A Festa em Louvor a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia, no município de Goiandira, poderá ser declarada Patrimônio Cultural Imaterial goiano e incluída no calendário oficial, caso aprovada a proposição nº 5377/25, assinada por Jamil Calife (PP).

O parlamentar argumenta que a medida reforça o compromisso com a preservação, a identidade cultural e a valorização das tradições populares em Goiás. Os festejos, realizados anualmente em setembro, centralizam os temas do sagrado e do profano, além de promoverem a cultura e o comércio local. As celebrações atraem milhares de moradores do Sudeste goiano, com missas, procissões, terços e novenas e as danças e cânticos nos ternos das congadas.

Esses ternos (ou guardas), de acordo com o deputado, na justificativa da matéria, são grupos que saem em procissão pelas ruas da cidade em louvor às entidades homenageadas. Os fiéis entoam cantos e danças com instrumentos musicais tradicionais como caixas, adufes (pandeiros artesanais), bastões e manguaras.

“A fabricação desses objetos envolve saberes tradicionais, parte do patrimônio que estrutura e mantém a manifestação cultural viva”, explica Calife. Os instrumentos são essenciais nos ternos, pois é com o ritmo musical que os cânticos de louvor são entoados. Já os bastões e manguaras proporcionam movimento às coreografias, dançadas por centenas de pessoas em sinal de fé e devoção.

O legislador anota que a festa em Goiandira não é apenas um evento religioso, mas um momento de reencontro e celebração das raízes culturais da cidade, que une famílias e amigos, reforçando o legado de fé e resistência da comunidade.

O reconhecimento da festa como Patrimônio Cultural e Imaterial goiano, argumenta o parlamentar, é uma medida essencial para garantir a preservação dessas práticas culturais, bem como para incentivar o turismo e o fortalecimento da economia local.

Para o deputado, a declaração de patrimônio cultural em pauta contribuirá para a valorização da história do município de Goiandira, ampliando o conhecimento a respeito de sua cultura e suas tradições não só entre seus habitantes, mas também em nível estadual e nacional.

“Este reconhecimento também visa a incentivar a continuidade das festividades, estimulando a participação ativa da comunidade e a preservação dos elementos que fazem desta festa um verdadeiro patrimônio cultural. Por fim, a medida contribuirá para que as futuras gerações possam conhecer e vivenciar as riquezas culturais que fazem parte da história de Goiás”, justifica Calife.

O projeto de lei foi enviado à Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) e está sob relatoria do deputado Gugu Nader (Avante).