Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa realizou fórum sobre a contribuição do motociclismo ao turismo

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) foi palco, na noite dessa segunda-feira, 4, de debate sobre a contribuição do motociclismo ao turismo goiano. O fórum de discussão sobre o assunto foi promovido pelo presidente da Comissão de Turismo da Casa de Leis, deputado Coronel Adailton (Solidariedade). Diversos grupos organizados do segmento, além de autoridades da área do turismo, participaram do encontro no principal auditório do Legislativo goiano.
A abertura do encontro foi realizada pela banda Casa de Leis, composta por servidores do Poder Legislativo goiano. Antes de dar início aos debates, Adailton explicou à imprensa a necessidade de se valorizar a categoria que pratica o turismo “da melhor qualidade” no Estado. “Queremos trazê-los para cá, para junto da Comissão de Turismo, para junto do Estado e todos os órgãos que compõem o sistema de turismo goiano.”
Integração
O parlamentar esclareceu que o evento não foi proposto com o intuito de atender exclusivamente aos clubes de motociclismo. “Este é um evento voltado à integração de quem gosta do motociclismo. Às categorias que se apresentaram, voluntariamente, agradeço muito e ainda à participação de cada um dos motoclubes, mas é preciso entender o título do nosso seminário: a participação do motociclismo no turismo goiano. Isso quer dizer que todas as vertentes são bem-vindas, todas as categorias, sem exceção.”
O encontro se revelou importante para esclarecimento da influência da atividade na economia goiana, bem como para discussão das diferentes formas de impulsioná-la. Levantamento recente demonstra que são mais de 100 motoclubes apenas em Goiás. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-GO) registra mais de 900 motos, acima de 400 cilindradas, o que gera arrecadação aos cofres públicos de mais de R$ 33 milhões anuais. Esse montante, vale destacar, impacta de forma positiva outros setores da cadeia produtiva dos negócios turísticos.
O movimento dos motociclistas nas estradas goianas tem participação efetiva nos números da economia do turismo. O debate objetiva despertar os vários setores e destinar a atenção especial a esse segmento, a fim de gerar segurança e bem-estar aos participantes.
Reivindicações
Durante o encontro, foram destacadas diferentes necessidades. Ao falar sobre o assunto, o capitão de estrada do Moto Clube Nacionaes e capitão da Polícia Militar de Goiás (PMGO), capitão Lustosa, explicou que os números comprovam a contribuição do motociclismo com a sociedade goiana. “Temos mais de 40 eventos no ano. São, em média, quatro por mês. Tivemos, por exemplo, o Parada Obrigatória na cidade de Morrinhos. Esse encontro reúne 25 mil motociclistas em Morrinhos. Logicamente, temos ali mais de 35 mil pessoas porque a maioria viaja com garupa. Se considerarmos que cada um gasta, ao longo dos três dias de evento, R$ 200, teremos na economia de Morrinhos um investimento de R$ 5 milhões. Isso sem considerar as atribuições indiretas, como abastecimentos, gastos com borracharia, manutenção, dentre outros.”
Segundo o motociclista, a capacidade dos hotéis tem se revelado estrangulada. “Por isso, já fica nossa sugestão para que as autoridades possam disponibilizar áreas de camping em dias de grandes eventos. Não pedimos tapete vermelho, mas coisas simples, como uma escola, um campo de futebol, uma quadra que não está em uso para montarmos nossos acampamentos”, explicou.
Também foi defendida a destinação de bombas exclusivas em postos de gasolina em dias de grandes eventos, além de vagas destinadas às motocicletas em hotéis. Outro ponto considerado foi a possibilidade de cabines exclusivas para motos em pedágios. “Enquanto não conseguimos nossa isenção tão almejada, pedimos pelo menos cabines exclusivas. Isso mantém os motociclistas longe das pistas sujas em função do óleo e longe de caminhões, o que ajuda, inclusive, a preservar vidas.”
Mão amiga
Em nome do Governo de Goiás, o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, agradeceu a oportunidade de participar do evento e se inteirar das necessidades do segmento. “A moto está no meu coração. Acredito muito em tudo o que foi apresentado aqui. Quantas milhares de pessoas, inclusive, vivem das motocicletas para levar o pão para casa? Por isso, precisamos de uma visão sistêmica do que pode ser feito enquanto política pública, que não é sinônimo apenas de evento".
Ele falou sobre a necessidade de se formular, com clareza, as necessidades e entender, de igual modo, as responsabilidades de cada um. “Precisamos de uma estratégia muito bem definida nos pedidos. Abri, por exemplo, um edital de R$ 5 milhões e devolvi R$ 3 milhões. Alguma coisa está errada. O Estado tem que gastar o dinheiro, o dinheiro tem que circular. A gente está apoiando e aí fica o dever de casa para cada um, pois esse dinheiro poderia ser aplicado ao motociclismo”, disse o titular.
Fabrício se comprometeu a receber os representantes do movimento na sede da pasta para que, juntos, possam construir os projetos para atender as demandas dos grupos. “Vamos discutir o que queremos e o que é possível fazer para 2024, por exemplo”, instigou.
Passaporte
Adailton também apresentou, dentre as possíveis soluções para valorização dos motociclistas, a criação de um passaporte para a categoria. A ideia é que informações possam ser compartilhadas entre os 'irmãos da estrada', bem como manter um registro das peregrinações dos motociclistas por pontos estratégicos do território goiano.
Além das autoridades citadas, compareceram ao encontro o comandante do Giro [Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva] da PMGO, tenente-coronel Alex Jorge das Neves; o presidente do Conselho Federal de Turismo, Ricardo Rodrigues; o comandante da Guarda-Civil Metropolitana de Goiânia, comandante Pires; a representante do Sebrae Goiás, Priscila Vilarinho além de outras autoridades.