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Goiânia, art déco: Prédios Icônicos

15 de Agosto de 2025 às 09:00
Goiânia, art déco: Prédios Icônicos

Edificações que marcaram a história da jovem capital são o tema do penúltimo texto da série especial da Agência de Notícias Yocihar Maeda sobre a influência do estilo artístico na paisagem urbana goianiense.

Ao ser tombado, um bem está protegido legalmente contra eventuais descaracterizações ou demolições que possam ferir a preservação da memória coletiva. O ato pode ser realizado em escala federal, estadual, municipal ou, ainda, mundial (pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)). 

Para comemorar o centenário do art déco, estilo artístico que trouxe ares de modernidade e progresso para os primeiros prédios de Goiânia, o Portal da Alego está fazendo um passeio pelos bens que seguem a tendência francesa e foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).  

O acervo arquitetônico e urbanístico art déco da capital possui 21 imóveis públicos, além do traçado urbano do núcleo pioneiro. O especial do Parlamento goiano já percorreu os locais denominados pelo tombamento como "Conjunto da Praça Cívica". Agora, a viagem ao passado é por meio dos chamados "bens isolados" e de duas edificações em Campinas  (extinta cidade e atual bairro goianiense). Relembre o primeiro, segundo e terceiro textos do especial produzido pela Agência de Notícias Yocihar Maeda. 

Estação Ferroviária

Ainda que seja o caçula do conjunto art déco goianiense, o prédio da antiga Estação Ferroviária é um icônico cartão-postal do estilo. Inaugurado no início dos anos 1950, o extinto terminal está no limite norte do Setor Central, na atual Praça do Trabalhador, que fica entre as avenidas Goiás, Independência e Leste-Oeste. 

Nos trilhos da influência estética francesa, a edificação era porta de entrada e saída de Goiânia e apresentava, aos que conheciam a jovem cidade, os traços arquitetônicos que evocam os ideais de uma nova era. A grande torre do relógio logo chama a atenção com a sua imponente verticalidade, destacada por volumes criados com o uso de formas geométricas em escala. Linhas curvas sobem por trás e realçam o contraste. 

Nos dois lados da torre, de forma simétrica, a fachada do imóvel conta com padrões retangulares horizontais bem demarcados e que também fazem um jogo volumétrico. Os planos envidraçados da fachada e dos portões de entrada para a plataforma de embarque são adornados por grades de ferro forjado. Na bilheteria, verifica-se o uso do mesmo recurso. 

A antiga Estação Ferroviária de Goiânia tem lugar cativo no acervo arquitetônico art déco, na história do Estado e nos emblemas da paisagem urbana da capital (Crédito: Will Rosa)

O prédio foi sede da Estrada de Ferro Goiás e representa uma época em que o modal ferroviário era a principal forma de locomoção no Brasil. Apesar do início do transporte por trilhos no país ter sido em 1856, com o desenvolvimento da indústria, ele demorou a alcançar o território goiano. Apenas em 1912 as ferrovias chegaram a Goiás, com uma linha desde Minas Gerais até a cidade de Leopoldo de Bulhões. Em 1935, Anápolis ganhou uma estação e se tornou o ponto final da linha até a construção em Goiânia, 15 anos depois. 

Nos anos 1970, as locomotivas para passageiros passaram a ser descontinuadas em prol do desenvolvimento de rodovias e do mercado automotivo. A realidade em Goiânia acompanhou a tendência nacional e, assim, houve a redução gradual do tráfego até o apito do último trem de passageiros soar em 25 de junho de 1983. Os veículos de carga foram direcionados para outras estações. Conheça mais sobre a história das ferrovias em Goiás aqui.

Com o passar dos anos, o prédio da outrora Estação Ferroviária ganhou obras e funções diversas. Por exemplo, em 1985, foi adaptado para sediar o extinto Restaurante do Centro de Cultura e Tradições Goianas. Dois anos depois, recebeu o Centro Estadual de Artesanato de Goiás. Em 2019, a edificação foi completamente restaurada pelo Iphan em parceria com a Prefeitura de Goiânia, proprietária e responsável pela manutenção e uso do espaço.

Com o investimento de R$ 5,87 milhões, além da restauração estrutural e das características originais, o local foi transformado para receber o Museu Municipal Frei Nazareno Confaloni, com espaços dedicados a exposições temporárias para artistas goianos e outras necessidades da administração goianiense. E não é só isso: a locomotiva nº 11, mais conhecida como Maria Fumaça, foi reparada e posta em exposição na parte externa posterior do edifício.

É possível fazer um tour virtual pela Antiga Estação. Não faz parte do contexto art déco, mas vale apontar que o caráter icônico do prédio é ressaltado por dois murais pintados na área interna pelo introdutor do modernismo em Goiás, frei Nazareno Confaloni, que dá nome ao atual museu. 

Mureta e trampolim do Parque Lago das Rosas

O Lago das Rosas não é apenas o parque mais antigo (e ainda hoje um dos principais) de Goiânia, é o dono de duas estruturas que também compõem o acervo art déco da capital: sua Mureta e seu Trampolim.  

Inicialmente Balneário Lago das Rosas, o local e seus elementos icônicos foram construídos na década de 1940. Localizado no Setor Oeste, o parque conserva a nascente do Córrego Capim Puba e, na época, a divisa entre a Campininha das Flores (o núcleo original do atual bairro de Campinas) e Goiânia. O local foi, até aproximadamente 1960, um clube público onde as pessoas podiam mergulhar de maneira gratuita. A prática acabou proibida após casos de afogamento. 

A Mureta fica no limite norte do parque, ao lado de um trecho da Avenida Anhanguera, e demarca um trajeto de passeio de mais ou menos 150 metros de extensão. Em uma manifestação do art déco com influências locais, os pilares da edificação contam o desenho da flor do xixá, uma árvore típica do Cerrado. A intenção foi representar a rosa dos ventos com a inserção dos pontos cardeais e colaterais em seu centro. 

Em primeiro plano, é possível observar a flor do xixá, que está presente em cada pilar da Mureta. Ao fundo, o Trampolim completa o conjunto do Lago das Rosas (Crédito: Carlos Costa)

Ao longo da Mureta, formas retangulares criam volumes em degraus e pequenas colunas que contornam partes arredondadas e alongadas da construção. No lado leste, uma estrutura (pórtico) com desenhos escalonados e pequenos pilares adornam a placa de inauguração. 

Enquanto isso, o Trampolim fica dentro do lago, próximo à Mureta. Ambos nasceram como equipamentos urbanos para valorizar a cidade com a criação de pontos de embelezamento, encontros sociais e lazer. As características art déco ficam aparentes em sua composição geométrica que trabalha com volumes, corrimão de ferro fundido e estrutura de concreto armado. 

Teatro Goiânia

Uma das obras-primas do patrimônio arquitetônico goianiense, o Teatro Goiânia não carrega importância apenas pelo seu legado: hoje, segue como o espaço cultural mais tradicional da cidade. Inaugurado em 1942 como Teatro Oficial, fica na encontro da Avenida Anhanguera com a Rua 23 e a Avenida Tocantins, no Centro. Também foi chamado de Cine Teatro Goiânia e Teatro Municipal antes de receber o nome atual.  

Símbolo do nascimento cultural da capital goiana, foi projetado por Jorge Félix, também responsável pelo Coreto da Praça Cívica. O edifício segue a tendência streamline, inspirada em formas aerodinâmicas, e foi pensado para remeter a um navio transatlântico. 

Suas linhas verticais e horizontais simétricas, retas e curvas, estão presentes na fachada e em detalhes ornamentais que conferem elegância e grandiosidade à construção. Destacam-se ainda as pontas arredondadas em diferentes pontos da parte externa do teatro. Outra característica típica do art déco é o nome do edifício em alto relevo com coloração contrastante.

O prédio do Teatro Goiânia foi inspirado em navios transatlânticos, seguindo uma vertente aerodinâmica do art déco (Crédito: Carlos Costa)

Mesmo que tenha sido projetado como cinema e teatro, quase não foi utilizado para a primeira função. A estreia do espaço ocorreu com a exibição do filme Divino Tormento, um drama romântico-musical estadunidense. Na mesma semana, o palco foi inaugurado com a apresentação da peça Colégio Interno pela Companhia Eva Todor. 

O Teatro Goiânia é gerido pelo Executivo Estadual e ganhou obras e reformulações ao decorrer dos anos. A mais recente obra de restauração foi há mais de 15 anos, mas a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) incluiu uma nova empreitada entre os projetos que apresentou ao novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A iniciativa do Governo Federal por meio do Ministério da Cultura autorizou as reformas e deve repassar os recursos em breve. 

 Atualmente, o Teatro Goiânia recebe apresentações teatrais, de dança e música nos mais diversos estilos. De acordo com a Secult, ele possui capacidade para 710 pessoas. 

Traçado viário do núcleo pioneiros de Goiânia

Nada no desenho inicial das ruas goianienses é por acaso. O primeiro passo após a definição do local onde seria construída a nova capital de Goiás foi a elaboração de um plano diretor, isto é, das diretrizes para a organização e o desenvolvimento espacial do município. O arquiteto e urbanista Attilio Corrêa Lima é responsável pelo primeiro de Goiânia (1933) e usou como referência o urbanismo francês da época, o qual valoriza a funcionalidade a partir da configuração do sistema viário conforme a intensidade do tráfego, divisão em zoneamentos e comunicação entre bairros. 

Aqui, o traçado viário do núcleo pioneiro do Setor Central estabelece o centro cívico e administrativo, no caso, a Praça Cívica, como o ponto focal da composição radial. Nele, visto de todos os lados da cidade, convergem as três principais avenidas de então: Goiás, Tocantins e Araguaia. 

Tombado pelo Iphan, o traçado viário inicial de Goiânia está marcado em vermelho. As áreas em amarelo correspondem ao núcleo pioneiro da capital e, as em verde claro, ao de Campinas (Crédito: Prefeitura de Goiânia)

Por ser um sistema mais fácil e rápido para a circulação de veículos, adotou-se a composição das vias regulares em formato xadrez. A estrutura de Corrêa Lima tem como base dois eixos perpendiculares entre si, o da Avenida Goiás corresponde ao norte-sul e, o da Avenida Anhanguera com a Tocantins e a Araguaia, ao leste-oeste. O centro administrativo corresponde à Praça Cívica e, o comercial, às vias perpendiculares à Avenida Goiás, principalmente as distribuídas no cruzamento com a Anhanguera. 

Escola Técnica de Goiânia

A antiga Escola Técnica de Goiânia, atual Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) - Câmpus Goiânia, representou um projeto inovador para a época desde a sua concepção. É o que defende a diretora-geral da instituição, Adriana dos Reis. E isso vai além do modelo de ensino. O pórtico e três pavilhões do prédio carregam as linhas retas e curvas características do art déco e lhe conferiram um lugar no acervo da capital. 

Localizada na Rua 75 (quadra 101, lote 50, no Centro), a edificação foi inaugurada durante o Batismo Cultural de Goiânia, em 1942. No contexto dessa grande festa com vários dias de duração, pensada por Pedro Ludovico Teixeira como a apresentação oficial da jovem cidade ao Brasil, vários eventos foram realizados no local, o que fez com que o ano letivo se iniciasse apenas em 1943. 

O Pórtico da antiga Escola Técnica de Goiânia foi edificado para realçar a entrada de um evento durante o Batismo Cultural da cidade, em 1942 (Crédito: IFG Câmpus Goiânia/CCS)

O pórtico é uma edificação usada para destacar a entrada de edifícios, geralmente composta por um teto sustentado por duas colunas. O do IFG foi construído para realçar a entrada da Exposição Cultural Econômica da Capital e depois acabou incorporado pela antiga Escola Técnica, já que fica ao lado de um dos seus acessos. Seguindo a tendência streamline, o seu formato é arredondado nos lados da frente e de trás. A base e o topo contam com detalhes geométricos em linhas horizontais. 

Os pavilhões tombados correspondem àqueles onde ficam as salas de aula do bloco 100; o do Teatro do IFG e as salas de aula do bloco 200. As fachadas possuem elementos clássicos explorados pelo art déco, como linhas retas, formas geométricas e minimalismo de elementos visuais.

A professora Adriana dos Reis orgulha-se do legado do IFG-GO e afirma que é um privilégio que o Câmpus Goiânia funcione em um local histórico. “A escola foi pensada como um verdadeiro equipamento público, na sua mais plena razão de ser: ofertar educação pública de qualidade e, ao mesmo tempo, promover a cultura em nossa cidade”, avalia. 

A diretora-geral arremata: “Num mundo cada vez mais moderno, acelerado pela tecnologia e pela inovação, dar um passo para trás, revisitar nossa história e valorizar a tradição se torna essencial. Esse olhar atento à memória e ao legado do passado enriquece a formação dos estudantes e fortalece nossa identidade”.

O prédio da extinta Escola Técnica de Goiânia irá sediar, entre os dias 18 e 22 de agosto, parte da programação oficial da comemoração goianiense do centenário do art déco. A programação conta com palestras, exposições e atrações musicais. Veja mais detalhes aqui.

Grande Hotel

O Grande Hotel foi erguido a partir de um pensamento estratégico. Localizado em um ponto com fácil acesso à Praça Cívica e à Estação Ferroviária (na esquina da Avenida Goiás com a Rua 3), o local era destinado a receber visitantes, políticos e empresários na nova capital. Isto é, figuras fundamentais para o desenvolvimento de Goiânia. 

Por isso, ganhou prioridade e foi o terceiro prédio a ser construído na cidade, a pedido de Pedro Ludovico Teixeira (1935). A simetria da fachada de cor rosa claro é ressaltada pelas linhas retas das platibandas (estrutura horizontal que esconde parte do telhado) e formas quadriláteras das janelas. O nome do edifício em alto relevo, as formas geométricas com volume no topo do edifício e o acesso principal demarcado por uma forma cilíndrica coroam as características do Grande Hotel. Ele tem três andares e, na época da inauguração, contava com 60 quartos e três apartamentos de luxo. 

Após sua abertura, em 1937, o Estado arrendou o Grande Hotel. Em 1949, após o acúmulo de muitas dívidas pela arrendatária, o Executivo rompeu o contrato e transferiu o imóvel à Previdência (atual Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)) para quitar os débitos. Os contratos particulares firmados pelo órgão o mantiveram como hotel até meados de 1970, quando passou a ser alugado para lojas.

Nos anos 1980, o INSS recuperou a posse do prédio judicialmente e, desde então, tentou demoli-lo duas vezes (antes do tombamento). Em 2003, a Prefeitura de Goiânia passou a ocupar o local a partir de um convênio. Sob sua gestão, recebeu diversas atividades culturais. Há seis anos, o Município sinalizou interesse em adquirir o imóvel, mas as negociações não tiveram seguimento e, após decisão judicial de reintegração de posse dada em abril de 2025, o devolveu ao INSS. Em seu auge, o Grande Hotel foi sinônimo de elegância e progresso. Hoje, é uma expressão da incerteza. 

Palace Hotel de Campinas

Em 8 de julho de 2025, Campinas comemorou o seu 215º aniversário. Fundado em 1810 como povoado, foi município autônomo e passou por várias transformações administrativas até ser incorporado como bairro após a construção da nova capital. Por isso, abriga várias das construções mais antigas de Goiânia.  

Engana-se quem pensa que a antiga Campininha das Flores não entrou na moda do art déco em Goiás. Próximas à Praça Coronel Joaquim Lúcio, inseridas timidamente na movimentada região, duas das edificações do acervo tombado pelo Iphan ali foram erguidas. O traçado original do bairro, que inclui a Praça Igreja da Matriz e a Joaquim Lúcio, também foi reconhecido pela autarquia federal. 

No cruzamento entre a Avenida 24 de Outubro e a Rua Geraldo Ney, o antigo Palace Hotel de Campinas é o primeiro prédio no estilo parisiense do antigo município. O imóvel foi historicamente ocupado por estabelecimentos de hotelaria, teve diferentes nomes e estilo de arquitetura colonial. Em 1937, o proprietário do então Hotel Duarte decidiu reformar o local, reconstruir o prédio com o estilo arquitetônico adotado nos prédios administrativos da nova capital e reinaugurá-lo como Palace Hotel.  

A fachada art déco da Biblioteca Municipal Cora Coralina, antigo Palace Hotel de Campinas, deve passar por obras de restauração em breve (Crédito: Carlos Costa)

Em suas fachadas frontal e laterais, a parte externa do prédio carrega a geometrização característica do art déco com linhas horizontais paralelas e platibanda. A sacada, que já recebeu desde importantes discursos políticos até sermões religiosos, ganha destaque com um guarda-corpo de ferro em formato de corações simétricos

Na segunda gestão de Nion Albernaz (1989 a 1993) na Prefeitura de Goiânia, o antigo Palace Hotel foi comprado pelo Executivo Municipal com a intenção de transformá-lo em espaço cultural. O local ficou desocupado até surgir a ideia de transferir a Biblioteca Cora Coralina, que funcionava do outro lado da praça desde 1985, para lá. 

As obras para restauração e readaptação do espaço começaram em 1999, entregues em 2000 e foram financiadas por um projeto da Embaixada do Japão. Atualmente, o espaço está aberto à população de segunda a sexta-feira, das 8h às 12 horas e das 14h às 18 horas. O acervo conta com exemplares da literatura goiana, nacional e internacional.

Além dessa primeira reforma para receber a biblioteca, uma segunda, de manutenção, foi realizada em 2007. De acordo com informações da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana de Goiânia (Seinfra), a Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia (Secult) solicitou a realização de obras para restaurar a fachada e a estrutura do prédio. Originalmente elaborado em 2019, o projeto está passando por adaptações para que seja encaminhado para o Iphan. O órgão precisa autorizar o documento antes que a Seinfra possa devolvê-lo à Secult, responsável pela execução das obras com acompanhamento técnico especializado. Até o fechamento deste texto, o orçamento e previsão de início não haviam sido concluídos.

A Prefeitura de Goiânia é responsável pela gestão de outros bens art déco, mas a escolha da atual gestão por investir na Biblioteca Cora Coralina considerou a relevância cultural e simbólica do espaço para Goiânia, explica a diretora das Ações Formativas, Difusão e Acervo Artístico Cultural da Secult, Adriana Alves. “Valorizar e preservar esses monumentos é uma forma de reconhecer a história da cidade, fomentar o turismo, a identidade local e promover o desenvolvimento urbano com respeito à memória coletiva”, completa.

Sede do Fórum e da antiga Subprefeitura de Campinas

Ao decorrer dos anos, Campinas acabou por se firmar como polo comercial e, como consequência, viu as suas estruturas históricas, como prédios e praças, sofrerem com problemas estruturais e de conservação. Atualmente sem uso, o local onde funcionaram a Subprefeitura e Fórum de Campinas e, depois, a Loja de Atendimento Campinas da Prefeitura Municipal de Goiânia e a 258ª Junta de Serviço Militar é um exemplo.

Ali, antes de tudo isso, havia uma Cadeia Pública de arquitetura colonial, que foi demolida e substituída pelo prédio em estilo art déco (em 1943). O prédio tem um estilo simples e segue o formato do terreno, chegando até a calçada sem afastamento. O telhado fica parcialmente escondido por uma platibanda. 

O edifício tombado que foi sede do Fórum e da antiga Subprefeitura de Campinas está atualmente sem função (Crédito: Carlos Costa)

A fachada é limpa, com detalhes horizontais em volta das janelas e da faixa horizontal que esconde o telhado. Na parte diagonal do terreno, há um frontão (um elemento triangular decorativo) com desenhos geométricos verticais. Na entrada principal, duas colunas falsas (que não sustentam estruturas) têm um capitel (parte superior da coluna) com um relevo em ziguezague.

Na próxima sexta-feira, o quinto e último texto da série especial do Portal da Alego sobre o centenário do art déco trará reflexões sobre o passado, presente e futuro do legado arquitetônico em Goiânia. 

Agência Assembleia de Notícias - Repórter: Izabella Pavetits
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