Para o advogado Cristiano Sousa Pinto, especialista em Direito Civil e estudioso do assunto, a maneira de agir dos vigias de carro também é uma forma de violência no trânsito. "O cidadão paga todos os impostos e quando quer parar o carro, mesmo em locais permitidos por lei, é cobrado em R$ 3 a R$ 5, para poder estacionar. E, muitas vezes, a cobrança é de pagamento adiantado", diz.

O advogado destaca duas outras ponderações. Uma, que as ameaças dos flanelinhas ao motorista que se recusa a pagar, impedindo o estacionamento na via pública, ferem o direito de ir e vir garantido pela Constituição Federal. Outra, que os pretensos vigias podem ser enquadrados por vadiagem, de acordo com o Código Civil.

“Flanelinha é um problema de segurança pública, que surge onde não existe a presença efetiva do Estado. Se não há a presença do policial, de segurança, surge o flanelinha, que, às vezes, não só cobra adiantado para vigiar o carro, como pratica extorsão. E o pior: você não sabe se ele está vigiando o seu veículo ou se o está guardando para o bandido. Enfim, a ação dos flanelinhas precisa ser observada com muito cuidado”, ressaltou.

Já quanto à violência no trânsito, que foi amplamente discutida na audiência pública desta manhã na Assembléia, promovida pelo deputado Wagner Guimarães, Cristiano Pinto disse que é um verdadeiro caos. “Essa violência crescente decorre da falta de educação, que tem de existir desde a infância; agora, há o estresse, a correria, enfim vários fatores que geram a violência no trânsito, mas a solução desse problema está diretamente ligada à interação de todos os segmentos sociais e autoridades constituídas”, sintetizou.