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Literatura

12 de Maio de 2021 às 08:00
Crédito: Seção de Publicidade
Literatura
Centenário de morte do escritor Hugo de Carvalho Ramos
Em 12 de maio de 1921, o escritor, nascido na cidade de Goiás, morreu no Rio de Janeiro. "Tropas e Boiadas", sua obra-prima, é um marco do regionalismo e influenciou Guimarães Rosa e Bernardo Élis, entre outros.

Hugo de Carvalho Ramos viveu pouco, morreu aos 25 anos de idade, após sofrer com uma crise de depressão e cometer suicídio, na cidade do Rio de Janeiro. Apesar da sua curta vida, o seu legado é indiscutível e é considerado um dos maiores regionalistas do país. A sua única obra lançada em vida é o livro “Tropas e Boiadas”, publicada pela primeira vez com nove contos, pela Revista dos Tribunais, no Rio de Janeiro, em 1917.

Mais tarde, o livro teve segunda edição feita por ninguém menos do que o escritor e editor Monteiro Lobato, publicada em São Paulo, um ano após a morte de Hugo. Nessa segunda edição foram acrescentados três novos contos. De acordo com professores e pesquisadores renomados, "Tropas e Boiadas" sobrevive à passagem do tempo pela sua qualidade estética. Foi escrita numa linguagem que permeia os ditos do sertão goiano e a erudição de um escritor-leitor consciente.

Para se ter uma ideia da relevância dessa obra, ela recebeu elogios do poeta modernista Mário de Andrade. O escritor mineiro Guimarães Rosa também leu. O contista e romancista Bernardo Élis, primeiro e único goiano a entrar para a Academia de Letras, também elogiava os contos. Guimarães e Élis, por sinal, admitiram a influência de Hugo em seus respectivos trabalhos.

O livro até hoje impressiona, pois sua leitura se mostra atual, ao narrar histórias que retratam uma realidade social de muita injustiça no campo, o que persiste em muitos lugares do nosso país. 

Biografia

Hugo de Carvalho Ramos nasceu na cidade de Goiás, então capital do estado, no dia 21 de maio de 1895, mesmo ano que foi publicado o livro "Os Gênios", de seu pai, Manuel Lopes de Carvalho Ramos, juiz e escritor. Hugo se apaixonou pela literatura por influência do pai, e cursou as primeiras letras com a mestra Silvina, que também foi professora de Cora Coralina. Desde criança foi um grande leitor, assíduo no Gabinete Literário, onde tinha acesso ao cânone da literatura universal.

Manuel morreu em 1911, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, Hugo mudou-se para a capital Federal, e em 1916 começou a cursar direito. Em 1917, reuniu todos os seus contos e publicou a primeira edição de "Tropas e Boiadas", que foi muito bem acolhida por parte da crítica. Infelizmente, Hugo sofria de grave depressão e, mesmo sendo tratado com os recursos da época, sucumbiu ao mal, cometendo suicídio por enforcamento aos 25 anos.

Centenário da morte de Hugo de Carvalho Ramos

Para lembrar os 100 anos de morte do escritor goiano, a Prefeitura da cidade de Goiás vai disponibilizar, nas redes sociais, um link para o curta-metragem "Hugo", lançado em 2016, do cineasta Lázaro Ribeiro, que conta a vida de Hugo de Carvalho Ramos numa linguagem mais poética. 

Uma curiosidade também é que o prêmio literário brasileiro mais antigo em vigor é uma homenagem ao escritor. Criada pelo primeiro prefeito de Goiânia, Venerando de Freitas Borges, em 1944, a Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos já editou mais de 100 livros. O prêmio da Prefeitura de Goiânia, que é gerido pela União Brasileira de Escritores de Goiás (UBE-GO), continua ainda nos dias de hoje coroando carreiras literárias e revelando talentos.

Agência Assembleia de Notícias
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