Arcebispo destaca que atual Campanha da Fraternidade é a terceira norteada pelo tema da fome
Na sessão solene que ocorre no plenário Iris Rezende nesta sexta-feira, 31, em homenagem à Campanha da Fraternidade de 2023, o arcebispo metropolitano de Goiânia, Dom João Justino, ressaltou ser esta a terceira vez que a campanha trata da fome. Anteriormente, lembrou, o tema norteou a iniciativa em 1975 e em 1985.
“Alguns se indagam por que a igreja faz uma campanha da fraternidade”, disse o arcebispo, destacando que nas redes sociais há quem afirme que a campanha foge do sentido quaresmal ou simplesmente questione iniciativas sociais. “É importante aqui repetir o óbvio. A fraternidade está no DNA do cristianismo. Jesus viveu e pregou a fraternidade”, enfatizou.
Dom João Justino enumerou uma série de indicadores não apenas da fome, mas também de tópicos como insegurança alimentar e hídrica e trabalho análogo à escravidão.
O arcebispo frisou, por exemplo, que além de 858 mil goianos passando fome, 901 mil enfrentam insegurança alimentar moderada, números que contrapôs às safras cada vez mais expressivas em Goiás: “Não podemos aceitar este contraste de ser um estado produtor de grãos para o mundo e ter cidadãos goianos passando fome. A mesma inteligência humana que opera em favor do agro precisa operar em favor da alimentação para todos”, afirmou.
Com o desmatamento do Cerrado, pontuou ainda, há ameaça de oferta de água em 119 municípios goianos, e em 20 anos 60% da população do estado corre o risco de ficar sem água.
O arcebispo encerrou sua fala conclamando os deputados estaduais a trabalharem em prol do combate a esses problemas.