Antes do discurso de Bittar, que representou todos os geólogos homenageados na ocasião, Romilton salientou que a economia goiana deve sua pujança à atuação dos geólogos, engenheiros de minas e demais profissionais da área.

Em retribuição, o geólogo agradeceu ao parlamentar. ”Hoje é um dia de glória para nós geólogos. No final de 2010, a Agego completará 40 anos de existência. Não tenho como agradecer a iniciativa do deputado Romilton”, disse.

História

Bittar iniciou seu discurso, traçando um breve panorama histórico da geologia em Goiás. “No final dos anos 60, o Centro-Oeste passou um momento de intensa atividade de exploração mineral, fato que fomentou um grande fluxo de profissionais da Geologia para Goiás, culminando com a criação da Agego”, explicou.

”A década de 70, por sua vez, foi marcada pelo viés nacionalista na busca por recursos minerais, quando então diversas empresas passaram a atuar na área. Os anos 80, entretanto, foram marcados pela crise econômica, aumento do rigor nas leis ambientais, queda do valor das commodities exploradas e outros, que conduziram o setor a um estado de apatia", lamentou.

O presidente da Agego finalizou a breve exposição histórica, sinalizando com esperanças para o setor, após a retomada durante os anos 90 e início da primeira década do novo século. “Neste momento em que o País experimenta um crescimento no setor de mineração, a geologia tem uma oportunidade ímpar para consolidar de vez a mineração em nosso Estado”, avaliou.

Vanguarda

Nassri Bittar acrescentou ainda que, atualmente, o mundo passa por um novo ciclo de mineração, marcado sobretudo pela industrilização e exportações e que Goiás se encontra na vanguarda de atuação do setor geológico nacional. “Goiás está inserido fortemente na produção mineral; é um centro explorador de grandes jazidas minerais. Segundo dados da Seplan de 2007, o Estado já é o terceiro maior produtor de minerais no País e, especificamente, o segundo na produção brasileira de fosfato, mineral essencial para o desenvolvimento da atividade agropecuária”, explicou. 

Segundo o geólogo, a economia de exportação do Estado se apóia sobretudo na produção de carne, da soja e na mineração. "Esses são fatores decisivos para a inserção definitiva de Goiás na rota das principais exportações brasileiras. Hoje, o setor mineral está presente na indústria, na construção civil, enfim, em praticamente quase todos os setores. Para cada emprego direto criado na área, são gerados outros 11 empregos indiretos. Além disso, a geologia é uma das áreas que mais investem em preservação ambiental”, salientou.

Novos Bandeirantes

Nassri Bittar também comparou a atividade do geólogo goiano de hoje àquela dos primeiros desbravadores do Estado, os bandeirantes. ”Nós, geólogos goianos, somos os novos bandeirantes, desbravadores e descobridores. Precisamos de uma instituição que com sólida estrutura e autonomia administrativa para a implementação de políticas públicas no setor mineral e para o desenvolvimento de importantes ações no setor", disse.

O geólogo também recordou a importância da participação dos geólogos no fomento à atividade turística no Estado. “Através da avaliação de áreas com potencial hidrológico, conseguimos inserir novos pontos de turismo no Estado, como é o caso das recentes descobertas de recursos hidrotermais no município de Aragarças. Também atuamos na criação de áreas de preservação geológica", esclareceu.

Incentivos

Bittar encerrou seu discurso salientando a necessidade de maiores investimentos no setor da Geologia como meio para incrementar ainda mais a inserção de Goiás na pauta do comércio exterior brasileiro. ”Nossa conclusão é que não existe futuro sem mineração, e nem mineração sem levar em consideração nosso futuro. Necessitamos fortalecer a área com incentivos fiscais e beneficiamento da mineração no Estado de Goiás. Este é o nosso desafio. Com esta honraria, o deputado Romilton Moraes faz justiça aos geólogos e a toda a população de Goiás”, concluiu.