Por iniciativa do deputado Mauro Rubem (PT), a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) realizará, neste domingo, 19, sessão solene em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra. O encontro terá lugar no Plenário Iris Rezende, com início às 9 horas. 

O parlamentar afirma, em sua justificativa, que ainda há muito por fazer, mesmo com muitos avanços importantes na legislação brasileira, para que se construa, no Brasil, uma sociedade na qual vidas negras valham tanto quanto vidas brancas e que as oportunidades sejam iguais para todas as pessoas, sem discriminação ou preconceito racial.

Mauro Rubem reconhece, porém, que muito trabalho está sendo realizado por diversos atores sociais que contribuem para colocar em prática tudo aquilo que está no papel, seja no campo jurídico, seja no espaço das políticas públicas. “São essas pessoas guerreiras que iremos homenagear no próximo domingo”.

O deputado anota que o Dia Nacional da Consciência Negra é uma data de celebração e de conscientização sobre a força, a resistência e o sofrimento que a população negra viveu no Brasil, desde a colonização. Durante o período colonial, aproximadamente 4,6 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil, para servirem na condição de escravizados, trabalhando primeiramente em lavouras de cana-de-açúcar e no serviço doméstico, e, posteriormente, na mineração e em outras lavouras.

Tratamento degradante

O parlamentar pontua que a condição de vida dos africanos e dos negros escravizados nascidos no Brasil era extremamente precária. Além de serem submetidos ao trabalho forçado, as pessoas escravizadas sofriam um tratamento degradante e humilhante, não tendo direito a tratamento médico, à educação ou a qualquer tipo de assistência social.

Ele observa que, se por um lado há motivos para comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra, por outro, há motivos para discutir o racismo e promover a ideia de integração igual da população negra na sociedade, lutando contra a exclusão e a desigualdade social.

"Diariamente, temos notícias de casos de racismo contra pessoas negras no Brasil e em todo mundo. Entre tantos exemplos, podemos citar os casos sofridos pelo jogador brasileiro Vinicius Junior e tantas outras pessoas que foram assassinadas, por conta da cor da sua pele.", diz o legislador.

A escolha do dia 20 de novembro não foi aleatória, foi feita por ser a data de morte de Zumbi dos Palmares, no dia 20 de novembro de 1695. Zumbi foi o maior líder do Quilombo dos Palmares.

A data passou a ser celebrada depois que ativistas ligados a um grupo de quilombolas, situado no Rio Grande do Sul, passaram a reivindicar a celebração do Dia da Consciência Negra, no Brasil. Em 1978, surgiu o Movimento Negro Unificado no País, que passou a promover uma série de ações para pensar a consciência negra e lutar contra o racismo no País. Graças ao movimento, o Dia da Consciência Negra tornou-se uma data lembrada todo ano, como representativa da luta da população negra.