Programação cultural da Alego recebeu, nessa 3ª-feira, documentário que retrata 8 anos de atuação de coletivo de mulheres
Documentário sobre o evento “Sarau das Minas” foi exibido, no Palácio Maguito Vilela, nessa terça-feira, 21. Em depoimentos de 15 participantes e cenas de edições do sarau, o curta-metragem de 27 minutos revive a trajetória do coletivo, criado em dezembro de 2016, para dar voz às mulheres.
A exibição do documentário reuniu, no auditório 1, do prédio sede do Legislativo goiano, integrantes do coletivo, apoiadores, familiares e servidores da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Após o filme, houve um bate-papo das integrantes do Sarau das Minas com o público presente.
Financiado com recursos da Lei Paulo Gustavo, a exibição na Alego faz parte da contrapartida que a legislação exige. A primeira apresentação gratuita do filme foi no Pontão de Cultura Cidade Livre, em Aparecida de Goiânia, e nesta quarta-feira o documentário volta a ser exibido na Casa de Cultura Antônia Ferreira, no Residencial Forteville, região oeste de Goiânia.
“A riqueza das histórias contadas nas entrevistas e nos palcos é tamanha que o documentário passou dos sete minutos previstos inicialmente para 27 minutos de duração”, conta a fundadora e coordenadora do evento, Carol Schmid.
A origem
Atriz e escritora, Carol Schmid conta que o coletivo nasceu de uma angústia pessoal. “Sempre que eu ia participar de saraus, normalmente eu era a única mulher a me apresentar. Praticamente todos os participantes eram homens, o que me incomodava. Daí veio a ideia de fazer um sarau só com artistas mulheres.”
No dia 3 de dezembro de 2016, aconteceu a primeira edição do Sarau das Minas, junto com a Feira E-cêntrica, uma feira de publicações de livros independente. Aos poucos, o sarau cresceu e chegou, no último sábado, à 35ª edição. Nesse tempo, o perfil da proposta também foi sendo modificado pela própria participação das mulheres. “O que era para ser um espaço de troca entre mulheres artistas se ampliou para um espaço maior. Às vezes as mulheres vêm para um desabafo... virou uma rede de mulheres, um intercâmbio de mundos”, conta a idealizadora.
O Sarau das Minas já foi palco para mais de 350 pessoas, entre elas, artistas de diversas áreas de atuação, como literatura, dança, teatro e música. Realizado em formato itinerante, o evento, 100% goiano, estimula a produção e o consumo dos mais variados tipos de arte produzidas por mulheres no Estado.
Para Carol Schmid, a exibição do documentário na Assembleia Legislativa guarda um grande simbolismo para o movimento. “O Sarau das Minas existe para ajudar a mulher ocupar seus espaços na sociedade e estar aqui é trazer a mulher para ocupar também esse espaço de poder, tão predominantemente ocupado por homens.”
O próximo Sarau das Minas, no dia 15 de fevereiro, no Kasarão, espaço cultural, gastronômico e de negócios, na Avenida Araguaia, no Centro, será uma edição superespecial, com programação variada. O evento vai marcar o lançamento oficial do documentário “Sarau das Minas” e também vai comemorar o oitavo aniversário do coletivo. Além disso, vai contar com o lançamento da antologia Agridoce, da Residência Literária, da Negalilu Editora e a Feira Qui Qui Qui, versão reduzida da Feira E-cêntrica.