Em 5 de setembro de 1850, Dom Pedro II criou a Província do Amazonas e a data foi escolhida para se comemorar o Dia da Amazônia, por força da Lei nº 11.621 de 2007. Uma justa homenagem para reflexão sobre a maior floresta tropical do planeta, que abrange oito países, além do Brasil, e que se tornou alvo de preocupação, mobilização ambiental e disputa geopolítica mundiais.

Apanhado de informações em portais eletrônicos dão conta de que a vegetação tropical é a maior do mundo, representa dois terços das florestas naturais do Brasil e cobre quase 50% do território brasileiro, sendo também o maior bioma do País. Trata-se de um ecossistema com vasta biodiversidade e um dos mais valiosos patrimônios naturais da humanidade. A Amazônia é essencial para o equilíbrio climático, contribuindo para a manutenção e distribuição da umidade em todo o continente.

Sua importância para a humanidade é tamanha que desperta embates geopolíticos que colocam em choque interesses de preservação e exploração de seus riquíssimos recursos naturais e chega a representar uma ameaça à soberania brasileira sobre seu território. É, também, uma pauta que produz posicionamentos e narrativas distintas na esquerda e direita, sem contar ideias divergentes de cientistas sobre seu papel na questão do aquecimento global.

Atuação dos ambientalistas

A organização não governamental (ONG) World Wildlife Fund (WWF-Brasil) atua na Amazônia Legal e estabelece como temas atuais, urgentes e prioritários, alguns com potencial de ameaça, o manejo florestal e a valorização do uso das florestas; as unidades de conservação; a geração de energia; os grandes empreendimentos; o desmatamento e a degradação florestal; os pagamentos por serviços ambientais; a mineração e a pecuária.   

No portal da WWF-Brasil, a secretária-geral da entidade, Maria Cecília Wey de Brito, coloca: “O Dia da Amazônia é um dia de celebração. Nós temos conhecimento sobre os problemas e desafios do bioma, mas muito mais sobre as ferramentas que precisamos para vencê-los e quais os resultados que devemos atingir. Nosso trabalho tem se pautado na proposição de uma agenda positiva para o desenvolvimento sustentável do bioma”.

Já o coordenador do Programa Amazônia da ONG, Marco Lentini, ressalta a necessidade de informar sobre a realidade e ameaças ao bioma e sensibilizar a sociedade quanto à busca de uma economia verde para a região. “É importante conectar a conservação das florestas com seu uso sustentável, utilizando cada área de acordo com a sua vocação. Também queremos engajar as pessoas para que exerçam seu papel de cobrar e propor soluções positivas e sustentáveis para o bioma”, afirma.

Últimos dados sobre desmatamento

A disputa entre os interesses do agronegócio, que coloca o Brasil como celeiro do mundo, e a necessidade de se preservar o bioma amazônico tem causado enorme polêmica na opinião pública mundial. E nesse contexto, é importante acompanhar de perto as estatísticas sobre o seu desmatamento, divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Números preliminares coletados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) mostram que a área sob alerta de desmatamento na Amazônia teve recuo de 33% no primeiro semestre de 2023, depois de cinco anos seguidos de alta.

Para se ter uma noção, o mês de junho, considerado o de maior risco de desmatamento em razão da seca, registrou, no corrente ano, queda de 41% na região em alerta de perda de vegetação.