CCJ aprova projeto que prevê reserva de vagas para pessoas negras em concursos públicos
Durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça desta terça-feira, 11, realizada neste momento, o colegiado aprovou o parecer favorável do relator, deputado Talles Barreto (UB), ao projeto nº 110/23, de autoria do deputado Karlos Cabral (PSB). A matéria prevê estabelecer a reserva, para candidatos autodeclarados negros e pardos, de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para o provimento de cargos efetivos e de empregos públicos em Goiás.
Karlos Cabral registrou a presença na reunião de várias pessoas que militam no movimento negro em Goiás, como João Ivan, Jefferson Azevedo e Leandro Dias.
Durante a discussão da matéria, o deputado Mauro Rubem (PT) manifestou seu voto favorável e elogiou a iniciativa de Cabral. “Temos uma dívida histórica com os negros desse país. Essa seria apenas uma pequena reparação. Estive com várias pessoas do movimento negro preocupadas com a aprovação dessa matéria. Que ela seja rapidamente aprovada em Plenário”, afirmou o parlamentar.
O projeto determina a obrigação sempre que o número de vagas oferecidas for igual ou superior a três em certames realizados pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O objetivo é criar uma política pública que possibilite maior inserção social dos negros e negras em Goiás.
“Segundo o censo 2010, a população parda e negra em Goiás constitui 56,2% do total. Entretanto, o percentual de servidores negros e negras na Administração Pública Estadual não reflete a composição racial da população de nosso estado”, afirma o parlamentar.
A iniciativa é uma adaptação da Lei Federal nº 12.990/14, que estipula a reserva de vagas para o mesmo público em processos seletivos realizados pela administração pública federal direta e indireta.
A reserva de vagas proposta por Cabral terá validade de dez anos e o texto propõe, ainda, que seja realizada uma avaliação dos resultados após o referido período. “Espera-se que a proposta constitua avanço significativo na efetivação da igualdade de oportunidades e que os quadros dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário passem efetivamente a refletir a diversidade existente na população”, conclui.