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Saúde dos ossos

25 de Março de 2024 às 08:25
Saúde dos ossos
Todos os anos, é realizada, no final de março, a “Semana de Prevenção, Controle e Orientação da Osteoporose". O Objetivo é chamar a atenção para uma doença que atinge cerca de 10 milhões de pessoas somente no Brasil.

A Semana Estadual de Prevenção e Controle da Osteoporose é celebrada todos os anos na última semana do mês de março, graças à Lei nº  20390/19, de autoria do ex-deputado Jeferson Rodrigues (PRB), que foi sancionada no primeiro mandato do governador Ronaldo Caiado (UB). O intuito é promover a conscientização da população sobre essa doença silenciosa e sem cura, proporcionando diagnósticos preventivos, controle e tratamento da doença, por meio de ações educativas como eventos, palestras, audiências públicas, seminários e outros meios educativos e informativos para que, dessa forma, todas as pessoas possam melhorar a qualidade de vida. 

Por meio dessa lei, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) demonstra que a sua atuação pode ter reflexos significativos em prol de toda a sociedade numa variedade de questões, pois o Legislativo participa diretamente das ações do Estado e da vida de todo cidadão. O Poder Legislativo é o meio do cidadão, a partir de seus representantes eleitos pelo voto direto, participar e intervir nos assuntos públicos. Também é de competência da Alego, primordialmente, representar os anseios do povo, legislar e fiscalizar, pois quando as leis entram em vigor, podem trazer benefícios para todos.

Além da Alego, quem também se dedicou a essa pauta foi a Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), que criou o Manual Brasileiro de Osteoporose (MBO) e, ainda, o Prêmio Nacional de Qualidade de Vida (PNQV), que já premiou 130 empresas alinhadas às transformações exigidas quanto ao aspecto da saúde.  Desde a sua criação, o MBO busca atender as necessidades de médicos, pertencentes às diferentes sociedades científicas, para a melhor condução no diagnóstico e tratamento de pacientes com osteoporose.  

O manual buscou unificar as principais informações que podem ser úteis para qualquer uma das abordagens médicas, orientando, dessa forma, a prevenção, o diagnóstico e o tratamento da osteoporose. Além disso, o material emprega foco na multidisciplinaridade, já que envolve as diversas especialidades médicas: endocrinologistas, epidemiologistas, fisiatras, geriatras, ginecologistas, ortopedistas, radiologistas e reumatologistas - trazendo capítulos de profissionais que se destacam na medicina e podem colaborar para a prevenção de novas fraturas. 

Os principais especialistas sobre o assunto participam de uma das três principais sociedades médicas dedicadas ao estudo da osteoporose e do osteometabolismo no Brasil: a Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica (SBDENS), a Sociedade Brasileira para Estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral (SOBEMOM) e a Sociedade Brasileira de Osteoporose (SOBRAO). Todas elas fazem parte da na Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO), responsável por difundir o conhecimento científico, estimular o ensino e a pesquisa e, ainda, realizar ações preventivas da saúde junto ao público leigo celebrando esta data.

Aspectos mais importantes a serem observados na osteoporose 

Mas afinal o que é a osteoporose? De acordo com a médica ginecologista Mariana Melo, que atende na Assembleia Legislativa, em dois períodos, ela é uma doença osteometabólica sistêmica, caracterizada pela redução na densidade e qualidade óssea, e tem como desfecho clínico mais importante a ocorrência de fraturas por baixo impacto, particularmente na coluna, no antebraço e no quadril. A fragilidade óssea decorre tanto de uma diminuição da quantidade óssea, estimada pela medição da densidade mineral óssea (DMO), como do comprometimento da qualidade óssea, decorrente de um conjunto de propriedades que incluem a microarquitetura óssea e a taxa/grau de remodelação óssea.

Melo explica que a osteoporose pode surgir por diversas causas. Existe a osteoporose de causas primárias, decorrente do envelhecimento que acomete idosos e mulheres na pós-menopausa e, existe a osteoporose de causas secundárias devido a algumas doenças que fazem o osso perder a sua matriz óssea, como por exemplo, a doença celíaca que compromete a absorção do intestino diminuindo a quantidade de cálcio no organismo, nódulos na paratireóide que promovem a reaborção óssea, a hipovitaminose D, as doenças renais com perda de cálcio na urina - enfim todas essas doenças ligadas a perda de cálcio, vitamina D e hormônios que degradam os ossos. 

A especialista ressalta que o tecido ósseo passa por renovações ao longo da nossa vida. Da infância até por volta dos 30 anos de idade, a formação óssea é maior que a reabsorção (ou perda) óssea. Depois, a massa óssea tende a estabilizar e, mais para frente, começa a declinar aos poucos. Como a osteoporose é uma doença óssea metabólica muito relacionada ao envelhecimento, é mais comum em idosos. Mas também pode atingir pessoas mais novas devido às causas secundárias. 

“Sem dúvida é uma doença muito mais comum em mulheres. Isso ocorre porque o estrogênio é um hormônio que ajuda na formação e no metabolismo ósseo. Com a queda do estrogênio na menopausa as mulheres começam a degradar a parte óssea. Já o homem não sente tanto porque ele ainda mantém bons níveis de testosterona depois dos 50 anos. Diferentemente da mulher, que tem a menopausa e passa por uma queda hormonal abrupta, a andropausa é um processo muito lento e gradual, o homem só percebe a falta dos hormônios bem lá na frente”, comenta.

As fraturas são o grande problema da osteoporose 

De acordo com a ginecologista, até que o paciente apresente uma fratura, a osteoporose, muitas vezes pode ser assintomática e, mesmo assim, estima-se que apenas um em cada três pacientes com fraturas de quadril seja diagnosticado como tendo osteoporose e, desses, apenas um em cada cinco receba qualquer tipo de tratamento, ainda que muitas pessoas com osteoporose não possuam acesso a diagnóstico e tratamento adequados. Em muitos casos de fratura, os indivíduos não recebem o diagnóstico de osteoporose, fazendo com que a doença permaneça fora da percepção de muitos profissionais de saúde envolvidos no tratamento de fraturas por fragilidade.

Com o diagnóstico em mãos, o principal cuidado é evitar as quedas e as fraturas. O ideal é trabalhar o equilíbrio, o fortalecimento muscular e, em alguns casos, quando a pessoa já está mais idosa é necessário inclusive pensar numa readaptação de toda a casa garantindo maior segurança. A melhor maneira de prevenir é através da atividade física diária juntamente com uma alimentação balanceada. Os exercícios de alto impacto que geram pressão para os ossos são os mais recomendados. Também é recomendada a ingestão de cálcio diariamente. 

Naqueles casos onde a pessoa já está mais idosa e tem conhecimento de que desenvolveu a osteoporose, existem dicas preciosas, tais como: isolar fios de telefone e televisão para que não fiquem expostos no chão; não deixar tapetes soltos, especialmente perto de escadas; não encerar o piso;  não guardar objetos em prateleiras altas, que não possam ser alcançadas facilmente; ter um banco de plástico dentro do box para tomar banho sentado e utilizar a ducha móvel; colocar barra de segurança no banheiro e ao lado da cama; preferir pisos antiderrapantes na cozinha e no banheiro; deixar uma lanterna ou luz indireta no móvel próximo da cama; se acordar à noite, esperar alguns minutos antes de levantar da cama (principalmente se estiver usando algum remédio para sono ou que provoque tontura).

Agência Assembleia de Notícias
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