Campanha da Fraternidade

Foi realizada na manhã desta sexta-feira, 31, no plenário Iris Rezende, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), uma sessão solene em razão da Campanha da Fraternidade 2023, cujo tema é “Fraternidade e Fome”. O deputado Antônio Gomide (PT) foi o propositor da solenidade, que contou com a participação de membros da Igreja Católica, parlamentares, representantes da sociedade civil e de mais de 117 paróquias.
O presidente da Alego, deputado Bruno Peixoto (UB), abriu o evento e compôs a mesa dos trabalhos juntamente com os deputados Antônio Gomide e Veter Martins (Patriota). Fizeram parte da mesa, ainda, o arcebispo metropolitano de Goiânia, Dom João Justino; o bispo auxiliar de Goiânia, Dom Levi Bonatto; o secretário-geral da sociedade goiana de cultura e ex-diretor da PUC, professor Wolmir Therzio Amado; o pároco da catedral metropolitana de Goiânia e Vigário-Geral, padre Carlos Gomes; o pároco da Igreja Nossa Senhora de Fátima, Padre Gil; o diretor da Santa Casa de Misericórdia de Anápolis, padre Cleiton Bérgamo; e o presidente da Associação Beija-flor e pároco da paróquia Nossa Senhora Aparecida, padre Vilmar Barreto.
Durante o evento, o deputado Antônio Gomide (PT) destacou a importância da Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é a fome. Gomide enfatizou que a falta de alimentos não é o problema, uma vez que o Brasil começa a colher a maior safra de grãos da história, com previsão de 300 milhões de toneladas. O deputado ressaltou que, na verdade, o problema está na falta de justiça social, solidariedade, políticas públicas e um governo que coloque os pobres no coração do orçamento. Ele ainda citou as palavras do Papa Francisco, que tem insistido sobre a importância da Campanha da Fraternidade para a humanidade.
O deputado Veter Martins (Patriota), por sua vez, elogiou a iniciativa por trazer à tona assuntos cotidianos tão importantes quanto a fome. Ele destacou a importância da solidariedade e da fraternidade na luta contra a fome e mencionou Santo Agostinho: “Com a caridade o pobre é rico e sem a caridade o rico é pobre”.
O secretário da Sociedade Goiana de Cultura e ex-diretor da PUC-GO, professor Wolmir Amado, também destacou a importância da campanha no combate à fome e na formação da cidadania. Ele ressaltou a atuação de milhares de pessoas que trabalham anonimamente no âmbito da arquidiocese do estado e do país, visitando famílias, idosos e crianças em situações vulneráveis. O professor chamou a atenção para a importância de uma atuação permanente da igreja através das pastorais sociais.
O arcebispo metropolitano de Goiânia, Dom João Justino, ressaltou que esta é a terceira vez que o tema da fome norteia a iniciativa, sendo abordado anteriormente em 1975 e em 1985. Ele destacou que a fraternidade está no DNA do cristianismo e listou diversos indicadores preocupantes relacionados à fome, insegurança alimentar e hídrica, além do trabalho análogo à escravidão. Dom João Justino conclamou os deputados estaduais a trabalharem em prol do combate a esses problemas, lembrando que a mesma inteligência humana que opera em favor do agronegócio precisa operar em favor da alimentação para todos.
O ex-prefeito de Goiânia e professor Pedro Wilson convocou a comunidade eclesial, poderes constituídos e a sociedade a combater a fome e a miséria, colocando em prática a campanha deste ano de forma permanente. Durante a solenidade, Wilson abordou a questão da fome em diversos contextos históricos, incluindo os índios Yanomamis, refugiados de guerra e brasileiros sem acesso a alimentos. O ex-prefeito destacou que 1 bilhão de pessoas no mundo passam fome enquanto milhares de toneladas de comida são desperdiçadas diariamente. Ele espera que a Campanha da Fraternidade deste ano tenha um impacto duradouro na sociedade.
O evento contou, também, com a participação especial do grupo Louvor e Voz, da Paróquia São João Batista, do setor Garavelo. O grupo, formado por jovens católicos, levou emoção e louvor durante a solenidade que aconteceu em razão do tema da campanha da fraternidade em 2023.