Importância da prevenção

A tuberculose é uma doença infecciosa que afeta o sistema respiratório, principalmente os pulmões. Apesar de ser curável, a doença é responsável pela quarta maior taxa de mortes por infecção no Brasil, são mais de 70 mil casos em média por ano, segundo dados do Ministério da Saúde.
A médica infectologista, Cristielly Guimarães Franco, pontua que os dados publicados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram também que houve um aumento global no número de casos de diagnóstico e até morte pela tuberculose.
“Com a pandemia de covid-19 ocorreu um crescimento do número de pessoas diagnosticadas pela tuberculose, pois os sinais e sintomas cursam tipicamente com quadro respiratório e, dessa forma, houve um aumento no número de pessoas diagnosticadas com tuberculose”, explica.
A infectologista destaca que os sintomas mais comuns relacionados à tuberculose pulmonar é a tosse que pode ser seca ou acompanhada de secreção e por vezes até com presença de sangue. “Além disso, pode causar febre, dor torácica, falta de ar, fadiga, mal-estar geral e até perda de peso. Também podemos diagnosticar casos de tuberculose extrapulmonar, que cursam com sintomas específicos, acometendo órgãos”, enfatiza.
Transmissão
A transmissão é direta, de pessoa a pessoa. Quando uma pessoa contaminada conversa, tosse ou espirra, as gotículas de saliva, onde estão presentes os bacilos, são lançadas no ar. Isso faz com que a transmissão ocorra de maneira relativamente simples, uma vez que a bactéria pode ser inalada facilmente por uma pessoa sadia.
O bacilo, quando inalado, pode ficar restrito ao sistema respiratório superior ou, então, atingir os alvéolos. Nesse último caso, inicia-se a infecção, com a multiplicação dessa bactéria e sua migração para todo corpo pela corrente sanguínea. Má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo, uso de drogas ilícitas ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica, também favorecem o estabelecimento da doença.
Além dos fatores relacionados ao sistema imunológico de cada pessoa e à exposição ao bacilo, o adoecimento por tuberculose, muitas vezes, está ligado às condições precárias de vida.
Diagnóstico
A tuberculose pode ser detectada por meio de exames. A infectologista Cristielly Franco salienta que durante a avaliação médica é possível verificar os principais sintomas desenvolvidos pelo paciente e também por meio de exames, como o de escarro, que é um tipo de análise clínica feita para identificar micro-organismos patogênicos. “Também realizamos exames de imagens, como a tomografia de tórax, que pode mostrar lesões típicas, como cavitações e alterações no parênquima pulmonar. Vale a pena ressaltar que em pacientes imunocomprometidos, como pacientes oncológicos ou portadores de AIDS, a doença pode evoluir com sintomas inespecíficos e poucas alterações em exames. Por isso, a importância de uma avaliação especializada médica”, frisa.
Prevenção e tratamento:
A infectologista aponta que o tratamento se faz por meio de uma combinação de medicamentos, que são gratuitos e disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Os remédios são tomados diariamente, basicamente divididos em duas fases de tratamento: a fase intensiva e a fase de manutenção”, conclui.
Com 15 dias após iniciado o tratamento, a pessoa já não transmite mais a doença. O tratamento deve ser feito por um período mínimo de 6 meses, diariamente e sem nenhuma interrupção. O tratamento só termina quando o médico confirmar a cura total do paciente.
A principal maneira de prevenir a tuberculose é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), disponível gratuitamente no SUS. Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até 04 anos, 11 meses e 29 dias de idade para proteger contra as formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea.