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A violação dos direitos humanos foi um dos assuntos debatidos na manhã desta 6º-feira na I Jornada Social de Goiânia

05 de Maio de 2023 às 12:00
Crédito: Maykon Cardoso
A violação dos direitos humanos foi um dos assuntos debatidos na manhã desta 6º-feira na I Jornada Social de Goiânia
l Jornada Social de Goiânia, construindo redes de proteção social (palestra da tarde)

A Primeira Jornada Social de Goiânia, cujo objetivo é construir redes de proteção social, segue sua programação ao longo desta sexta-feira, 5, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). O evento ocorre no auditório Carlos Vieira, do Palácio Maguito Vilela. No início das atividades, a companhia circense Laheto, cuja sede fica localizada no Jardim Goiás, em Goiânia, fez uma apresentação com malabarismos e muita diversão.

Pela manhã, os participantes puderam assistir a duas palestras. A primeira foi ministrada pelo diretor da Proteção Social Especial da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social de Goiânia, Joseleno Vieira dos Santos, e teve como tema “Que Serviço de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) queremos? ”.

Na oportunidade, o palestrante comentou sobre o conceito e a definição de direitos humanos e falou, ainda, sobre a violação desses direitos. Joseleno, que também atua com psicologia social, convidou os presentes a indagarem sobre o que significa um PAEFI e se o serviço é o desejo de uma sociedade. Segundo ele, a existência de um serviço de atendimento especializado pressupõe que a violação de direitos humanos ainda é uma triste realidade. Por isso, ele salientou que sua atuação é guiada pela desconstrução da violência. “Dentro do nosso trabalho, a gente implementa as transformações sociais. Todas as violências são demarcadas pela exclusão social e econômica, pelo gênero, e pela raça e etnia. Um PAEFI estruturado precisa atuar fortemente nessas três áreas”, disse.

Joseleno salientou que o Brasil sempre foi adepto das declarações universais que garantem direitos fundamentais e de atenção especial aos mais vulneráveis. Assim, sempre ouve uma preocupação no âmbito federal no desenvolvimento de políticas públicas e programas em defesa das minorias, como é o caso do PAEFI. Ao retomar o tema da palestra, “Que PAEFI queremos?”, ele concluiu que deseja um programa capaz de mitigar as violências a partir de uma assistência efetiva, educacional e terapêutica, capaz de transformar a sociedade.

Após a palestra inicial, houve uma pausa para um coffe break onde os participantes puderam socializar e repor suas energias para o resto da programação. Num segundo momento, foi a vez de Márcia Pádua Viana, coordenadora geral de proteção social de média complexidade da Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome fazer uso da palavra. A secretária explanou sobre o tema “A proteção especial e os desafios do trabalho qualificado nos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Durante sua fala, ela apontou que é importante aos prestadores de serviço social terem ciência de que não basta falar para os pares. Ela observou que é preciso estabelecer vínculos com os mais vulneráveis e ressaltou que essa condição de solidão ocasiona outras formas de exclusão. A palestra ainda observou que desigualdade é um tema que transcende as questões econômicas. “Quando a gente fala de desigualdade, não é apenas de renda. É também de vivência, de oportunidades, de acesso a bens culturais imateriais, por exemplo”, disse. Assim, Márcia apontou que a assistência social articula a concessão de benefícios e serviços quando o Estado não consegue atender a demanda.

Márcia definiu que o trabalho do assistencialismo social precisa ser coletivo e contemplar a sociedade no geral. “É preciso estar disponível para a população, com uma agenda clara e equipes multidisciplinar”, pontuou. Ela concluiu que os ambientes físicos de assistência social não são convidativos pois muitas pessoas ainda são estigmatizadas a pensarem que podem perder a guarda de seus filhos ou enfrentar ações judiciais por acharem que seu papel enquanto família está falho. Assim, ela reiterou a necessidade de um trabalho de acolhida, para escutar e entender, de modo a evidenciar o cerne de trabalhos sociais. “A escuta é nossa forma primordial de trabalho e isso precisa estar presente desde o primeiro momento. Somos técnicos, temos uma equipe de referência. Só precisamos de uma agenda bem definida”, concluiu.

O evento segue ao longo da tarde de hoje, com as rodas de conversa  "As violações de direitos e os serviços ofertados no CREAS: como executar os fluxos de trabalho", mediado pela coordenadora do CREAS, Simone dos Santos Abadia, e com as convidadas Thayssa Pessoa, que é assistente social e a presidente da Comissão de Assistência Social do Conselho Regional de Psicologia da 9ª região, Mirelly Conceição do Carmo; e "As violações de direitos e os serviços de acolhimento: a interface da assistência social na justiça", mediado pela assessora técnica da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social de Goiânia, Rejane Coelho dos Santos, e com os convidados João Pedro Carvalho Garcia, que é defensor público da 3ª Defensoria Especializada da Infância e Juventude da Capital, além da assistente social do Setor de Acolhimento Institucional do Juizado da Infância e Juventude de Goiânia, Vanessa Maria dos Santos. 

Agência Assembleia de Notícias
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