A tradição e a história da cidade que serviu de apoio à construção de Goiânia e, anos depois, se tornou bairro da nova Capital do Estado, foram reconhecidas pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), na noite dessa quinta-feira, 6. Por iniciativa do presidente da Casa, Bruno Peixoto (UB), moradores e comerciantes de Campinas foram condecorados com o Certificado do Mérito Legislativo.

Pioneiros, filhos de pioneiros, religiosos, empresários, atletas, políticos e cidadãos comuns, cujas histórias se confundem com a da velha "Campininha das Flores", foram os personagens que abrilhantaram a noite, no Plenário Iris Rezende Machado. Mais de uma centena de campineiros foram homenageados com a honraria.  

Na mesa diretiva, presidida por Bruno Peixoto, estiveram o vigário paroquial da Igreja Matriz de Campinas, Pe. Antônio Gomes, representando o reitor do Santuário Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Pe. Frederico Hozanan; o ex-senador da República por Sergipe, Lauro Antônio; o juiz de direito Salomão Afiune; a procuradora de Justiça Analice Borges; e o ex-presidente da Associação dos Moradores de Campinas, Osvaldo Santos (Osvaldo Rival). Também tiveram assento à mesa, o ex-deputado federal Capitão Wayne; o jornalista Cléber Ferreira; o presidente da Rede do Bem, Cairo Mairon; e o assessor parlamentar Jorge Khalil.

Ao saudar os presentes, Peixoto ressaltou a alegria de poder homenagear as pessoas do bairro onde cresceu. Ele contou várias passagens suas em Campinas, muitas envolvendo os personagens homenageados. “São histórias e recordações muito boas do bairro e poder homenagear cada um de vocês me enche de alegria. Inclusive, dia 8 de julho, data em que é obrigatória a transferência da Prefeitura de Goiânia e da Câmara Municipal para Campinas, é lei de nossa autoria, enquanto vereador.”

Bruno Peixoto pontuou que as lembranças do bairro o fazem retomar o sonho de cuidar de Goiânia e, especialmente, de Campinas. “Quantas foram as vezes que nós conversamos sobre plantar árvores na Avenida 24 de outubro, de ter incentivos para as fachadas, de ter incentivo tributário para crescer Campinas, de segurar a construção de edifícios, para manter o clima e incentivar as moradias. Mas tudo tem seu tempo”, afirmou.

Ao conceder a palavra ao vigário paroquial, Pe. Antônio Gomes, Bruno Peixoto pediu que, antes de discursar, ele fizesse uma oração para abençoar a sessão.

O religioso contou que o bairro se confunde com a chegada dos redentoristas, em 1894, em resposta à busca do então bispo de Goiás, Dom Eduardo Duarte da Silva, por missionários para cuidar da Romaria do Divino Pai Eterno, em Trindade. Os padres da Congregação Redentorista aceitaram a missão, se estabeleceram em Campinas e levaram, para o então lugarejo pouco habitado, toda tecnologia existente na época, como a roda d’agua e a energia elétrica.

“Eu creio que essa homenagem aos moradores de Campinas é, de modo especial, também à Paróquia Nossa Senhora da Conceição, que está completando, este ano, 180 anos de sua fundação, bem como à chegada dos Redentoristas a Goiás, 130 anos”, afirmou o religioso.

Pluralidade

Oswaldo Rival, que presidiu a Associação de Moradores de Campinas, lembrou a contribuição dos padres redentoristas para a construção do bairro. O comerciante pioneiro do bairro lembrou ainda da pluralidade cultural do bairro, advinda da diversidade de povos que chegaram à Goiânia e ali se instalaram , como os japoneses, árabes, sírios e palestinos, entre outros.  

Muito emocionado, Rival agradeceu a homenagem recebida. “Para mim é uma alegria muito grande estar aqui com os irmãos campineiros, de todas as raças, de toda diversidade. Muito obrigado por essa oportunidade de estar falando aqui em nome do povo de Campinas.”

Na sequência, o jornalista Cleber Ferreira recebeu o Certificado do Mérito Legislativo e, em seguida, discursou representando os homenageados. Ferreira afirmou que o reconhecimento é justo, porque não tem um caráter pessoal, mas sim por homenagear pessoas que representam uma coletividade.

O jornalista lembrou que os moradores do bairro ainda mantêm vivas as tradições interioranas, que valorizam a amizade e o relacionamento humano. “Em Campinas não tem vizinhança, em Campinas tem família. Nós não somos vizinhos, somos membros da mesma família. Membros da mesma família que ainda divide o doce que a dona de casa faz, chama a vizinha e passa por cima do muro.”

O comunicador agradeceu, ressaltando o valor do reconhecimento. “Recebo esse certificado com muita alegria, com muita honra, porque não é uma homenagem qualquer, é uma homenagem por ser campineiro.”