Servidores concluem curso focado no uso de IA em processos legislativos

A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), por meio da Escola do Legislativo, ofereceu, nesta quinta, 15, e sexta-feira, 16, um curso voltado ao uso da inteligência artificial (IA) e a aplicação desta na prática jurídica. Ministradas pelo professor e advogado Dionattan Coutrin Figueiredo, as aulas foram direcionadas aos servidores que atuam na área jurídica, com o objetivo de capacitá-los para lidar com as diferentes ferramentas digitais disponíveis na internet.
Nas primeiras aulas, o professor introduziu o tema explicando como se dá a interação entre humanos e sistemas de IA. “Vocês compreenderão e visualizarão a profundidade da IA e perceberão que ela fará aquilo que vocês pedirem. Em resumo, o conceito de inteligência artificial é um campo da computação que desenvolve sistemas capazes de simular a inteligência humana, resolver problemas e tomar decisões”, explicou o advogado.
Apesar da crescente relevância da IA nos últimos anos, o professor ressaltou que a tecnologia ainda não substitui o trabalho humano, citando como exemplos de ferramentas baseadas em IA: o ChatGPT, o DeepSeek e o Grok.
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O primeiro módulo abordou temas como ética e limites no setor público. O segundo debateu o uso da IA na produção de textos jurídicos. Já o terceiro focou na elaboração automatizada e na revisão assistida de pareceres.
No encontro desta sexta-feira— o último do curso — os servidores completaram a formação com os módulos III, IV e V, que trataram, respectivamente, da produção de relatórios; das práticas jurídicas voltadas à gestão de fluxos e pareceres; e da análise de minutas finais.
“Tivemos teorias que explicaram um contexto geral, com exemplos práticos. No encerramento, tivemos a oportunidade de ‘colocar a mão na massa’, conhecendo mais a fundo as potencialidades e configurações de cada plataforma”, explicou Dionattan.
Segundo o professor, diversos benefícios podem ser extraídos por aqueles que sabem utilizar corretamente essas ferramentas. “Uma das grandes vantagens proporcionadas pela tecnologia é a automação de serviços burocráticos e repetitivos. Com isso, conseguimos executá-los de forma mais ágil. Automaticamente, deixo de dedicar meu tempo a atividades mecânicas e passo a empregá-lo em tarefas intelectuais”, afirmou.
Ele acrescenta que o domínio dessas ferramentas permite “elaborar petições mais completas, com informações mais precisas, dados bem categorizados e embasamentos mais aprofundados”. Isso gera, segundo ele, “economia de tempo”, o que reflete em uma entrega de “maior qualidade ao cliente”.
Os alunos puderam discutir questões que envolvem transparência, segurança e as leis que regulam o uso das ferramentas, além dos cuidados necessários ao utilizá-las. “O curso teve esse papel de desmistificar a IA por meio do conhecimento aprofundado e mostrar que há, sim, segurança no seu uso”, concluiu Dionattan.
IA no Legislativo
O curso teve o objetivo de oferecer aos participantes uma compreensão ampla das possibilidades do uso da IA no contexto jurídico, especificamente em processos legislativos. A atividade visa a proporcionar aos servidores os conhecimentos necessários para auxiliar e otimizar os trabalhos.
Nesse sentido, a servidora da Escola do Legislativo, Suely Vieira, ao recepcionar os alunos explicou que o curso foi uma solicitação do presidente da Casa, deputado Bruno Peixoto (UB). Ela pontuou a importância do tema e da capacitação dos servidores para a melhoria dos trabalhos realizados no Poder Legislativo, destacando a preocupação da presidência com os serviços prestados à população goiana.
“O mundo está passando por um avanço tecnológico muito grande, e a inteligência artificial impactará a advocacia e toda a prática jurídica. A IA trará o impacto da automatização, sobretudo em tarefas rotineiras do advogado que acabam ocupando tempo, então facilitará as atividades. O principal aspecto desse curso é colocar o uso da IA no dia a dia”, observou Suely.