Em visita técnica ao Pronto Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc, Gustavo Sebba avalia a situação da unidade
Durante visita técnica ao Pronto-Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc, localizado no setor Jardim América, na Capital, o deputado Gustavo Sebba (PSDB), na manhã desta terça-feira, 1º, foi recepcionado pela coordenadora geral da unidade, Fernanda Francisca Santana. Na oportunidade, o parlamentar, que é presidente da Comissão de Saúde da Assembleia de Goiás, ressaltou estar surpreso com as dificuldades enfrentadas pelo local, que, segundo ele, tem se mantido no atendimento daqueles que ali buscam auxílio, graças à disposição e dedicação da equipe de trabalho. “Pudemos perceber, diante de tantas dificuldades, que o que mantém a unidade é o amor à causa daqueles que aqui trabalham”, salientou. Sebba ressaltou ter solicitado a visita porque ainda não havia ido à unidade. “A gente sabia que existiam dificuldades como em todas as unidades têm. O que vimos aqui hoje, é deplorável”, lamentou.
A visita à unidade psiquiátrica marca a retomada das atividades do colegiado, que durante o ano de 2020, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, ficaram restritas a audiências virtuais, conforme explicou o parlamentar. “Ainda não havíamos vindo até o Wassily Chuc e eu precisava conhecer a unidade de perto”, afirmou. Sebba realçou a importância da visita presencial ao afirmar que, “só dá para conhecer uma unidade quando é feito pessoalmente, conversar com a equipe, conversar com os pacientes, para se inteirar da situação e propor alterações, melhorias, criticar o que estiver errado, elogiar o que estiver correto, mas acima de tudo, propor alternativas e melhorias para essas unidades”, pontuou.
O parlamentar tucano constatou durante a visita o que resumiu a condição de atendimento da unidade como "desumana”, desabafou. Sebba prosseguiu ao ressaltar que, “o que está vendo aqui é uma coisa que parece filme. Uma unidade abandonada, um prédio antigo, sem condições mínimas, não só para os pacientes, mas para a equipe, que é extremamente dedicada. Uma equipe que tem amor à causa”, ressaltou.
“Para trabalhar em uma unidade como essa, tem que amar a causa”, completou Gustavo. “É uma unidade que não tem condições, nem de higiene, com banheiro quebrado, vaso entupido, paredes caindo aos pedaços, destroços no terreno, que juntam bicho, além de patrimônio público amontoado aqui ao lado. É desumano, não só com o paciente, mas com a equipe exposta a isso”, descreveu o deputado.
Dentre os pontos apontados pelo parlamentar, que serão colocados em relatório, além da falta de estrutura, está a falta de medicação. “A farmácia fez o pedido, mas apenas 8% chegou”, assinalou e avaliou ser um problema por interferir na conduta médica e no tratamento em si. “Não tem condições de uma unidade continuar como está aqui, no caso do Wassily Chuc”, constatou o presidente da comissão.
Durante a vistoria da equipe do colegiado, que percorreu os corredores do pronto-socorro psiquiátrico, Sebba conheceu a realidade entre as paredes e grades do prédio antigo, em uma construção deteriorada. “Desde 2015, quando mudamos para cá, saímos de um local que era ruim, para um péssimo", desabafou Fernanda Francisca Santana, coordenadora da unidade. “Era para fazer adequações, o que não ocorreu”, completou.
A unidade municipal é caracterizada como de porta aberta e funciona 24 horas, no atendimento de manejo de crise - de urgência, de pacientes psiquiátricos, a contenção de crises, conforme explica a coordenadora. “Temos habilitação para 42 leitos, mas atualmente, por conta da covid, estamos com 31 pacientes. Além de atendermos o estado inteiro, a unidade também recebe pacientes de estados vizinhos. A gente precisa desse olhar, voltado à melhora da estrutura física”, pontuou.
“Dentre as maiores dificuldades está o fato de o ambiente não ser terapêutico, com mais verde. Tem que ser mais agradável, e ele não é”, afirmou. Segundo a coordenadora, desde o acolhimento, com a chegada dos usuários na unidade, que conta com alas de enfermarias distintas para pacientes masculinos e femininos, o local já não é terapêutico. “Estou indo para o fundo para ser atendido”, pontuou.
Outro ponto apontado por Fernanda é a falta de especialistas como terapeutas ocupacionais, além de outras atividades dentro da unidade, voltadas a oferecer melhores condições de tratamento aos pacientes que ali chegam. Além disso, apontou a demanda de internação compulsória como mais um complicador às condições da unidade que já não são favoráveis. “Os juízes entendem que a unidade é de tratamento e não é. Na prática, a gente não consegue oferecer tratamento”, assinalou.
Por fim, enalteceu que a força de vontade de cada integrante tem sido fundamental para o funcionamento da unidade. “O que faz com que estejamos em funcionamento, é a equipe ser guerreira. É a equipe saber a importância da saúde mental e esta tem que ser muito bem olhada. A pandemia mostrou isso. Sem saúde mental, a gente não faz muita coisa”, sublinhou.
A convite do deputado, a visita foi acompanhada pela vereadora Jessyka Enfermeira, do PL de Ouro Verde de Goiás, que realiza plantões na unidade.