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Tem que mexer, tem que suar!

09 de Abril de 2024 às 09:35
Tem que mexer, tem que suar!
Campanha incentiva as pessoas à atividade física. Segundo a OMS, o Brasil é o país mais sedentário da América Latina e o 5º no mundo. Na Alego, projetos contribuem na luta contra o sedentarismo entre os goianos.

Quem não faz nenhuma ou faz pouquíssima atividade física corre sérios riscos. Os integrantes desse grupo fazem parte de uma crescente faixa da população que pode enfrentar problemas sérios de saúde, como cardiopatias, acidente vascular cerebral (AVC), obesidade, insônia, osteoporose e até câncer.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, considerado o país mais sedentário da América Latina e o quinto no ranking mundial, cerca de 300 mil pessoas morrem por ano devido a doenças associadas ao sedentarismo. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 47% dos brasileiros adultos são sedentários e, entre os jovens, o número é ainda mais preocupante: 84%.

Em Goiás, na semana de 7 de abril, quando se celebra o Dia Mundial da Saúde, procura-se chamar a atenção sobre o tema com a comemoração da Semana Estadual de Enfrentamento ao Sedentarismo Humano, graças a projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).

Que fica sentado

A definição de sedentarismo não deixa dúvidas sobre quem se dedica a essa “prática” tão prejudicial à saúde. Sedentário vem do latim sedens, cuja definição é “aquele que fica sentado, que não sai do lugar”. O sedentário realiza apenas atividades que não aumentam consideravelmente o gasto de energia em relação ao estado de repouso, seja dormindo, sentado em frente à TV ou em outra atividade que não exija movimento.

De acordo com guia produzido pelo Ministério da Saúde, o comportamento sedentário envolve atividades realizadas quando se está acordado sentado, reclinado ou deitado e gastando pouca energia. Essas atividades geralmente são realizadas em frente a telas de computador, televisão, celulares e tablets, mas também incluem o tempo sentado para se deslocar de um lugar a outro utilizando carro, ônibus ou metrô, e para realizar trabalhos manuais, jogar cartas ou jogos de mesa.

Para o cardiologista e diretor de Saúde e Meio Ambiente do Trabalho da Alego, Fernando Curado, se não ocorrer uma mudança urgente nesse comportamento, a tendência é que o sedentarismo se torne um problema de saúde pública. “A gente vê nos consultórios pacientes cada vez mais obesos, os pais reclamando que os filhos ficam muito em celular e videogame e com alimentação deficiente. Infelizmente, essa geração dos celulares parou um pouco de praticar atividade física, de se alimentar adequadamente”, lamenta.

Segundo ele, os cigarros eletrônicos também estão contribuindo para piorar esse quadro de sedentarismo, principalmente da juventude, aumentando o risco de problemas de saúde, como infarto, dislipidemia (excesso de gordura no sangue), obesidade e depressão. “Isso tudo está associado a esse momento que vivemos de sedentarismo, principalmente em cidades maiores, onde as pessoas não têm tanto o hábito de andar de bicicleta, de fazer um esporte, de andar a pé. É por isso que, em grandes centros, como São Paulo, Minas Gerais, Belo Horizonte e Goiânia, as doenças cardiovasculares aumentaram muito.”

Para Fernando Curado, que também já cumpriu mandato de deputado estadual na Alego, o poder público deve massificar mais as campanhas sobre o tema. Porém, mais importante ainda é oferecer estrutura para que a população possa se dedicar à prática de atividades físicas, como parques e academias ao ar livre. Segundo ele, as escolas também poderiam contribuir, criando um sistema de pontuação ou outra forma de bonificar os alunos que mantiverem em dia os cuidados com o corpo.

Fast-food

Outra situação que, na opinião do cardiologista, precisa de mais equilíbrio é a rotina do ambiente familiar. Com uma vida cada vez mais corrida, as pessoas cultivam em família o hábito de comer sanduíches e fast-food e, nas horas de descanso, ficam prostradas em frente à TV ou computador.

“Acho que esse hábito alimentar tem que começar dentro da família. A gente tem que tirar um tempinho e pensar um pouco na saúde, pois ela é prioridade. Com saúde, é bem mais fácil correr atrás das outras coisas”, alerta o profissional.

A recomendação da OMS é praticar 150 minutos de atividade física moderada por semana. A prática tem como principais benefícios:

– Redução do risco de acidente vascular cerebral (AVC) ;
– Diminuição da pressão arterial, reduzindo as chances de doenças cardiovasculares;
– Controle e redução das chances de desenvolver diabetes;
– Ajuda no controle do peso;
– Melhora da insônia;
– Ajuda na circulação sanguínea;
– Promoção do bem-estar físico e mental.

 Projetos de lei

O Poder Legislativo também vem buscando contribuir na luta contra o sedentarismo. No projeto da Política Pública 50+ VIDA, em trâmite na Casa sob o nº 7002/21, o deputado Virmondes Cruvinel (UB) propõe o desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades, no fortalecimento dos vínculos familiares e do convívio comunitário e na prevenção de situações de risco social.

A propositura é um reforço no combate ao sedentarismo por parte das pessoas com mais de 50 anos. "Ao propormos uma política de incentivo à integração e ao desenvolvimento de atividades físicas, acreditamos que dessa forma seja possível contribuir com a melhoria da qualidade de vida da pessoa acima de 50 anos, da mesma forma que o envolvimento desse público em atividades esportivas e de lazer", ressalta Virmondes.

Já o projeto de lei nº 1.121/13, que institui a Semana Estadual de Enfrentamento ao Sedentarismo Humano, foi sancionado em 2014 pelo governador como Lei nº 18.386. A iniciativa foi do ex-deputado Elias Junior.

A data passou a integrar o calendário oficial de eventos do Estado, sendo comemorada anualmente na semana do dia 7 de abril – Dia Mundial da Saúde. Durante a semana, seriam realizadas atividades que contribuam para o fortalecimento da saúde da população goiana, além de outros eventos relacionados.

Agência Assembleia de Notícias
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