Durante a audiência pública para debater o repasse de couvert artístico para os músicos no estado, proposta pelo deputado Gugu Nader (Avante), a cantora Maria Clara, o músico Carlos Henrique e o cantor Igor da Silva se pronunciaram para reafirmar o direito desses profissionais em receber o pagamento pela apresentação. Nader é autor do projeto de lei n° 5350/25, em tramitação na Assembleia Legislativa de Goiás. A matéria dispõe que os valores cobrados a título de taxa artística sejam repassados integralmente aos músicos.

Maria Clara declarou que a discussão sobre o pagamento aos artistas começou com as "afrontas" por terem que cobrar pelo trabalho. “Muitos de nós chegou aqui atrás de um sonho. Eu, por exemplo, sou de São Paulo e vim pra cá há nove anos. Goiânia hoje virou uma vitrine e os contratantes repassam o valor que eles querem porque existem muitos músicos. A gente acaba sofrendo também com o atraso do pagamento, que acaba virando um efeito dominó e o valor não é repassado totalmente. Essa é uma desvalorização que precisa ser questionada.” 

Carlos Henrique afirmou que a questão é muito complexa, já que desde que começou a sua carreira, há 20 anos, a situação já era difícil. Ele falou que pode parecer que a música é uma atividade pouco exigente, mas ela não é barata, pois os instrumentos são caros e cara também é a manutenção desse equipamento. "Na ânsia de mostrar o trabalho, a gente acaba se submetendo a essas situações. Houve momentos em que tive que bancar a minha banda aguardando o pagamento de cachês", pontuou.  

O cantor Igor da Silva ressaltou que a situação passa pela desvalorização dos profissionais da música. “Quando somos contratados eles nos convocam e estipulam o valor que bem entendem e a gente acaba se sujeitando. Acredito que, por meio desse projeto de lei do deputado Gugu Nader, todos nós podemos ser beneficiados. Nossa missão não é somente cantar, mas levar alegria para as pessoas”, concluiu.