Entrevistada no programa Alego Mulher, deputada federal Flávia Morais fala de sua trajetória e ações como parlamentar

A deputada federal Flávia Morais (PDT) esteve na sede da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), quando foi entrevistada no programa Alego Mulher. Ao longo do bate-papo com as jornalistas Daniela Melo, Honória Dietz e Monalisa Carneiro, Flávia falou sobre a representatividade feminina no Congresso Nacional e comentou os avanços alcançados ao longo dos últimos anos em que vem representando Goiás não apenas no Congresso, mas também como deputada estadual (nas 15ª e 16ª legislaturas, de 2003 a 2010).
Formada em educação física, Flávia iniciou sua vida política no ano de 1993 como primeira-dama do município de Santa Bárbara de Goiás. Em 2002, foi eleita pela primeira vez ao cargo de deputada estadual. Daí em diante, a política passou também pela Secretaria de Cidadania e Trabalho no governo Alcides Rodrigues (PP) até ser eleita, em 2010, ao cargo de deputada federal. Flávia, vale lembrar, ocupa o quarto mandato como congressista.
Ao discorrer sobre sua trajetória e, consequentemente, os desafios de garantir vez e voz em um ambiente majoritariamente masculino, Flávia comemorou os avanços e a ampliação do número de mulheres nos espaços de decisão e poder. “Nós somos a maioria da população. Não dá pra gente achar que estamos avançando nas políticas públicas para as mulheres se a gente mantiver a minoria.”
Ela lembra que o Brasil ocupa o 66º lugar no ranking de países com representação feminina na política. “Temos países onde as mulheres usam burca e que contam com mais parlamentares mulheres do que o Brasil”, destaca. Apesar desse recorte, a deputada reconhece que os últimos anos foram transformadores e que, nesse contexto, Goiás deu exemplo. “Tivemos um ganho significativo de mulheres. Hoje temos a maior bancada do País. De um modo geral, na Câmara Federal saímos de 75 para 99, o que também nos mostra um avanço significativo.”
Flávia Morais destacou que, apesar da resistência cultural e histórica de aceitação das candidaturas femininas e inserção da mulher no cenário político, o que se percebe é uma transformação a longo prazo. “É algo que precisamos trabalhar nas bases. Precisamos encorajá-las para que possam se enxergar como políticas que são. Acredito que esse número expressivo de mulheres eleitas no último pleito servirá como fonte de inspiração para novas lideranças. Isso vai abrir espaço para outras mulheres participarem dos próximos processos eleitorais.”
Passagem pela Alego
A deputada falou sobre as conquistas alcançadas enquanto representante dos goianos na Assembleia Legislativa. "Tivemos vários projetos aprovados. Dentre eles gosto de destacar o passaporte do idoso, que materializou um direito do idoso de viajar gratuitamente entre os municípios goianos. Sabemos que as aposentadorias não são suficientes e, na maior parte dos casos, os idosos acabam onerados com medicamentos.”
Ela destacou conquistas voltadas às mulheres goianas. “Na época em que assumi não tínhamos a Lei Maria da Penha. A pena para esse crime era a prestação de serviços à comunidade e o pagamento de cestas básicas. Então atuamos de maneira firme para conseguir recursos do orçamento e ampliarmos a legislação para que pudéssemos avançar no sentido de ampliar a rede de proteção feminina.”
Trabalho que, segundo ela, se estende até hoje na Câmara. “Temos acompanhado de perto os números. Enquanto temos o número de homicídios caindo, vemos os números de feminicídio na direção oposta, ou seja, subindo. Esse é um grande desafio porque temos um dos marcos legais mais avançados do mundo e mesmo assim ainda enfrentamos números alarmantes em todo País.”
A parlamentar reforçou que por esse motivo tem se empenhado, juntamente com a bancada feminina do Congresso, em busca da ampliação da interlocução entre os poderes e as demais autoridades, a fim de que haja um trabalho conjunto e integração nas ações de combate e prevenção ao feminicídio.
A deputada ainda falou sobre a sua atuação em prol da ampliação e garantia das práticas esportivas nas escolas de todo país, bem como da luta encampada em prol das pautas sociais. A entrevista completa pode ser conferida ao longo da programação da TV Alego, no canal 32.1 da TV aberta.