A representante da Coletiva das Mulheres Indígenas, Negra e Quilombolas do Estado de Goiás, Evelin Tupinambá, presente na audiência pública em alusão à semana dos Povos Indígenas, compartilha suas experiências e opiniões sobre a realidade dos povos indígenas em Goiás.

Evelin Tupinambá, professora de Geografia e pesquisadora, ressaltou a importância de incluir as crianças indígenas na discussão: "É  muito importante e necessário mais inclusão com as nossas crianças". Ela também mencionou a falta de conhecimento sobre os povos indígenas em Goiás. "Quando eu tenho essa experiência de dar aula numa escola não indígena, eu percebi no imaginário dos meus alunos é que eles desconhecem os povos indígenas aqui de Goiás".

Evelin abordou o desafio que indígenas enfrentam ao morar em áreas urbanas e a dificuldade no acesso à saúde, exemplificando com a questão da vacinação. "Nós sofremos uma violência muito grande porque, para o governo, por não estarmos em nosso território, não temos direito à prioridade de vacinação". Ela também denunciou a negação do direito à educação para sua filha, mesmo estando previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A representante destacou, ainda, a violência sofrida pelas mulheres indígenas, que muitas vezes não são contempladas pela legislação. "A lei que está aqui para defender as mulheres brancas acaba muitas vezes não contemplando nossos povos justamente por conta das nossas especificidades". Evelin mencionou a proposta da Coletiva em acolher essas mulheres, mas enfatizou a necessidade de políticas públicas efetivas neste sentido.

Em sua participação, Evelin Tupinambá pediu por "encaminhamentos mais concretos sobre esses direitos: o direito à escola, o direito à alimentação, o direito ao trabalho e o direito à saúde". A audiência pública busca debater e evidenciar as questões enfrentadas pelos povos indígenas no estado de Goiás, destacando a importância do respeito e da inclusão dessas comunidades.