Deputados começam a apreciar veto do Governador ao projeto que instituiu Calendário de Produção da Agricultura Familiar de Goiás
Já está tramitando, na Assembleia Legislativa de Goiás, matéria que trata do veto do governador Ronaldo Caiado ao autógrafo de lei nº 18 que instituiu o Calendário de Produção da Agricultura Familiar do Estado de Goiás.
O projeto de lei, que deu origem ao autógrafo, é de autoria do deputado Wagner Camargo Neto (Solidariedade), e tinha como objetivo principal que o calendário servisse de guia para a compra de produtos da agricultura familiar, ao trazer informações sobre o tipo de cultura produzida, a região atendida pelo produtor, a época prevista da colheita e a quantidade estimada da produção.
O projeto também previa que o calendário teria a participação de agricultores familiares e empreendedores familiares, assentamentos de reforma agrária, comunidades tradicionais e indígenas, fornecedores de gêneros alimentícios certificados como orgânicos ou agroecológicos e organizações com maioria de agricultores familiares em seu quadro de sócios.
Ao justificar o veto, o governador alegou que atendeu às recomendações da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA).
Segundo ofício enviado à Alego, a Governadoria informou que a Emater apontou, como principal argumento, que a proposta é vaga quanto à sua implementação. E completou destacando que “a matéria deveria ser discutida com os órgãos competentes, para as sugestões, os custos e os benefícios das medidas propostas serem analisados e para haver a devida comprovação da necessidade do que se quer implementar". Além disso, a agência informou não existirem evidências da relação do que se propõe com as políticas citadas no Programa Nacional de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA).
Já o parecer da Seapa argumentou que não é possível identificar a correlação entre o calendário proposto e os programas do Governo Federal já existentes. Além disso, considerou que seria necessário um estudo de impacto quanto à forma de apresentação e divulgação do calendário para maior entendimento por parte da sociedade em geral. Outra alegação da Secretaria de Agricultura é de que o PAA estadual não foi mencionado na proposta, mesmo com sua grande importância na comercialização da produção e na geração de renda da agricultura familiar, cuja implementação é feita por meio de parceria entre o Governo de Goiás e o Governo Federal.
O projeto do veto ao autógrafo de lei já chegou à Comissão de Constituição e Justiça da Casa e deve ser distribuído nas próximas reuniões do colegiado.