Exame que detecta doenças hepáticas em recém-nascidos pode se tornar obrigatório
A CCJ começou a analisar projeto que obriga a realização do exame de verificação dos níveis de fosfatase alcalina em todos os recém-nascidos nos berçários hospitalares e maternidades de Goiás, e subsequentes avaliações genéticas quando necessárias. De autoria do deputado Fred Rodrigues (DC), a matéria foi protocolada na Casa como nº 562/23.
De acordo com o autor da propositura, o objetivo é diagnosticar doenças e alterações hemolinfas de maneira precoce para favorecer o bem-estar dos recém-nascidos e antecipar os devidos tratamentos.
Em suas justificativas, Fred Rodrigues explica que a fosfatase alcalina é uma enzima que está presente em diversos tecidos do corpo e seu exame é utilizado para investigar doenças no fígado e nos ossos, bem como defeitos esqueléticos severos decorrentes da falta de mineralização adequada dos ossos, convulsões recorrentes, dores musculares até a perda precoce das dentições.
O exame de fosfatase alcalina mede os níveis dessa enzima no sangue e é realizado através da coleta deste. Os resultados acima do normal de fosfatase alcalina podem indicar obstrução biliar, condições ósseas, tumores ósseos , doença hepática ou hepatite, hiperparatireoidismo, leucemia , linfoma, doença de Paget, raquitismo, sarcoidose.; por outro lado, os níveis abaixo do normal indicam: hipofosfatasia, subnutrição, deficiência de proteína ou doença de Wilson.
Este exame geralmente é pedido juntamente com outros que avaliam a função hepática. Uma das principais doenças causadas pela alteração dessa enzima é a Hipofosfatasia (HPP), doença genética caracterizada por amplo espectro de manifestações clínicas, normalmente relacionadas com a demora do diagnóstico. Ela prejudica a função da enzima fosfatase alcalina, e pode levar à morte dos indivíduos afetados nos períodos iniciais de vida.
“É importante destacar que para as formas leves e moderadas, o indivíduo afetado pode conviver por anos com os sintomas até que seja diagnosticado de forma tardia. Além disso, os estudos demonstram que quanto mais precoce se iniciar o tratamento, mais evidentes serão os benefícios observados e o impacto da HPP será significativamente atenuado”, esclarece o deputado.