Ao iniciar os trabalhos da audiência pública com catadores de materiais recicláveis para atender as demandas da classe, o propositor do encontro, deputado Paulo Cezar Martins (PL), declarou ser fundamental o reconhecimento da importância desses profissionais e a necessidade de inclusão social, que deve ser feita em conjunto com esses trabalhadores.

Ações do Governo estadual

Após a fala do deputado, o diretor financeiro da Agência Goiana de Habitação de Goiás (Agehab), Adailton Trindade, elencou ações do Governo estadual para atender as famílias que atuem diretamente com reciclagem de resíduos sólidos. Ele ressaltou, ainda, que o Estado tem voltado suas preocupações a essa população.

“Atendemos 38 mil famílias em 18 meses, inclusive com auxílio financeiro, para que elas possam sair do estado de vulnerabilidade. Além de outras ações, como o Programa de Retomada, que oferta cursos de capacitação. Outro exemplo são as casas custo zero, que são residências construídas e doados pelo Estado às famílias que recebem até um salário mínimo”. Por fim, ele deixou a Agehab à disposição para questionamentos e esclarecimentos dos presentes na audiência pública.

Preservação das cidades

Robson Guimarães é paisagista e idealizador de um projeto que troca resíduos sólidos por mudas de árvores nativas do Centro-Oeste na cidade de Anápolis. Além de reutilizar matérias sólidos e colaborar para a preservação ambiental, ele observou que é imprescindível reconhecer os catadores como profissionais sérios e fundamentais para a preservação das cidades.  

“Quanto mais catadores nas cidades, menos resíduos serão lançados nos aterros. Esses profissionais precisam ser valorizados, serem tratados como seres humanos, serem regularizados. Eles catam o que seria lixo e transformam em dinheiro. Altamente, o Poder Público está gastando muito com resíduos sólidos e não reciclamos nem 2,7% dos resíduos no Brasil. Será que os gestores públicos estão se beneficiando sem essa coleta?”, indagou.

Ele agradeceu ao deputado pela iniciativa em atender as demandas dos catadores e pontuou que a atuação da classe é digna, honesta e benéfica para toda a sociedade, uma vez que reaproveitam os resíduos sólidos.

 A palavra retornou ao deputado, que aproveitou a oportunidade para classificar os catadores como “protetores do meio ambiente”. Ele também reafirmou seu compromisso de atuar em defesa da classe. Ele sugeriu que uma alternativa viável para auxiliar essa população seria designar cotas nas universidades federais para os filhos de catadores.

Por fim, o parlamentar se dirigiu aos representantes de cooperativas de reciclagem e afirmou que é fundamental unir esforços para adquirir mais garantias à classe.