Audiência pública debate prevenção e autoexame no Outubro Rosa, mês alusivo de combate ao câncer de mama

A Diretoria de Saúde e Meio Ambiente do Trabalho da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) juntamente com a Associação das Mulheres Mastectomizadas de Goiás promoveram audiência pública com o tema "Cuide-se com Amor. O debate ocorreu na manhã desta terça-feira, 10, no auditório 1, andar térreo do Palácio Maguito Vilela e faz parte das ações do Outubro Rosa, mês destinado a intensificar o debate acerca da conscientização e prevenção do câncer de mama.
O evento contou com a participação do secretário da Diretoria de Saúde e Meio Ambiente do Trabalho, Lucas Adorno; dos palestrantes Antônio Leite e Rosemar Rahal (mastologistas) e Larissa Vieira (oncologista). Além dos palestrantes, também fizeram uso da palavra a presidente do Instituto Mulher de Alto Valor, Bruna Tomazetti; a fundadora da Associação das Mulheres Mastectomizadas de Goiás, Marlene Francis e a personal Mariuza Maia.
O médico Lucas Adorno agradeceu a presença de todos e destacou que “o Outubro Rosa é sempre uma ocasião relevante para promover debates acerca da promoção da saúde das mulheres com a intenção de reduzir os casos de câncer de mama em Goiás, trazendo ainda mais qualidade de vida. Em nome do deputado Bruno Peixoto, agradeço a participação de todos vocês” .
O mastologista Antonio Leite palestrou sobre o "porquê é importante falar sobre o câncer de mama’. Segundo ele, existe um objetivo maior que é no futuro não ter mais mulheres mastectomizadas, já que é possível agir por meio da prevenção. Para isso, muitas dificuldades precisam ser superadas melhorando a cobertura de rastreamento.
Leite disse que “o pior inimigo é aquele que a gente não vê, mas nesse caso é possível vencê-lo. Busquem sempre diagnóstico precoce e tratamento eficaz. Ao se dirigir à plateia composta por diversas mulheres mastectomizadas, ele disse “vocês são a prova viva de que a superação e a resistência podem vencer, são um exemplo para nós. É necessário falar abertamente, sem tabu e sem preconceito. A Assembleia sempre realiza eventos tentando orientar o caminho certo”.
Em seguida, a oncologista Larissa Vieira abordou "os fatores de risco e prevenção". Conforme preconizou a médica, “a mulher tem 100 vezes mais chance de desenvolver o câncer de mama do que um homem. Entretanto, aquelas que amamentam têm menor risco, especialmente as mulheres que não têm histórico de câncer de mama anterior na família. Trabalhamos com o intuito de reduzir os riscos cada vez mais, por isso orientamos na melhoria da alimentação para auxiliar na manutenção do peso, associando também a atividade física. Aqueles que já foram diagnosticados também devem adotar um estilo de vida mais saudável para diminuir o risco de reincidência. Os estudos mostram que, quando as mudanças de vida ocorrem, a reincidência do câncer de mama é menor”.
Já a mastologista Rahal falou sobre “Políticas públicas e estratégias aplicadas no nosso País”. A especialista apresentou um estudo indicando que 25% das mulheres têm câncer a partir dos 40 anos. Entretanto, a mamografia, que o exame mais indicado para detectar a doença é realizada normalmente somente a partir dos 50 anos. A mortalidade por câncer de mama continua crescendo por falta de acesso à mamografia e biópsia adequada”.
Ela revelou que “existe um déficit de serviço de oncologia no serviço público que contribui para que as mulheres cheguem ao tratamento num estado mais avançado, especialmente por não terem acesso às mesmas drogas que a rede particular utiliza. A sociedade brasileira de mastologia fala sobre esse assunto há exatos 22 anos, mas o que precisamos mesmo é criar um movimento de mudança. É necessário que os deputados conheçam os gargalos existentes no serviço público e nos ajudem. No próximo ano, quero estar aqui para mostrar o que mudou em Goiás”.
A psicóloga Bruna Tomazetti falou sobre autoestima. Ela comentou que, como responsável pela área da psicologia do Estado está cansada de ver as coisas paradas. Para que as mulheres deixem de ser sentenciadas à morte precisamos unir forças. O câncer de mama pode sequestrar os sonhos de uma mulher. Apesar disso, a mulher tem que lembrar que isso pode ser reversível. As lideranças precisam lembrar que estão aqui para servir a população e criar uma corrente que funcione. A gente não aguenta mais ver tanta técnica e teoria, precisamos dialogar com quem tem poder de caneta e trazer resultados rápidos”, desabafou.