Dia Mundial da Fotografia

Com o intuito de celebrar o Dia Mundial da Fotografia, 19 de agosto, data em que foi anunciada pela Academia Francesa de Ciências, a invenção do daguerreótipo - o antecessor das câmeras fotográficas - nada mais natural do que traçar uma retrospectiva das primeiras experiências à era digital. A data valida o permanente papel da fotografia que faz parte dos momentos mais importantes das pessoas, sendo considerada uma arte admirada em todo o mundo. A fotografia é fundamental para registrar momentos da sociedade, históricos e culturais, na busca da construção das memórias de um povo, com ela contamos, lemos e revemos histórias em todos os âmbitos.
A história da fotografia remonta aos tempos da Antiguidade, quando os primeiros estudiosos observaram que a luz sobre as superfícies reproduziam imagens que eram projetadas nas cavernas, paredes, cabanas e tendas. A partir dessas novas invenções passaram a ser elaboradas, sendo a ‘câmera obscura’ um exemplo disso. Nessa invenção desenvolvida na Grécia Antiga, atribuída a Aristóteles, as imagens eram reproduzidas de forma invertida.
Foram os franceses, aqueles que contribuíram sobremaneira para os avanços da fotografia. Além da invenção do daguerreótipo, realizada por Louis Daguerre, em 1837, a primeira gravação fotográfica foi feita numa placa de estanho, em 1826, pelo também francês Joseph Niépce. Naqueles tempos, o francês Hercule Florence, desenvolvia um método fotográfico aqui no Brasil. Ao longo dos tempos, muitos pesquisadores, químicos e físicos contribuíram para que a técnica evoluísse e fosse difundida em todo o mundo. Hoje, a fotografia é considerada não só um meio de comunicação, mas também uma forma de arte revolucionária.
Aprimoramento da técnica
Em 1839, na cidade de Paris, Daguerre protagonizou outro momento marcante para a história da fotografia, realizando o primeiro registro com pessoas. Naquela época, para que a foto fosse feita, era necessário que as pessoas permanecessem imóveis por pelo menos 30 minutos para que tivessem suas imagens fixadas na câmera, o que desafiava sobremaneira a prática de fotos contendo pessoas, tornando mais comum a fotografia de paisagens das cidades. Vinte anos depois, a Capital Francesa sediou a Exposição Universal de Paris, considerada um marco para a fotografia. Nesse evento, a fotografia foi exposta ao lado das demais artes como a pintura, a gravura e a escultura - ocupando um novo espaço.
Avançando um pouco mais no século XVII, já no período renascentista, os dispositivos de projeção foram usados com diferentes objetivos. As câmaras, conhecidas como ‘lanternas mágicas’, serviram de suporte para que os pintores fizessem seus quadros para outras formas de entretenimento. Em 1839, também foi inventado o calótipo, um outro sistema de captura de imagens, criado por William Fox Talbot (1800-1877), sendo este considerado o Ano da Invenção da Fotografia.
Conhecedora dessa história, a fotógrafa profissional Regina Esteves, uma das integrantes da Casa da Fotografia Rosary Esteves, conversou com a equipe de reportagem da Agência de Notícias sobre o universo da fotografia. “Já no princípio, os experimentos iniciais tinham o intuito de obter uma imagem estática que pudesse atender aos pintores contratados para produzir retratos da realeza, dos nobres e dos eclesiásticos europeus. Foi a fotografia que permitiu aos pintores trabalhar com maior flexibilidade e agilidade”, explicou Regina.
De acordo com a representante da Casa da Fotografia, foi na 1ª Guerra Mundial que a fotografia se tornou vetor de mudança na sociedade, pois imortalizou a história por meio de imagens das trincheiras e da reconstrução dos países, fazendo surgir dessa maneira o fotojornalismo e, do século XX até hoje, muita coisa mudou na área da fotografia, até que recentemente o mundo assistiu ao surgimento da fotografia digital.
Áreas da fotografia que mais avançam e dicas para quem está começando
“Os avanços tecnológicos dos equipamentos fotográficos ajudam sobremaneira os profissionais da área da fotografia, entretanto, apesar da popularização crescente do registro fotográfico por amadores, apenas um bom equipamento não é suficiente. É preciso conhecimento e domínio das técnicas fotográficas para a obtenção de imagens bem elaboradas e de alta qualidade”, ensina Regina.
A fotógrafa profissional comenta que a área de marketing e publicidade continua sendo a de maior crescimento contínuo, principalmente se levando em conta que a fotografia de propaganda é produzida até mesmo por aparelhos celulares, cujas imagens são permanentemente utilizadas para alimentar as redes sociais de venda de produtos. E a fotografia publicitária continua sendo produzida por grandes marcas e para perfis corporativos que sabem da importância de divulgar uma boa imagem dos produtos que representam.
A profissional revela que, como fotógrafa e professora de fotografia há 40 anos, sempre fala para seus alunos que a área profissional é como qualquer outra. É preciso aperfeiçoamento técnico, participação em congressos, cursos, troca de experiência com profissionais renomados, conhecer novas produções. A profissão também exige a prática de atividade física constante para manter fortes os braços, pois os equipamentos são pesados e a rotina pode ser exaustiva.
Para os profissionais que estão iniciando a carreira agora, Regina faz algumas recomendações: “Saiba, pelo menos, o básico, domine seu equipamento, seja autêntico e não copie ninguém, crie seu próprio estilo, não seja um plagiador, estude artes plásticas, faça cursos de qualidade, veja muito cinema, frequente museus e galerias de arte, acompanhe notícias, viaje e acompanhe outras culturas, conheça e se emocione com todas as artes: música, literatura, artes cênicas. É assim que acredito que o fotógrafo descobre e desenvolve seu estilo”.
Por fim, ela comenta que “um bom fotógrafo é aquele que é desapegado de conceitos estéticos, sociais, culturais e consegue olhar para as cenas do mundo e para o outro com um olhar despido de preconceitos. É aquele que entende que as diversidades são para além do click e para além de nós mesmos”.
Na Alego
A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) tem uma competente equipe de fotógrafos profissionais que trabalham se revezando nos três períodos. Esses fotógrafos possuem uma rotina bastante intensa, fazendo toda a cobertura das sessões plenárias, sessões solenes, audiências públicas, reuniões das comissões, reuniões ordinárias e, ainda, eventos relacionados aos mais diversos departamentos da Casa.
Na rotina desses repórteres fotográficos, a sensibilidade é uma ferramenta extremamente importante para captar, por meio de imagens, os momentos históricos e sociais, vividos dentro do Parlamento, mas que podem implicar na vida de toda a população goiana. É um trabalho extremamente importante que conta diariamente muitas histórias da política do nosso Estado e que, nesse dia de hoje, merece todo o nosso reconhecimento.