Cargos inéditos no concurso Alego
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Certame para provimento de pessoal na Assembleia Legislativa, já anunciado com 101 vagas, terá cargos inéditos em áreas como administração, ciência de dados, finanças, TI, desenvolvimento de sistemas e refrigeração.
Com 101 vagas previstas, o próximo concurso para provimento de pessoal da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), previsto para este ano, supera as 80 vagas no anterior, de 2018, que foi realizado separadamente em editais para analista legislativo (que ofereceu 42 vagas), assistente legislativo (36) e procurador de 2ª Classe (duas).
Veja aqui, por cargo, as vagas do próximo certame da Assembleia Legislativa.
Os dois concursos diferem-se bastante em termos de profissões contempladas, inclusive porque no próximo haverá dez cargos inéditos - os de analista administrativo, analista de ciência de dados, analista de controle externo em contabilidade, analista de controle interno em contabilidade, analista de controle externo em finanças e controle (demandando formação em direito), analista de controle interno em finanças e controle (idem), analista de gerenciamento de projetos de TI, analista de infraestrutura, desenvolvedor de sistemas, e técnico em refrigeração.
Além disso, serão oferecidas vagas de cargos já existentes, mas não ofertados no último certame — os de analista de sistemas, assistente de suporte em TI, fotógrafo, economista e técnico em gravação e som.
Em alguns desses últimos casos, explica a diretora de Gestão de Pessoas da Assembleia Legislativa, Sulema de Oliveira Barcelos, verificou-se a necessidade de preencher as vagas com efetivos para evitar que eventual rotatividade de comissionados gerasse descontinuidade.
O concurso anterior, por sua vez, teve vagas para cargos agora não previstos, como, por exemplo, arquiteto, arquivologista, comunicador social, fisioterapeuta, engenheiros civil, eletricista e do trabalho, intérprete de libras, médicos de seis especialidades e procurador.
Os cargos em comum nos dois concursos são os de policial legislativo, antes com 30 e agora com 40 vagas, e contador, com cinco vagas em 2018 e quatro em 2025.
No total, 24.754 candidatos se inscreveram para policial legislativo no último certame.
O cargo teve notas altas na prova objetiva (cuja nota máxima era de 50 pontos) e discursiva (até 30 pontos), resultando em um aproveitamento de mais de 90% de todos os aprovados – os da ampla concorrência fizeram entre 75,35 e 79,00 dos 80,00 pontos possíveis, e os dois candidatos aprovados como PcD, uma pontuação de 72,65 e 74,39.
Já os contadores inscritos foram 1.034. Os aprovados da ampla concorrência no cargo fizeram entre 84,77 e 87,92 de cem pontos possíveis (50 da prova objetiva e 50 da discursiva), e o inscrito como PcD totalizou 66,38 pontos.
Estudo "pré-edital"
Quarto aprovado entre os contadores, Wanderson Elias Cardoso deixou para focar no concurso da Assembleia Legislativa goiana depois que saiu o edital, já que vinha focando em outros concursos, como o da Câmara Municipal de Goiânia. Ele recorda que estudava duas, três horas por dia, de segunda a sexta-feira, e no sábado resolvia questões: “Não consigo nem quantificar quantas provas eu fiz”, relembra. Seu método também incluía aprender com os PDFs de um cursinho, sem assistir às videoaulas, que achava “meio maçantes”.
Segundo colocado entre os 30 policiais legislativos aprovados, Paulo Vítor Madureira Ramos também havia prestado concursos antes, mas seu estudo era diferente, mesclando aulas ao vivo, PDFs, videoaulas, resumos e questões. Ia para um cursinho presencial de manhã, descansava e, em casa, estudava das 14 horas até às 19 ou 20 horas. Seu planejamento tinha sábados e domingos livres mas, se na sexta-feira ele não tinha finalizado o cronograma de estudos previsto, compensava isso no final de semana.
Sua dica para os que pretendem fazer o próximo concurso é que, antes do edital, planejem um estudo com as matérias recorrentes em concursos: português, raciocínio lógico e matemático, geo-história de Goiás, direito administrativo, direito constitucional, além das legislações específicas da Alego, como Resolução nº 1.007 [Estrutura Administrativa], Resolução nº 1.073 [Regulamento Administrativo] e Resolução nº 1.218 [Regimento Interno]”. Após o edital, ressalta Paulo Vítor, é preciso atualizar esse planejamento de estudo.
Wanderson, apesar de ter se concentrado no conteúdo da Alego apenas depois do edital, também recomenda aos candidatos começarem a estudar o quanto antes: “Pega o edital anterior, geralmente 90% dos editais se repetem. Aproveita que o concurso já foi anunciado”.
Para Wanderson, o dia da prova da Assembleia foi tranquilo. Ele tinha se atrapalhado em outros concursos, vivido a situação de faltarem cinco minutos ainda tendo cerca de 20 questões para resolver, mas considerou o tempo concedido para a prova da Alego – quatro horas e meia – suficiente para fazê-la com menos pressão. A prova consistia em 50 questões objetivas, com alternativas de “A” a “E”, e duas questões discursivas pouco extensas, de até 25 linhas.
Paulo Vítor teve um dia mais difícil. Ele conta que, estrategicamente, em concursos anteriores sempre fazia um rascunho da questão discursiva antes de começar a responder às questões objetivas. “Mas, no dia da prova do concurso da Alego”, lembra, “eu estava tão nervoso que nem consegui fazer o rascunho da questão discursiva. Eu tive que ir respondendo as questões objetivas até me acalmar". A prova de Policial Legislativo teve, além de 50 questões objetivas, uma só discursiva, mas de 35 linhas.
Cooperação e desafios
“Estou curtindo muito trabalhar na Alego”, diz Wanderson. “Fui muito bem recebido, temos um suporte muito bom do contador-geral e de toda a equipe”, complementa.
Um desafio específico, relata, foi a contabilidade pública, já que ele sempre havia atuado na área privada. “As normas tendem a ser muito parecidas, mas tem especificidades do setor público que eu não conhecia. É um desafio, mas a equipe ajuda, os dois diretores financeiros e o contador-geral sempre incentivam o estudo, a pesquisa”, afirma.
Paulo Vítor menciona as diversas atribuições da Secretaria de Polícia Legislativa da Alego, por exemplo “a proteção dos parlamentares, em especial do presidente, e de autoridades que estiverem sob a responsabilidade da Alego; o controle dos acessos de pessoas e veículos; a segurança do patrimônio, de servidores e de visitantes; e o policiamento preventivo e ostensivo”. Para ele, a função mais importante “é exercer o trabalho para a manutenção da ordem no Plenário e comissões, a fim de propiciar o debate democrático, garantindo o pleno exercício do Legislativo”.
O maior desafio do trabalho da Polícia Legislativa, destaca Vitor, é o de garantir o equilíbrio entre a segurança e liberdade, ou seja, o dever de garantir a ordem dentro da Casa sem ferir direitos e garantias constitucionais, principalmente em tempos de polarização política.