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Documentário sobre mulheres pretas é exibido na Alego. A mostra faz parte da agenda Cultural da Casa

05 de Abril de 2023 às 12:00
Crédito: Sérgio Rocha
Documentário sobre mulheres pretas é exibido na Alego. A mostra faz parte da agenda Cultural da Casa
Lançamento do documentário Águas Profundas

A Assembleia Legislativa de Goiás foi o espaço escolhido para a exibição, pela primeira vez, do documentário “Águas Profundas Salgadas de Poeira e Afeto”, um filme produzido pelo Colettiva Preta e a Associação Quilombola de Piracanjuba Ana Laura.

Aprovado em edital do Conselho de Arquitetura do Estado de Goiás (CAU-GO), o documentário aborda questões presentes no cotidiano de mulheres pretas, a partir da realidade das expositoras da feira Colettiva Preta, um grupo de mulheres unidas por diversas formas criativas de empreendedorismo e das moradoras da comunidade quilombola.

O filme mostra a história do Colettiva, que teve início em 2021, como forma de sobrevivência de mulheres negras, periféricas, quilombolas e indígenas, que tiveram suas atividades impactadas pela pandemia de covid-19. Elas se uniram e passaram a realizar eventos, onde expõem e comercializam seus trabalhos, mas também onde encontram apoio, convivência e partilha de suas realidades.

Segundo explica Renata Caetano, uma das idealizadoras do documentário, com o tempo veio a ideia do filme, que é uma reflexão acerca do local em que as mulheres negras estão inseridas econômica, política e socialmente em relação às estatísticas, ao mercado de trabalho, à renda familiar, à moradia e à mobilidade social.

O documentário é ambientado em diversos bairros da Capital, onde as empreendedoras moram, confeccionam seus produtos e onde as feiras acontecem. Depois, o documentário visita a associação quilombola Ana Laura, em Pirancajuba. A comunidade é formada por 150 famílias, grande parte delas chefiadas por mulheres, que, assim como as integrantes do Colettiva Preta, sobrevivem da produção de artesanato, especialmente doces caseiros. Elas também produzem alimentos no Programa de Agricultura Familiar, em uma área cedida pela prefeitura do município.

Para Renata Caetano, entre outros tantos objetivos, o documentário dá voz a essas mulheres. “É mais uma possibilidade de enfrentamento ao racismo”, analisa.

A presidente da Associação Quilombola de Piracanjuba Ana Laura, Luci Tavares, acredita que o filme, além de ser uma oportunidade de registrar a história, também provocou o empoderamento do povo da comunidade. “A nossa história só é registrada pela oralidade, nós não temos registro. Então, foi espetacular dar voz à comunidade. Aumentou nossa autoestima. Se tivemos a vacina para a covid, esse projeto foi nossa vacina de coragem, de ânimo”, afirmou a líder comunitária.

O evento teve a presença de moradores da comunidade quilombola de Piracanjuba, da vereadora de Goiânia, Kátia Maria, da vice-prefeita de Piracanjuba, Lenízia Alves Carneiro e de vereadores do município. 

Segundo a chefe da seção de atividades culturais da Alego, Ana Rita de Castro, o documentário “Águas Profundas Salgadas de Poeira e Afeto” foi o primeiro, de muitos, que serão exibidos na programação cultural da Assembleia Legislativa de Goiás.

Por determinação do presidente da Assembleia, Bruno Peixoto, a Casa tem realizado, toda semana, atividades artísticas e culturais, das mais variadas manifestações. A ideia é que a sede do poder legislativo seja um espaço para que artistas goianos mostrem o que produzem, e que, ao mesmo tempo, seja também uma opção de programação gratuita para a população.

Ana Rita revelou que no primeiro semestre de 2023, a agenda está praticamente lotada. E para a segunda metade do ano, a agenda deve ser mais profissional. “Nós vamos abrir nosso próprio edital para a seleção de projetos. Que fique claro, que nós não vamos oferecer dinheiro, o que oferecemos é o espaço, com todas estrutura para o artista apresentar seu trabalho. E o edital vai trazer critérios, regras, para que a Assembleia se torne uma referência na programação cultural”, explicou.  

Agência Assembleia de Notícias
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