilo de vida saudável. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais sedentário da América Latina e ocupa a quinta posição no ranking mundial. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 47% dos brasileiros são sedentários. Já entre os jovens o número é maior e ainda mais alarmante: 84%. A fim de evidenciar a importância de manter o olhar sobre o tema, 10 de março é o Dia Nacional de Combate ao Sedentarismo. 

Por definição, a OMS considera sedentários adultos entre 18 e 60 anos, quando esses não realizam ao menos 150 minutos semanais, ou seja, 30 minutos, cinco vezes por semana, de atividade física de leve a moderada. É considerada sedentária a pessoa que se mantém muito tempo inativa, sem praticar exercícios físicos, e ainda aquelas que, apesar de realizarem algumas atividades durante o dia, como se locomover e trabalhar, não dediquem um período à prática de alguma modalidade esportiva ou treino em geral.

Defensor da prática esportiva como instrumento para melhorar a qualidade de vida da população, tramita na Assembleia Legislativa propositura de autoria do deputado Virmondes Cruvinel (UB). No projeto da Política Pública 50+ VIDA, em trâmite na Casa sob o nº 7002/21, o parlamentar propõe o desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades, no fortalecimento dos vínculos familiares e do convívio comunitário e na prevenção de situações de risco social.

A propositura é um reforço no combate ao sedentarismo por parte das pessoas com mais de 50 anos. "Ao propormos uma política de incentivo à integração e o desenvolvimento de atividades físicas, acreditamos que dessa forma seja possível contribuir com a melhoria da qualidade de vida da pessoa acima de 50 anos, da mesma forma que o envolvimento desse público em atividades esportivas e de lazer", ressalta Virmondes.

Atividade fundamental

Conforme explica o cardiologista e diretor de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lucas Nogueira Taveira Adorno, a atividade física é fundamental na vida de todo cidadão, já que o sedentarismo é uma condição que faz com que várias doenças oportunistas apareçam. 

Dentre as enfermidades, a principal é a obesidade, que tem como consequências doenças cardiovasculares e diabetes, além de outras. “O sedentarismo faz com que a população sofra, e causam várias doenças que podem levar a prejuízos danosos, além de atingirem jovens, adultos e população mais idosa”, afirma o cardiologista. 

“Acredito que nós temos que sensibilizar e agregar essas pessoas. Nós temos que sair dessa zona de sedentarismo, que provoca várias doenças”, alerta Adorno.

Algumas sugestões valem a pena serem seguidas enquanto prevenção para determinadas doenças que advém do sedentarismo:

1. Diabetes
A diabetes é provavelmente um dos grandes prejuízos causados em longo prazo por um cotidiano sedentário. Se você deseja se prevenir dessa doença complicadíssima, comece a se exercitar!
2. Câncer
Quem passa grande parte do tempo inativo tende a ter problemas com diferentes tipos de câncer, principalmente o de mama e o de cólon. Portanto, o cuidado começa com mais movimento. 
3. Envelhecimento precoce
É fato que as pessoas ativas tendem a viver por mais tempo e com mais jovialidade. Não por acaso, é comprovado cientificamente que algumas práticas podem reverter o envelhecimento.
4. Coluna e articulações
Problemas com a postura corporal são recorrentes em quem passa muito tempo sentado. Com isso, vem aquela incômoda dor na coluna.

Doenças interligadas

A obesidade e o sedentarismo são duas situações completamente associadas, já que pessoas obesas são, quase sempre, sedentárias. Entretanto, não é necessário sofrer com o excesso de peso para ser considerado alguém sedentário. Por isso, a OMS dividiu os níveis de sedentarismo em quatro graus distintos.  E, o 4º é a maior causa de mortes no mundo. Como é de se imaginar, quanto mais alto o nível, maiores os riscos.

Nível 1: Faz eventuais caminhadas no cotidiano, mas fica por isso mesmo. Nenhuma atividade realmente intensa é realizada;
Nível 2: Vai ao mercado, carrega algumas sacolas e nada mais. Dificilmente separa um tempo exclusivamente para movimentar mais o corpo. É um dos tipos de sedentarismo mais comuns, pois se caracteriza pelo fato de a pessoa costuma “evitar” a atividade física.
Nível 3: Se é possível evitar um esforço físico, você o faz. Prefere fazer tudo de carro e detesta carregar peso;
Nível 4: Mal se lembra quando foi a última vez que fez um exercício e passa o dia todo sentado ou deitado. Como as tarefas quase não exigem esforço, o gasto metabólico é mínimo, o que prejudica a saúde em geral.

Outra complicação está ligada aos ossos e às articulações em geral. Enfermidades, como a osteoporose, são mais frequentes nos sedentários.

Promoção e prevenção

Para o diretor de Saúde, o sedentarismo tem várias causas, desde aquelas geradas pela rotina da vida moderna, que proporciona às pessoas o hábito de permanecerem sentadas por um longo período de tempo, ao celular, computador ou televisão, além de o fato de muitas optarem por utilizarem sempre carro para locomoção. 

O cardiologista também aponta a questão dos hábitos alimentares como um outro fator agravante dos problemas de saúde, em conjunto com o sedentarismo. “A partir de então, entram numa zona em que as doenças oportunistas aparecem”, pontua. 

“Eu sempre digo, tem que ter equilíbrio. O sedentarismo leva às doenças que já mencionei. As pessoas procuram médico, tomam medicações e cada vez mais, a ação é na consequência, que é medicar as pessoas. E cada vez, com o tempo passando, as medicações são adicionadas, mas a causa, que é o sedentarismo, não é combatida”, ressalta Lucas.

Para o diretor, a partir do momento que se faz uma promoção de saúde, com prevenção ao sedentarismo,  “o melhor é sair mesmo da zona de conforto do sedentarismo, é fazer as atividades físicas necessárias, sensibilizar a população de que é necessário, durante seu dia a dia, mesmo com a correria, com a modernidade e com a tecnologia, que nos proporciona, fazer o mínimo de atividade física diária”, orienta. 

Livre do sedentarismo

Após conhecer quais são os males que o sedentarismo é capaz de causar em sua vida, é importante seguir as recomendações para reverter esse cenário. Algumas dicas práticas podem ajudar a escolher a melhor forma de retomar as atividades físicas.  Se utiliza transporte público para ir ao trabalho, desça alguns pontos antes. Os minutinhos de caminhada não resolvem o problema, mas já ajudam um pouco.

Fazer algo que gosta também é importante. Se não gostar de musculação, tudo bem, não há nenhum problema nisso. No entanto, é quase impossível que não exista nenhuma prática que lhe agrade.

Experimentar diferentes modalidades esportivas pode ser uma alternativa, até descobrir com qual se identifica mais. Ao fazermos algo que gostamos, essa atividade se torna um momento de prazer, ótimo aliado para detonar o estresse.

Além disso, se você gosta mesmo de um exercício, é bem provável que os pretextos e a preguiça não acabem com a sua motivação. Veja algumas sugestões: 

HIIT -  Treino intervalado de alta intensidade;
Danças;
Lutas;
Ginástica;
Natação;
Musculação;
Pilates;
Yoga;
Ciclismo;
Corrida.

Agência Assembleia de Notícias
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