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De vítima a defensora da mulher. Em entrevista à TV Alego, Dra. Cristina fala como transformou dor em ação a favor das mulheres

16 de Junho de 2023 às 09:00
Crédito: Maykon Cardoso
De vítima a defensora da mulher. Em entrevista à TV Alego, Dra. Cristina fala como transformou dor em ação a favor das mulheres
Programa Alego Mulher entrevista Dra. Cristina

Uma mulher resiliente com uma história inspiradora. Assim é apresentada a personagem central do programa Alego Mulher deste sábado, 17, Dra. Cristina. Em conversa com as jornalistas Daniela Melo, Honória Dietz e Monalisa Carneiro, a atual secretária de Projetos Especiais da Procuradoria da Mulher desta Casa de Leis falou sobre como transformou sua história de sobrevivente da violência doméstica em motivação para lutar pelos direitos das mulheres em todo o país.

Nascida no interior do Paraná, Cristina Lopes Afonso, ou simplesmente Dra. Cristina, é fisioterapeuta, foi secretária de Direitos Humanos de Goiânia e vereadora da capital por dois mandatos. Os pais sempre estimularam sua autonomia e independência e, assim, ingressou na Universidade Federal do Paraná ainda com 15 anos. Formou-se em 1985 e logo foi aprovada para uma pós-graduação na Alemanha, mas uma tragédia mudou completamente o rumo de sua vida.

Em fevereiro de 1986, o então parceiro de Dra. Cristina ateou-lhe fogo, uma agressão que resultou em queimaduras graves em mais de 85% de seu corpo. Na época, os médicos não acreditaram na possibilidade de melhora e declararam a morte como certa, mas a família de Dra. Cristina resolveu trazê-la para o Hospital de Queimaduras em Goiânia. Contrariando as expectativas, ela passou meses em tratamento e conseguiu se curar.

“Esse homem nunca havia me agredido fisicamente, a violência psicológica era intensa, mas não havia a física até então. Hoje, sou questionada sobre o porquê não ter abandonado o relacionamento antes do ataque, mas nunca é tão simples assim”, explica. Segundo ela, qualquer mulher está sujeita a ser vítima de violência, independentemente de classe social ou nível de instrução.

Após se recuperar, Dra. Cristina resolveu estudar fisioterapia e se especializou no cuidado às vítimas de queimadura. Além disso, começou sua luta por justiça. “Ainda não existia legislação específica contra violência doméstica nos anos de 1980. A revolta de ver que meu agressor não foi preso imediatamente foi o que motivou minha dor a virar trabalho em prol de todas as mulheres”, conta.

A agressão sofrida por Dra. Cristina ganhou repercussão na mídia  nacional e internacional, o que contribuiu para que a opinião pública pressionasse o Judiciário. Em uma decisão histórica para o período, o homem que cometeu a violência foi condenado à prisão. “O caso abriu um precedente na Justiça brasileira e virou jurisprudência para decisões semelhantes em tribunais por todo o país”, detalha. A pena foi considerada um marco na luta da violência contra às mulheres e serviu de base para elaboração da Lei Maria da Penha, referência nas faculdades de Direito até hoje.

Vida política

Após esse episódio, Dra. Cristina passou a se engajar ativamente na defesa das vítimas de violência doméstica, mas esbarrou, segundo ela, na escassez de políticas públicas eficientes. Por isso, decidiu que sua atuação política como membro da sociedade civil não era suficiente e foi em busca de uma vaga no Legislativo municipal, onde permaneceu por oito anos.

Seu desafio atual é comandar a Secretaria de Projetos Especiais da Procuradoria da Mulher na Alego.  “Estou muito feliz com a oportunidade, sei que a Procuradoria é uma demanda das deputadas daqui há anos. Juntas, vamos desenvolver uma série de projetos e campanhas para o apoio às mulheres”, promete.

A entrevista completa vai ao ar neste sábado,17, ao longo da programação da TV Alego, no canal 32.1 da TV aberta. Ou, então, no canal da emissora no YouTube.

Agência Assembleia de Notícias
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