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Em defesa da Assembleia

11 de Dezembro de 2018 às 17:29
Crédito: Denise Xavier Lemes
Em defesa da Assembleia
Sessão Ordinária
Deputados de vários partidos se revezaram na tribuna da Assembleia, durante o Pequeno Expediente na sessão ordinária desta terça-feira, 11, para rebater críticas feitas ao Parlamento pelo deputado eleito Amauri Ribeiro, a começar por Henrique Arantes.

Durante o Pequeno Expediente da sessão ordinária desta terça-feira, 11, os deputados fizeram pronunciamentos repudiando declarações do deputado eleito Amauri Ribeiro (PRP), que postou um vídeo nas redes sociais, onde fala sobre supostas irregularidades existentes na Casa. Amauri Ribeiro utiliza o Portal da Transparência da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), como fonte de pesquisa, para questionar o quadro de funcionários do Parlamento Goiano.   

O presidente José Vitti (PSDB) afirmou que os dados apresentados pelo ex-prefeito de Piracanjuba são “absolutamente mentirosos e equivocados”. Segundo ele, todos os dados do Legislativo estão devidamente apresentados no Portal da Transparência, e desafiou qualquer cidadão a vir ao Poder com provas de atos dessa administração sob suspeição. “Minha vida é baseada nos preceitos da boa criação, transparência e legalidade. Não encontrarão qualquer ato que me desabone como gestor”, afirmou.

Sobre questionamento de Amauri quanto a nomeação de deputados derrotados a cargos de diretoria na Casa, Vitti explicou que as indicações são de critério da Presidência, e que não há problema em indicar políticos para comandar certas seções, como de Articulação Política ou Ações Institucionais. “Muito me estranharia essas diretorias serem ocupadas por profissionais do mercado privado”, declarou.

Para o presidente, a fala de Amauri é “ação orquestrada para desestabilizar uma chapa”. A chapa à qual o parlamentar se refere é encabeçada pelo deputado Álvaro Guimarães (DEM), pré-candidato à presidência da Mesa Diretora na próxima Legislatura.

Vitti encerrou suas colocações dizendo que se pauta pela mais absoluta transparência e ética, defendeu a gestão anterior do deputado Helio de Sousa (PSDB) e disse que aguarda o momento em que serão apresentados dados concretos e denúncia formal quanto à sua conduta frente à Casa de Leis.

Chapéu

O deputado Henrique Arantes (PTB) se referiu ao parlamentar eleito como "um que usa um chapéu branco grande, o Amauri, do município de Piracanjuba. Parece que ele foi prefeito da cidade". Para Henrique, o autor do video teria se manifestado "de uma forma totalmente chula, para começar, sobre o Poder Legislativo. Ele trata a Assembleia abaixo da Câmara de Vereadores do seu município. E não é bem assim", pontuou o petebista. "Este é um Poder, um Poder Legislativo. Ele falou muitas mentiras, e num tom de denúncia, que eu acredito que foi a plataforma eleitoral deste político eleito, de ficar fazendo denúncia, em cima de denúncia, e conseguiu a sua eleição em cima disto. Isso não é denúncia, é uma mentira vazia, desqualificada”, atacou Henrique.

O parlamentar ainda comentou que o deputado eleito teria dito que a Assembleia tem mais de 100 cargos comissionados, ocupado pelo pessoal da limpeza da Casa. Henrique Arantes informou que esse serviço é feito por uma empresa terceirizada. “Isso é mentira, não existe nenhum funcionário efetivo ou comissionado lotado nos departamentos que cuidam da limpeza da Casa. A única que existe, de fato, é a empresa terceirizada, que foi escolhida através de licitação, um processo lícito, público e notório, uma empresa venceu e cumpre com esse serviço”, defendeu.

Para Henrique, a intenção do deputado eleito seria desqualificar o Poder Legislativo e uma chapa que está sendo montada, encabeçada pelo deputado Álvaro Guimarães (DEM), para disputar eleição de presidente. “Ele tenta desqualificar, falando que esta chapa quer colocar como diretores da Assembleia ex-deputados. Primeiro que essa Casa é política. Se ele quiser colocar uma pessoa que tem um currículo bom... primeiro que ele nem deveria ter se candidatado a deputado estadual. Ele deveria ter encaminhado o seu currículo para a Google ou Apple, se ele tem tal currículo, para ser executivo da uma grande multinacional. Mas não. Ele teve mandato eletivo conquistado nas urnas, assim como todos nós, então claro, é política e pública. Essa Casa é uma Casa política”, ressaltou.

Por fim, Henrique Arantes citou alguns ex-deputados que foram e ainda são diretores da Casa, defendendo que o presidente da Casa  tem a prerrogativa de indicar o diretor que quiser, da mesma forma, por exemplo, que o governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) está indicando o seu secretariado. “Eu vejo, na manifestação desse deputado eleito Amauri, que ele está preocupado porque ele quer fazer parte da Mesa Diretora, eu só consigo enxergar desta forma. Ou quer ser o Presidente, não consigo enxergar de outra forma”. Lamentou que Amauri não tenha procurado nenhum deputado da Mesa para conversar sobre questões atinentes à Casa.

Destruir

O deputado Simeyzon Silveira (PSD) subiu à tribuna para, primeiro, reforçar sua crença na lisura da presidência de José Vitti (PSDB), apontando que construir é extremamente difícil, mas que destruir é fácil, numa “época onde fazer política é pegar o celular e ficar xingando todos, sem mostrar serviço”.

Diz ainda que veio agradecer a todos os deputados, declarando ser hoje, seu último discurso em tribuna e sua última semana como deputado, por motivo de viagem. Agradeceu os dois mandatos que teve, e diz que tem cada deputado e cada funcionário, como amigo.

“Tive muito orgulho de passar por essa Casa, e do trabalho que prestei aqui. Fiz com muito esforço e sei que vou deixar um resultado prático para sociedade, independente da minha presença aqui. Tenho certeza que projetos como a implantação de energia fotovoltaica, o Rodobixo, o CNH social e Casa Solar ficarão e isso me orgulha muito. Uso essa tribuna para me despedir, agradecer e não me sinto derrotado. Tive mais votos que dez deputados eleitos, tive votações expressivas, e tenho gratidão em todos que confiaram em mim”, concluiu Simeyzon.

o deputado Manoel de Oliveira (PSDB), a exemplo de seus colegas, também defendeu o trabalho realizado pelos servidores e parlamentares da Assembleia Legislativa, se referindo às críticas feitas pelo deputado eleito Amauri Ribeiro (PRP). 

“A gente é o que pensa dos outros, pois todo cidadão desconfiado denota sinais de práticas ilícitas, então devemos desconfiar dele”, explicou Manoel. O parlamentar continuou “ eu não sei porque criticam tanto a Casa Legislativa e esquecem de apontar os defeitos dos outros poderes: Executivo, Judiciário. É preciso conviver com os deputados para omitir uma opinião sensata”, ratificou.

“É óbvio que em todo segmento existem pessoas desinteressadas, porém o restante não pode ser taxado do mesmo modo”, finalizou Manoel de Oliveira.

Difamações

Fazendo coro a falas de colegas que o antecederam, o deputado Cláudio Meirelles (PTC) lamentou o ocorrido e questionou as razões que levaram o deputado eleito a fazer o que fez. Ele comparou a situação a outras por ele vivenciada, em que afirma ter sido alvo de calúnias e difamações, como presidente da Câmara de Goiânia. “Não vale a pena ser gestor. Na vida, o mais importante é viver bem com qualidade. Isso é que faz toda a diferença”, desabafou.

E terminou por registrar seu apoio à atual gestão da Alego. “Vitti, você tem dado exemplo. Ser transparente e correto é muito importante”, concluiu.

Enfático

Em entrevista à imprensa logo após a sessão Plenária, José Vitti foi enfático ao defender a Casa das acusações de Amauri Ribeiro. Vitti disse que todos os atos de sua gestão são transparentes e que, muito do que disse o futuro parlamentar, são inverdades. “Minha gestão sempre esteve aberta e todos os meus atos estão no Portal da Transparência. Sempre chamei Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado, sempre trabalhei em harmonia com os demais poderes e me estranha ele colocar fatos que não são verdadeiros”, criticou.

Vitti defendeu os diretores da Casa e o grau de qualificação de cada um para atuar em todas as áreas da administração da Alego. “São diretores extremamente competentes. A Casa tem toda a transparência e tenho toda disponibilidade de apresentar tudo da minha gestão para todos os órgãos que nos fiscalizam, inclusive para a imprensa. Isso aqui é um Poder e ele deveria ter orgulho de fazer parte. Ele está muito equivocado. São mais de 800 candidatos para ocupar 41 vagas aqui dentro e me estranha uma pessoa vir falar inverdades, sem conhecer a Casa”, defendeu.

O presidente da Alego ainda disse que sua gestão está aberta para esclarecer qualquer dúvida sobre as falsas acusações divulgadas pelo deputado eleito em um aplicativo de mensagens e de vídeos. “A Casa continua aberta a todos, inclusive a ele. Os meus atos são absolutamente transparentes. Eu tenho muita tranquilidade, não só na minha vida pública, mas na minha vida privada, de que todos os meus atos foram e são pautados na transparência, na lei e na honestidade”, finalizou.   

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