O deputado estadual Antônio Gomide (PT) apresentou, nesta quinta-feira, 20, na Assembleia Legislativa de Goiás, um projeto de lei para reconhecer as Bandas Musicais Civis como Patrimônio Musical da Cultura Goiana. A proposta destaca a importância dessas formações na preservação da identidade musical do estado e na valorização das tradições culturais.  

Gomide ressalta que as bandas, compostas por músicos voluntários que atuam em eventos cívicos, sociais, culturais e religiosos, desempenham um papel fundamental na história e na cultura goiana. O reconhecimento busca incentivar a continuidade dessas atividades, promover a transmissão do conhecimento musical entre gerações e integrar as bandas ao calendário cultural oficial.  

Para garantir sua preservação e fortalecimento, a proposta prevê que o Poder Público Estadual poderá implementar programas de incentivo, como apoio financeiro, capacitação técnica e fornecimento de instrumentos musicais. Além disso, parcerias com entidades públicas e privadas poderão ser firmadas para manter e divulgar suas atividades. Também será criado um cadastro estadual das bandas reconhecidas, permitindo um acompanhamento mais efetivo.  

“As Bandas Musicais Civis de Goiás desempenham, há gerações, um papel essencial na construção da identidade cultural do estado. Essas instituições, formadas por músicos voluntários, têm sido protagonistas na educação musical, na preservação de tradições e na animação de eventos que fortalecem o senso de pertencimento das comunidades goianas. Estudos como os realizados pelo projeto Banda Lab, da Universidade Federal de Goiás (UFG), documentam a riqueza histórica de bandas em municípios como Cidade de Goiás, Pirenópolis, Corumbá de Goiás e Jaraguá, evidenciando seu valor como guardiãs da memória cultural”, destaca Antônio Gomide.  

Contexto  

Um exemplo emblemático é a Banda Phoenix, fundada em 23 de julho de 1893, em Pirenópolis, pelo Coronel Joaquim Propício de Pina. Associada ao Coro e Orquestra Nossa Senhora do Rosário, a banda preserva um dos mais antigos e significativos acervos musicais de Goiás, com partituras que remontam ao século XIX. Suas apresentações, especialmente nas tradicionais Cavalhadas de Pirenópolis, reforçam a vitalidade da cultura local e sua conexão com o passado.  

Outras bandas espalhadas pelo interior do estado seguem trajetórias igualmente valiosas, muitas vezes enfrentando desafios como a falta de recursos e o risco de extinção.  

Atualmente, as Bandas Musicais Civis de Goiás seguem ativas em diversas cidades, embora em menor quantidade do que no passado. Eventos como o Festival Arte Educativo de Goiás (Faego), na modalidade bandas e fanfarras, promovido pela Secretaria de Educação, destacam a relevância dessas formações, especialmente nas escolas públicas, onde muitas vezes se conectam às tradições das bandas civis históricas.  

Em 2024, por exemplo, o Faego reuniu 165 bandas de 37 coordenações regionais, com cerca de 9.800 estudantes, evidenciando a força desse legado.