Um dos fundadores do primeiro hospital exclusivamente dedicado ao paciente queimado do Brasil, o médico Nelson Piccolo participa da audiência para falar sobre cirurgia para queimados.

“O paciente sequelado com queimaduras sofre como um paciente deficiente. Nós da equipe multidisciplinar temos a responsabilidade de reinserir o paciente queimado na sociedade. Porém, a queimadura ainda é um acidente que ocorre por pouca orientação, e como nosso governo não proporciona uma educação suficiente para orientar as pessoas, um paciente para cada 167 pessoas se queimam em Goiânia”, sustenta.

Foi Piccolo que introduziu o conceito de equipe multidisciplinar especializada devotada ao tratamento e reabilitação completa do paciente queimado.

Na oportunidade, o médico apresentou o Projeto Esperanza, que trata da luta para melhorar a vida das vítimas de queimaduras. “Não tratamos feridas, tratamos pessoas que estão com feridas. Trata-se de compreender que a vida daquela pessoa mudou por completo depois que ela sofreu o acidente”, disse.

Piccolo explica que no dia 6 de junho foi instituído o Dia de Luta Contra as Queimaduras. “É importante lembrar essa luta. Mas, há muita dificuldade ainda. Principalmente do poder público. O Governo Federal garante apenas um tratamento para curar as feridas, não há uma continuação”, contou.

“Em 1990 começamos um programa em relação a prevenção na Rádio Terra, pois eram quase 200 queimados todos os meses de junho. Neste ano, por exemplo, foram apenas oito casos. É uma grande melhora que as campanhas de prevenção ajudam a disseminar”, explica o médico.

O médico mostra estatísticas do hospital, desde o ano de 2013: são 3.436 sessões de reabilitação fisioterapêutica, 788 sessões de suporte psicológico, 2.067 sessões de expansão tecidual e 4.143 curativos.

Nelson Piccolo falou ainda sobre os tipos de cirurgia e mostrou slides com vários exemplos de queimados e a melhora que a cirurgia e tratamento multidisciplinar trouxeram para a vida de cada um.