A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) homenageou engenheiros em sessão solene na noite dessa quinta-feira, 26, no Plenário Iris Rezende Machado. Por proposta do deputado Lineu Olimpio (MDB), a sessão celebrou o Dia do Engenheiro Civil, que é comemorado, nacionalmente, no dia 25 de outubro.

A mesa dos trabalhos foi conduzida por Lineu Olimpio, que foi composta ainda: pelo presidente da Câmara de Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e diretor da Comissão de Materiais e Tecnologia, Qualidade e Produtividade do Sinduscon-Goiás, Sarkis Nabi Curi, pelo conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, Saulo Vicente Pereira, pelo diretor de planejamento da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes de Goiás (Goinfra), Riumar dos Santos, pelo presidente da Construtora CNC, Maurício Carrijo Gomes, e pela coordenadora e professora do curso de engenharia civil do Instituto Federal de Goiás (IFGO), Matilde Batista Melo, além do deputado Renato de Castro (UB) e sua esposa Igara Borges de Castro.  

Os prefeitos das cidades de São Luiz do Norte, Elieudes Dias de Moraes (UB), e de Mutunópolis, Luiz Martins de Oliveira (MDB), também marcaram presença na solenidade.

Em seu discurso, Olimpio ressaltou a alegria de poder homenagear colegas de profissão, especialmente sendo ele o único representante da categoria entre os deputados estaduais. Ele lembrou da evolução da engenharia, principalmente nos séculos 19 e 20, que impactou na vida de todos os cidadãos.

“Na tecnologia, na execução da área de estradas em Goiás e no Brasil, na construção de grandes edifícios, que nós podemos constatar aqui no nosso Estado, através de empresas privadas. E também de grandiosas obras públicas, pontes, viadutos ferrovias, temos que parabenizar muito essa nossa categoria”, pontuou Olímpio.

Ele afirmou que a profissão de formação complementa a atividade política, dando mais serenidade, alinhamento e prumo para que possa cumprir a função de legislar.

O legislador citou a contribuição dada por sua profissão quando exerceu a presidência da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab. “Fui o responsável por iniciar no Brasil o Plano Nacional de Armazenagem, onde a indústria da construção civil foi a responsável por termos hoje a quantidade de armazéns distribuídos por nosso país. Praticamente em todas as cidades onde andamos, verificamos essas construções.”  

Em seguida, o representante da Fieg, Sarkis Curi, usou a tribuna para discursar. Ele disse que um dos desafios dos engenheiros construtores é industrializar a cadeia da construção civil. E revelou que foi lançado na Fieg o Programa de Industrialização das Obras Verticais. Curi informou que foram elencados 12 projetos para atingir esse objetivo. E citou como exemplo a construção de paredes externas de prédios, cuja colocação de blocos cerâmicos é feita, até hoje, artesanalmente.

O líder classista ainda pontuou outros desafios que estão sendo enfrentados pela categoria e convidou todos os prefeitos para integrarem, junto com a cadeia produtiva da construção civil, um projeto para enfrentamento de uma dessas dificuldades, que é falta de profissionais. O programa consta do cadastro de pessoas vulneráveis que recebem benefícios sociais, para que possam se capacitar, com cursos oferecidos pelo Senai e que, posteriormente, serão empregadas pelas empresas de construção. “São esses programas que nós, engenheiros, estamos lançando, que vai mexer na vida das pessoas. Eu acho que isso é uma obrigação nossa.”

O diretor de planejamento da Goinfra, Riumar dos Santos, após fazer um histórico da engenharia, lembrou das diversas realizações da engenharia, desde a criação da roda, há 6 mil anos, na Mesopotâmia, dando destaque à evolução do setor no Brasil. E resumiu como a engenharia está ligada ao cotidiano de tudo e de todos: “Nasce a roda, nascem os portos, os túneis. Nascem também os prédios, as escolas, os hospitais, as casas, os shoppings, os estádios, as ferrovias, os aeroportos. Nascem os canais, os foguetes, nascem os celulares, nasce a televisão, os carros, as cirurgias médicas, nasce a aviação, os computadores. Viva a engenharia civil”!

O deputado Renato de Castro sublinhou que é economista por formação, mas que sabe da importância da engenharia, já que acredita que todas as áreas de desenvolvimento necessitam do profissional do setor, especialmente na infraestrutura, que é o grande indutor de crescimento do país.

Ele disse que a engenharia também ajuda a salvar vidas. “Imagina se não fosse a engenharia sanitária, para tratar os dejetos, como seria? Se não fosse o asfalto, todo mundo vivendo na poeira, como seria? Então o engenheiro tem o meu respeito, porque o desenvolvimento do país passa pela engenharia. Meus parabéns a todos vocês.”

Em seu discurso em nome dos homenageados, a coordenadora e professora do curso de engenharia civil do IFG, Matilde Batista Melo, pontuou que percebe, ao longo da jornada profissional, que todos que entram para a profissão têm o objetivo de mudar o espaço em que estão e buscar soluções para os que estão em sua volta. “Eu falo isso para os meus alunos: nós trabalhamos com o ato de engenhar. As pessoas pedem: temos um problema, gostaríamos de chegar a essa solução. Nós, engenheiros civis, falamos o quê? Ok. Nós vamos procurar, nós vamos trabalhar uma solução, vamos engenhar essa solução e vamos executar isso daí.”

A docente pontuou que os engenheiros atuam tanto do ponto de vista individual, construindo casas, como no coletivo, ao trabalharem para as cidades, estados e para seus países.

Matilde Melo também chamou a atenção para o papel das universidades no desenvolvimento de novas tecnologias e materiais. “As universidades estão sempre abertas para todas as esferas, de todas as classes, seja ela pública ou privada, seja do Poder Legislativo, do Executivo, ou do Judiciário, para que nós continuemos trabalhando as técnicas, a ciência, os materiais para construir, edificar e apresentar para a nossa sociedade algo melhor do que já temos.”

Para encerrar a solenidade, 52 profissionais de engenharia receberam o Certificado do Mérito Legislativo.  

A data

O 25 de outubro é dedicado ao engenheiro civil em função de uma lei federal de 2016. A data coincide com a canonização do frei paulista Antônio de Sant’Ana Galvão, pela Igreja Católica em 2007. Frei Galvão foi o idealizador e construtor de um mosteiro, localizado no bairro da Luz, na cidade de São Paulo. Em 2008, o religioso foi titulado como engenheiro honoris causa, em uma homenagem realizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de São Paulo (Crea-SP).

Após esse reconhecimento, houve a proposta de instituir-se o dia do engenheiro civil no mesmo dia em que o frade foi canonizado. A lei que criou o Dia do Engenheiro Civil também instituiu Frei Galvão como o Patrono da Construção Civil.