6º Mandamento
A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado Major Araújo (PRB), promoveu, na manhã desta segunda-feira, 21, uma audiência pública sobre a Operação Sexto Mandamento, desencadeada pela Polícia Federal, na semana passada, e que resultou na detenção de membros da corporação, sob suspeita de participação em grupos de extermínio.
Compuseram a mesa diretiva o major Araújo; coronel Sérgio Katayama; Cida Siqueira, irmã de um subtenente preso na operação; sargento Macedo; além de representantes do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg).
O parlamentar defendeu a definição de estratégias e a continuidade das manifestações a favor da corporação. “Já estamos dando um grande passo para a mudança ao promovermos esta união. Este é um dia marcante para todos nós, mas que seja apenas o começo de uma luta pela farda. Sugiro que façamos um movimento permanente e que se prorrogue até a operação terminar”, ressaltou.
Major Araújo destacou a designação “Sexto Mandamento”, da PF, dada à ação, e solicitou que se atentem também ao sétimo mandamento bíblico, ou seja, “Não roubar". Vamos começar as investigações por esse mandamento, porque está cheio de bandidos por aí”, lembrou.
Major Araújo ressaltou a importância da união da corporação. “É um momento de união. Temos direito também de saber o que está sendo investigado e o que está sendo feito. Não há motivo para tudo isso. Eles foram algemados sem oferecer risco algum.”
Irmã de um subtenente preso na operação, Cida Siqueira disse estar revoltada com a situação e manifestou o desejo de visitar o irmão na prisão. “Gostaria de fazer um paralelo entre o meu irmão e o goiano Mohammed d’Ali dos Santos, que assassinou uma inglesa. O Mohammed tem direito a visitas, incluindo as íntimas. E os nossos militares? Não quero contestar a investigação que está sendo feita, mas queremos contato com os nossos presos e direito a visita”, explicou.
Mohammed D'Ali, a que Cida Siqueira se refere, confessou ter matado Cara Marie Burke, de 17 anos, crime ocorrido em 26 de julho de 2008, em Goiânia. Em maio de 2009, ele foi condenado pela Justiça a 21 anos de prisão.