À TV Assembleia Legislativa, pesquisador Marcos Severo discorre sobre o comportamento do eleitorado nestas eleições
A TV Assembleia Legislativa recebeu o professor e pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG) Marcos Severo, para uma entrevista sobre as eleições de 2024. Durante o bate-papo, encabeçado pela jornalista Monalisa Carneiro, o pesquisador explicou os diferentes comportamentos dos eleitores, bem como as mudanças de estratégia por parte dos candidatos.
Logo nos primeiros minutos do encontro, Severo falou sobre os critérios usados para separar os eleitores em grupos. “Eles podem diferir por características demográficas, como gênero e idade, por exemplo; em características psicográficas, que estão relacionadas a questões psicológicas e cognitivas, como classe social ou personalidade, por exemplo; e também por características comportamentais, que também são características da área psicológica, mas estão relacionadas ao que as pessoas fazem de fato”, explicou.
No entanto, a ‘segregação’ não implica, necessariamente, um mesmo comportamento eleitoral. “As pessoas podem diferir em relação aos hábitos de vida, como questões religiosas, por exemplo. Um indivíduo pode exibir o mesmo grupo de pessoas com características demográficas semelhantes, mas que, apesar disso, podem variar nas suas características comportamentais e psicográficas”, disse o pesquisador.
No que diz respeito às pesquisas eleitorais, o alerta fica com as enquetes realizadas nas mídias digitais. “É importante esclarecer que isso não é pesquisa. Existe, nesses casos, um viés inerente a algo que diz respeito àquele grupo de seguidores específico, que segue o mesmo perfil. Mesmo que o perfil tenha milhões de seguidores, aquela amostra é enviesada, pois ali temos um perfil de pessoas que compartilham de alguma forma o mesmo conjunto de crenças. Uma sugestão direta é: busque informações trazidas por institutos de pesquisas confiáveis, que atuem no ramo há muito tempo”, esclareceu.
Ainda assim, o acadêmico diz que há ressalvas: “Uma coisa é intenção de voto, que se mostra ao longo da campanha. Outra coisa é comportamento de voto, que é o que o cidadão exibe no dia da votação. Estão relacionadas, mas não estão diretamente correlacionadas”.
Sobre o comportamento do eleitor até a definição nas urnas, o pesquisador explica que o “nível de certeza” na intenção de voto varia de grupo para grupo e de candidato para candidato. Isso, segundo ele, garante a possibilidade das pessoas mudarem, sim, de opinião até outubro. “O voto é mais uma decisão na vida das pessoas, que vão carregar aqueles elementos de personalidade também para esse momento. E as pessoas mudam de opinião o tempo todo”, informou.
Onde aparecer?
Sobre a propaganda eleitoral, não há, segundo ele, um meio mais assertivo do que outro. Porém, o que se observa, é que as mídias digitais vêm ganhando cada vez mais protagonismo no arrebatamento de eleitores. “As mídias vêm provocando cada vez mais influência”, considera o pesquisador.
Depois, ele explicou que uma pesquisa realizada recentemente identificou que a quantidade de seguidores é o fator que provoca maior influência. “De saída, a mídia social exerce uma grande influência, mas exerce para quem está lá. A questão é que temos muitas pessoas que não estão e nem se informam por ela, se informam pela mídia tradicional ou até por mídias que são dispersas ou diferentes, isso depende de como o indivíduo busca informação”, salientou o professor.
Diante desse cenário, o que os candidatos estão procurando nesse momento é marcar presença em diferentes canais. “Por isso está muito em voga o uso dos cortes de vídeos. Eles sabem que as pessoas estão dispersas em vários canais, formando seus critérios de decisão", arrematou Marcos.
A entrevista completa vai ao ar nesta quarta-feira, 4, no canal da TV Alego (31.2 da TV aberta). O conteúdo também pode ser acessado por meio do YouTube, basta pesquisar por TV Assembleia Legislativa e acessar a aba ‘vídeos’ no perfil oficial da Casa de Leis.