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Notícias dos Gabinetes
Alego sedia audiência pública para debater erradicação da salmonella no estado

27 de Junho de 2019 às 22:41

Por iniciativa do segundo secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Julio Pina (PRTB), o Poder Legislativo sediou, na tarde desta quinta-feira, 27, uma audiência pública para discutir os caminhos para a erradicação da salmonella – doença bacteriana que pode contaminar o ser humano causando diversos acometimentos e, em alguns casos, até o óbito - em Goiás. Os participantes do encontro se reuniram no auditório Costa Lima da Alego com o objetivo de debater a prevenção, controle e monitoramento da bactéria no estado.

De acordo com o representante da Indústria da Avicultura em Goiás, João Victor Portellinha, a bactéria proporciona perdas significantes para o comércio de aves no país. À Agência Assembleia de Notícias, o Portellinha explicou que a contaminação chega em torno de 30% das aves do estado. “Nenhum lugar no mundo aceita o frango com salmonella, sem contar que isso pode prejudicar, inclusive, a imagem do país no mercado externo”.

Goiás tem um potencial expressivo no mercado interno e participação fundamental nas exportações para outros países. Segundo Portellinha, foram mais de 898 mil toneladas somente no ano de 2018. “Ocupamos o sexto lugar no ranking nacional de produção”. Porém, assim como as demais regiões, o estado também enfrenta uma grande perda de sua produção devido a disseminação da bactéria entre as aves.

“É um tema pertinente sobre um grande problema que precisa ser resolvido”, considera o técnico que finalizou dizendo que aposta "não só na ciência e tecnologia", mas também na atuação dos órgãos de fiscalização e controle como saída para minimizar o problema: “Vejo que os dois fatores devem andar de mãos dadas. É preciso que funcionem em conjunto”.

Erradicação da bactéria

Representando a Sociedade Goiana de Avicultura de Goiás, o professor Marcos Café explicou ao público presente que é “quase impossível” erradicar a salmonella. “O que podemos fazer é ter um controle maior sobre a bactéria e consequentemente gerar a diminuição de manifestação da doença. A salmonella está em todo lugar, está aqui nessa sala, por exemplo. Mas a própria indústria já vem se conscientizando nesse sentido, até mesmo pela tamanha responsabilidade que se tem ao produzir alimentos”.  

Para ele, o que não se pode aceitar é que as pessoas "varram o problema para debaixo do tapete”: “Não podemos fingir que a preocupação não existe. Precisamos encontrar maneiras eficazes de controle agora ou lá na frente termos problemas ainda mais difíceis de serem solucionados”.

Para exemplificar o quão difícil é erradicar a bactéria, a professora e doutora em Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Eliete Sousa Santana, apresentou as principais características da salmonella: “Ela pode estar tanto no solo, na água, em animais de sangue frio ou animais de sangue quente; inclusive no ser humano. Ela se adapta muito bem ao meio ambiente e aos 37° C do corpo humano. Por essas e outras tantas características é que não podemos erradicá-la por completo”, explicou.

Outro fator que pode dificultar o processo de identificação da doença diz respeito aos sintomas e características apresentadas pelas aves infectadas. “Essas aves podem apresentar alguns sintomas, mas outras podem parecer completamente saudáveis sendo possível a identificação da bactéria apenas com a realização de exames”.

Mas a especialista lembrou que, apesar da impossibilidade de erradicá-la, o país só tende a ganhar ao promover políticas de conscientização, fiscalização e controle da bactéria, haja vista as condições favoráveis para produção e comercialização das aves brasileiras: “O Brasil pode ser considerado o celeiro do mundo. Temos terra em abundância, espaço suficiente, mão de obra relativamente barata e esse conjunto leva o país a estar entre os principais exportadores do mundo”.

Por fim, o deputado Julio Pina, autor da audiência, disse estar “muito agradecido pelas informações que foram prestadas ao longo da audiência”. “Precisamos saber onde podemos melhorar, esse é o nosso objetivo. A audiência é pertinente pois estamos tratando não só de termos econômicos, mas de saúde pública”, defendeu. Antes de finalizar o encontro, o parlamentar propôs a criação de uma comissão que possa acompanhar o andamento dos debates no Legislativo.

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