Isaura Lemos levanta questões polêmicas relacionadas à mulher
Durante seu discurso na sessão especial desta sexta-feira, 9, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher e entrega da Comenda Berenice Teixeira Artiaga, uma das propositoras da solenidade, deputada Isaura Lemos (PCdoB) analisou a presença das mulheres em diferentes áreas, levantando questões polêmicas.
Isaura contou como surgiu a data 8 de março para homenagear as mulheres. “De lá pra cá, muito se avançou. As mulheres vêm acumulando lentas conquistas através de históricas resistências. Apesar desses avanços, existem ainda muitos problemas. A discriminação no trabalho é um deles. Infelizmente, as mulheres recebem menos que os homens para executar o mesmo trabalho.”
A deputada lembrou que no século 19, o sexo feminino buscou acesso à educação. “Hoje elas são maioria nas universidades e detêm maior nível de escolaridade que os homens. Há 70 anos, conquistaram o direito de voto e hoje são também maioria no colégio eleitoral.”
Na saúde, houve um avanço no que se refere à diminuição da mortalidade materna e gravidez precoce. No primeiro semestre de 2011, foram notificados no Brasil, 705 óbitos por causas obstetrícias, o que representa queda de 19% em relação ao mesmo período de 2010, quando foram registradas 870 mortes. O número de partos de adolescentes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) caiu mais de 22% na segunda metade da década passada.
“Porém, a aids tem avançado entre as mulheres, apesar de existir ainda mais casos da doença entre os homens. Alguns fatores contribuem para a vulnerabilidade das mulheres à aids, como desigualdade nas relações de poder, maior dificuldade de negociação das mulheres quanto ao uso de preservativo, violência doméstica e sexual, e discriminação e preconceito relacionados à raça, etnia e orientação sexual”, disse Isaura.
Quanto à questão da violência, a parlamentar destacou os quase seis anos da Lei Maria da Penha, uma marca importante no enfrentamento à violência contra as mulheres. “Apesar dos esforços e da legislação avançada, a violência contra as mulheres continua com altos índices, em todas as classes e sob todas as formas. Pesquisas mostram que quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram agredidas por companheiros e aproximadamente 40% admitem ter sofrido algum tipo de violência doméstica e familiar.”
A participação da mulher na política, segundo Isaura, não pode ser vista apenas como direito, é parte essencial da construção democrática e dever do Estado e da sociedade. “Por isso, as mulheres insistem na realização de uma reforma política que garanta a lista partidária pré-ordenada com alternância de gênero, e consideram as eleições de 2012 palco principal para que as mulheres aproveitem os espaços que as eleições locais possibilitam e avancem em sua representação parlamentar e executiva.”
Concluindo, a deputada ressaltou que a luta contra a discriminação da mulher deve ser uma tarefa de homens e mulheres. “Mas estamos aqui principalmente para comemorar nossos avanços e conquistas, pois as mulheres goianas estão cada vez mais unidas. Temos conquistado cada vez mais homens que apoiam nossa luta”, finalizou.
A sessão também é uma iniciativa da deputada Sônia Chaves (PSDB), e ainda conta com homenageadas indicadas por outros parlamentares goianos.