Plenário aprova inclusão de cavalhadas de três municípios no Calendário Cívico, Cultural e Turístico de Goiás
Realizadas, em Goiás, há mais de 200 anos, as Cavalhadas são festejos históricos e culturais de grande relevância para o Estado. Visando reconhecer a importância dessa festa que reúne fé e cultura, o deputado Amauri Ribeiro (UB) sugere que as Cavalhadas de Corumbá de Goiás (processo nº 934/23) , Luziânia ( processo nº 933/23) e Posse (processo nº 935/23) sejam incluídas no Calendário Cívico, Cultural e Turístico de Goiás. As três matérias foram aprovadas pelo Plenário, em primeira votação, nesta terça-feira, 3.
As Cavalhadas são uma encenação teatral que simboliza o combate entre o exército cristão de Carlos Magno (vestido com trajes azuis) e os mouros islâmicos (trajando roupas vermelhas), que se enfrentaram para decidir quem detinha a fé verdadeira. Remontam à ocupação dos muçulmanos na Península Ibérica e têm inspiração medieval.
A festa movimenta a população das cidades onde é realizada anualmente, tanto nos preparativos quanto na execução. Os próprios moradores se fantasiam (muitas vezes arcando com os custos) de cavaleiros e se apresentam encenando a luta, que sempre termina com a vitória dos cristãos. Em 2023, o Circuito das Cavalhadas reúne 15 municípios goianos.
“Este tipo de festejo, que celebra a Festa do Divino, era uma tradição em muitas das cidades de Goiás, mas que, aos poucos, foi se perdendo no tempo. A eleição de um imperador e uma imperatriz e as homéricas coreografias são uma marca registrada”, detalha Amauri Ribeiro.
O primeiro registro, em terras goianas, é de 1751, em Luziânia (então Santa Luzia). Na cidade, a celebração estava parada há 17 anos e retomou suas atividades no último dia 3 após esforço conjunto dos Executivos estadual e municipal. A história de pioneirismo de Luziânia foi retratada, inclusive, pelo botânico e naturalista francês August Saint Hilaire, no início do século 19.
A encenação das Cavalhadas de Corumbá de Goiás tem mais de 180 anos. O festejo chegou a ser paralisado, mas retornou em 1980 e, desde então, o espetáculo passou a ser apresentado todos os anos. Lá, a luta entre mouros e cristãos é representada durante a festa de Nossa Senhora da Penha de França, em setembro.
As apresentações acontecem ao som da tradicional Banda 13 de Maio, que determina o ritmo dos galopes e das corridas, e os mascarados, herança do teatro grego, que divertem a plateia. Durante o evento, é realizado um desfile até o campo das Cavalhadas e, após as batalhas, há o batismo e o oferecimento das flores pelos reis e cavaleiros.
Em Posse, a Cavalhada carrega a cultura e a tradição desde meados do ano de 1917, sendo uma das mais antigas do Estado.
Cada inclusão corresponde a um projeto de lei (confira os respectivos links no início da matéria) e os três foram encaminhados à Comissão de Constituição, Justiça e Redação. No colegiado, serão distribuídos para relatoria de um dos membros. Caso sejam aprovados, estarão aptos à votação, em dois turnos, pelo Plenário e possível sanção da Governadoria.